DISPARIDADES RACIAIS NA SAÚDE BUCAL EM ADOLESCENTES BRASILEIROS: UMA ABORDAGEM MULTINÍVEL

• Main Author: Emmanuelli, Bruno
• Other Authors: Ardenghi, Thiago Machado
• Format: Others
• Language: Portuguese
• Published: Universidade Federal de Santa Maria 2016
• Subjects: Adolescentes Disparidades; OHRQOL; Raça; Saúde bucal; Adolescents; Disparities; OHRQoL; Oral Health; Race; CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::ODONTOLOGIA
• Online Access: http://repositorio.ufsm.br/handle/1/6156

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === The aim of this study was to assess the occurrence and magnitude of racial inequalities in clinical and subjective oral health outcomes in Brazilian adolescents. A survey was conducted in 2012 with a multistage sample of 12 years-old schoolers in the city of Santa Maria, RS, Brazil. Data were collected through oral clinical examinations and structured interviews. The clinical variables evaluated were: dental caries, dental plaque, calculus and gingival bleeding. Participants answered the Brazilian short version of Child Perception Questionnaire (CPQ11-14) for assessing their Oral Health-related Quality of life (OHRQoL). The socioeconomic status and race were colected throug questionnaires answered by parentes. Variables related to the school neighborhood of the adolescentes were obtained by oficial publications of the city. Data were analysed using STATA 12.0 software. Multilevel Poisson Regresson models were performed to assess the associations between race, clinical variables, oral health-related quality of life and use of dental care. A total of 1,134 adolescents were examined. Non-white individuals presented the worst clinical conditions compared to White ones. Non-white adolescentes had the higher number of missed and less filled surfaces (RR 1.92 CI 1.31-2.82 and RR 0.52 CI 0.37-0.71, respectively); they also presented at a higher rate of dental plaque (RR 1.14 CI 1.09-1.18) and gingival bleeding (RR 1.07 CI 1.02-1.12) when comparing to their white counterparts. There are no racialdiferences in the use of dental services. However, the use of dental services due to pain was higher for non-white adolescents (RR 1.36 CI 1.05-1.77). Non-white adolescents had poorer OHRQoL. The most affected domains were Emotional well-being (RR 1.10 CI 1.00-1.20) and Social well-being (RR 1.16 CI 1.03-1.10). There are racial inequalities in clinical and subjective oral health outcomes as well as the reason for use of dental care in the Brazilian adolescents. The results demonstrate the need for public health policies and programm targing minority ethnic / racial groups to reduce these inequities. === O objetivo desse estudo foi verificar a ocorrência e a magnitude de diferenças raciais em desfechos clínicos e subjetivos de saúde bucal em adolescentes brasileiros. Um levantamento epidemiológico foi realizado, em 2012, com uma amostra de escolares de 12 anos na cidade de Santa Maria-RS, Brasil. Dados foram coletados através de exames clínicos e entrevistas estruturadas. Os critérios clínicos avaliados foram cárie dentária, presença de placa e cálculo dental e sangramento gengival. Os participantes responderam a versão brasileira e reduzida do Child Perceptions Questionnaire (CPQ11-14). As condições socioeconômicas e o principal preditor deste estudo, raça, foram coletados através de questionários respondidos pelos pais. Variáveis relacionadas ao bairro da escola em que as crianças estudavam foram obtidas de publicações oficiais do município. Os dados foram analisados através do programa estatístico STATA 12.0, utilizando o modelo multinível de Regressão de Poisson para determinar as associações entre raça, variáveis clínicas, qualidade de vida relacionada à saúde bucal e uso de serviços odontológicos. Um total de 1134 adolescentes foi examinado. Indivíduos não-brancos apresentaram piores condições clínicas quando comparados aos brancos. Em relação à cárie, adolescentes não-brancos tiveram maior número de dentes perdidos e menor número de dentes restaurados (RR 1,92 IC 1,31-2,82 e RR 0,52 IC 0,37-0,71, respectivamente). Relacionado às condições periodontais, o mesmo grupo apresentou maior taxa de placa dental (RR 1,14 IC 1,09-1,18) e sangramento gengival (RR 1,07 IC 1,02-1,12). Não houve diferenças relacionadas ao uso de serviços odontológicos. No entanto, a procura por motivo de dor foi maior para adolescentes não-brancos (RR 1,36 IC 1,05-1,77). Adolescentes não-brancos apresentaram uma pior qualidade de vida relacionada à saúde bucal. Os domínios mais afetados do CPQ 11-14 foram Bem estar Emocional (RR 1,10 IC 1,00-1,20) e Bem estar Social (RR 1,16 IC 1,03-1,10). Existem desigualdades raciais em desfechos clínicos, subjetivos e no motivo do uso de serviços em adolescentes brasileiros. Os resultados apontam a necessidade de políticas públicas de saúde que considerem a existência dessas diferenças e reforcem a atenção a grupos étnicos minoritários no intuito de reduzir essas inequidades.