INGESTÃO DIÁRIA ESTIMADA DE BIFENILOS POLICLORADOS A PARTIR DE QUEIJO POR UNIVERSITÁRIOS EM SANTA MARIA RS

Foodstuffs free of toxic substances are a continuous concern, for food industry, educational and research institutes, and mainly for consumers. Polychlorinated biphenyls (PCBs) are industrial organochlorine substances used in electrical transformers and capacitors oil. Due to the inappropriate disch...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Santos, Joice Sifuentes dos
Other Authors: Costabeber, Ijoni Hilda
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Santa Maria 2014
Subjects:
Online Access:http://repositorio.ufsm.br/handle/1/5813
Description
Summary:Foodstuffs free of toxic substances are a continuous concern, for food industry, educational and research institutes, and mainly for consumers. Polychlorinated biphenyls (PCBs) are industrial organochlorine substances used in electrical transformers and capacitors oil. Due to the inappropriate discharge, PCBs contaminate the environment and enter in the food chain, which constitutes main source for human contamination. Man, that is in the top of food chain, receives the higher levels of these compounds. The concern about PCBs is centered on its toxicological potential, mainly as cancer inductors. Thus, the present master dissertation is aimed at investigating PCBs residues in cheese and estimating the daily intake of these compounds from cheese. To investigate the intake of cheese and other animal food products by university students in Santa Maria, RS, a food consumption frequency questionnaire was used. It was observed that all surveyed students consume animal food products. Industrialized cheese intake was 99 g/week and homemade cheese was 22 g/week. To evaluate the levels of PCBs 10, 28, 52, 153, 138 and 180 in cheese produced in Rio Grande do Sul State; cheese fat was extracted using sodium sulfate and petroleum ether. PCBs clean-up was performed using florisil and hexane. The identification and quantification was made by a gas chromatography with microelectron capture detector (GC-μECD). PCBs were found in 94.7% of analyzed samples, in an average concentration of 30.84 ng/g fat (range 0.00 to 78.32 ng/g fat). The congener found at the highest concentration was PCB 52 (15.75 ng/g fat). Differences in PCB levels between industrialized (33.32 ng/g fat) and homemade (26.58 ng/g) cheese were not statistically significant (p>0.05). Similarly, no statistical difference was observed among the three regions evaluated: Mountain/Porto Alegre (36.21 ng/g fat); Santa Maria (27.64 ng/g) and South/ Western (26.61 ng/g). All samples evaluated exhibited contamination below the maximum PCB level allowed in European Community for dairy products (100 ng/g fat). Based on cheese consumption by university students, the estimated daily intake (EDI) of PCBs was 1.74 pg/kg body weight for industrialized cheese and 0.34 pg/kg for homemade cheese. The EDI is below the tolerable daily intake established by World Health Organization, that amounts 4% of IDT to homemade cheese and 22% of IDT to industrialized cheese, concluding that the cheese produced in Rio Grande do Sul not offer toxicological risk under the evaluated aspect. === Alimentos isentos de substâncias tóxicas são uma preocupação constante, tanto por parte das indústrias alimentícias, como das instituições de ensino e pesquisa, e principalmente dos consumidores. Os bifenilos policlorados (PCBs) são substâncias organocloradas que foram utilizadas na indústria em óleos para transformadores e capacitores elétricos. Devido ao seu descarte inadequado, poluem o meio ambiente e entram na cadeia alimentar, sendo esta a sua principal forma de contaminação humana. O homem, que ocupa os níveis tróficos mais elevados, recebe os maiores níveis destes compostos. A preocupação acerca dos PCBs está centrada no potencial toxicológico, principalmente como indutores de câncer. Neste contexto, a presente dissertação de mestrado tem como objetivo investigar a presença de PCBs em queijos e estimar a ingestão destes compostos a partir deste alimento. Para avaliar o consumo de queijo e outros produtos de origem animal por universitários de Santa Maria, RS, foi utilizado um questionário de freqüência de consumo de alimentos. Foi observado que todos os estudantes entrevistados consomem produtos de origem animal. O consumo de queijo industrializado foi de 99 g/semana e de queijo colonial foi de 22 g/semana. Para avaliar a presença dos PCBs 10, 28, 52, 153, 138 e 180 em queijos produzidos no Estado do Rio Grande do Sul, procedeu-se a extração da gordura com sulfato de sódio e éter de petróleo. A purificação dos PCBs a partir da gordura foi feita utilizando-se florisil e hexano. A identificação e quantificação destes compostos foi feita com auxílio de cromatógrafo gasoso dotado de microdetector de captura de elétrons. Os PCBs estavam presentes em 94,7% das amostras analisadas, em uma concentração média de 30,84 ng/g de gordura (intervalo de 0,00 78,32 ng/g). O congênere encontrado nas maiores concentrações foi o PCB 52 (15,75 ng/g de gordura). Também foi investigada a diferença dos níveis de PCBs nos queijos industrializado (33,32 ng/g de gordura) e colonial (26,58 ng/g), não tendo sido observada diferença significativa (p>0,05). Da mesma maneira, não foram observadas diferenças significativas nas três regiões avaliadas: Serra/Porto Alegre (36,21 ng/g de gordura), Santa Maria (27,64 ng/g) e Sul/Oeste (26,61 ng/g). Nenhuma amostra apresentou contaminação superior ao limite máximo permitido pela Comunidade Européia para produtos lácteos (100 ng/g de gordura). Com base no consumo de queijo pela população, observou-se que a ingestão diária estimada (IDE) de PCBs por universitários foi de 1,74 pg/kg de peso corporal para o queijo industrializado e 0,34 pg/kg para o queijo colonial. A IDE se encontra abaixo da ingestão diária tolerável (IDT) estabelecida pela Organização Mundial da Saúde, sendo de 4% da IDT para o queijo colonial e 22% da IDT para o queijo industrializado. Conclui-se que o queijo produzido no Rio Grande do Sul não oferece risco toxicológico sob o aspecto avaliado.