RESPONSABILIDADE E SENTIMENTOS MORAIS: UMA PROPOSTA DE NATURALIZAÇÃO DA RESPONSABILIDADE MORAL

Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === This study seeks to address the relevance of moral sentiments for moral responsibility attribution through reactive theory of Peter Strawson and his critics. The central thesis which I try to hold onto is that the attribution of moral r...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Nunes, Cristina de Moraes
Other Authors: Napoli, Ricardo Bins Di
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Santa Maria 2016
Subjects:
Online Access:http://repositorio.ufsm.br/handle/1/3869
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topic Responsabilidade moral
Sentimentos morais
Livre-arbítrio
Naturalismo moral
Realismo
Moral responsibility
Moral sentiments
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Moral naturalism
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CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
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Moral naturalism
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CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::FILOSOFIA
Nunes, Cristina de Moraes
RESPONSABILIDADE E SENTIMENTOS MORAIS: UMA PROPOSTA DE NATURALIZAÇÃO DA RESPONSABILIDADE MORAL
description Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === This study seeks to address the relevance of moral sentiments for moral responsibility attribution through reactive theory of Peter Strawson and his critics. The central thesis which I try to hold onto is that the attribution of moral responsibility is something quite complex, it is related to how we respond the actions of the agents, but also involves the rational capacity of reflective self-control agent, being able to present reasons for his action and be able to control his desires. Thus, the morally responsible agent is one that is motivated by his desires, but he is able to reason morally on what the consequences of his action. In other words, be a responsible person involves having social competence to act in accordance with moral norms, but also be able to reflect on his practice, so a subject with normal cognitive powers and able to regulate his beliefs and desires. Given the cultural pluralism, we note that there is a symmetrical relationship between the moral sentiments and moral beliefs, so that the moral sentiments may be influenced by moral beliefs we form throughout our life as well as moral beliefs are formed from feelings. These moral beliefs may be revised or regulated, this review may come from the acquisition of new information, which may come from comparing our set of beliefs with the set of beliefs of another culture. But this regulation of moral beliefs is the result of an evolutionary process that our species suffered, which it has made over the years, people could improve their way of working with the others, and also be able to autonomously question whether certain beliefs are in fact true. What I propose is that science is an ally of ethics, and scientific explanations can contribute to a better understanding of what is morally right and wrong. Understanding our human nature we become more able to 'see' the world differently and realize that certain emotions can contribute to our social life. In this way, we can realize that it makes no sense to continue resentful of someone in a situation which the agent has good grounds for leaving to feel such a feeling. Realizing this we can notice the complexity of our human species and how much we still need to advance the field of morality, seeking a moral improvement that does not happen only in the context of standards, but mostly at maturity that allows being able to analyze the circumstances and the reasons for the action with greater discernment. To defend such a position, I will use Strawson reactive theory, and criticism raised to such a theory by Wallace (1994), Russell (2002) and Fischer and Ravizza (1998), namely that Strawson fails to present a rational capacity guide the allocation of moral responsibility. The solution to this problem is to defend the rational capacity, as well as the social competence of the agent, it is a necessary condition to consider the morally responsible people, including the rational capacity of the agent is what allows him to reflect on his social practice. To better assess these issues it is necessary an analysis of the moral psychology and knowledge to know about the way people in their daily lives assess the actions of the agents and consequently assign moral responsibility to them. So my goal is to show how proposal of Strawson is still relevant to discussions about attribution of moral responsibility, as well as propose a progress in discussion on this topic by means of a moral realist naturalist position. === O presente estudo busca tratar da relevância dos sentimentos morais para a atribuição de responsabilidade moral, através da teoria reativa de Peter Strawson e de seus críticos. A tese central, a qual procuro sustentar, é que a atribuição de responsabilidade moral é algo bastante complexo, está relacionada à forma como reagimos frente às ações dos agentes, mas também envolve a capacidade racional do agente de autocontrole reflexivo, estando apto em apresentar razões para a sua ação e ser capaz de frear os seus desejos. Desse modo, o agente moralmente responsável é aquele que se sente motivado por seus desejos, mas é capaz de raciocinar moralmente sobre quais seriam as consequências da sua ação. Em outras palavras, ser uma pessoa responsável envolve ter competência social para agir de acordo com as normas morais, mas também ser capaz de refletir sobre a sua prática, ou seja, um sujeito com suas capacidades cognitivas normais e capaz de regular as suas crenças e desejos. Dado o pluralismo cultural, podemos notar que há uma relação simétrica entre os sentimentos morais e as crenças morais, de modo que os sentimentos morais podem ser influenciados pelas crenças morais que formamos ao longo de nossa vida, bem como as crenças morais serem formadas a partir dos sentimentos. Essas crenças morais podem ser revisadas ou reguladas, essa revisão pode vir da aquisição de novas informações, que podem vir da comparação de nosso conjunto de crenças com o conjunto de crenças de outra cultura. Mas também essa regulação das crenças morais é resultado de um processo evolutivo que sofreu a nossa espécie, que fez com que, ao longo dos anos, as pessoas pudessem aprimorar o seu modo de conviver com as demais e também ser capaz de autonomamente questionar se determinadas crenças são, de fato, verdadeiras. O que proponho é que a ciência é uma aliada da ética, sendo que as explicações científicas podem contribuir para uma melhor compreensão do que é correto e incorreto moralmente. Compreendendo a nossa natureza humana, tornamo-nos mais aptos a ver o mundo de maneira diferente e perceber que certas emoções podem contribuir para a nossa vida social. Dessa maneira, podemos dar-nos conta de que não faz sentido continuar ressentido com alguém numa situação em que o agente apresenta boas razões para que deixemos de sentir tal sentimento. Perceber isso faz com que notemos a complexidade de nossa espécie humana e o quanto ainda precisamos avançar no campo da moralidade, buscando um aprimoramento moral que não se dá apenas no âmbito de normas, mas principalmente na maturidade que permite sermos capazes de analisar as circunstâncias e as razões para a ação com maior discernimento. Para defender tal posição, utilizarei a teoria reativa de Strawson e a crítica levantada a tal teoria feita por Wallace (1994), Russell (2002) e Fischer e Ravizza (1998), a saber, que Strawson falha em apresentar uma capacidade racional que guie a atribuição de responsabilidade moral. A solução para tal problema é defender que a capacidade racional, assim como a competência social do agente, é uma condição necessária para considerar as pessoas moralmente responsáveis, inclusive a capacidade racional do agente é que lhe permite refletir sobre a sua prática social. Para avaliar melhor tais questões, faz-se necessária uma análise sobre questões de psicologia moral e de conhecimento moral, para saber como as pessoas, no seu cotidiano, avaliam as ações dos agentes e, consequentemente, atribuem-lhes responsabilidade moral. Portanto, o meu objetivo é mostrar como a proposta strawsoniana continua sendo relevante para as discussões sobre a atribuição de responsabilidade moral, mas também apresentar uma proposta de avanço na discussão sobre esse tema através de uma posição naturalista realista moral.
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The central thesis which I try to hold onto is that the attribution of moral responsibility is something quite complex, it is related to how we respond the actions of the agents, but also involves the rational capacity of reflective self-control agent, being able to present reasons for his action and be able to control his desires. Thus, the morally responsible agent is one that is motivated by his desires, but he is able to reason morally on what the consequences of his action. In other words, be a responsible person involves having social competence to act in accordance with moral norms, but also be able to reflect on his practice, so a subject with normal cognitive powers and able to regulate his beliefs and desires. Given the cultural pluralism, we note that there is a symmetrical relationship between the moral sentiments and moral beliefs, so that the moral sentiments may be influenced by moral beliefs we form throughout our life as well as moral beliefs are formed from feelings. These moral beliefs may be revised or regulated, this review may come from the acquisition of new information, which may come from comparing our set of beliefs with the set of beliefs of another culture. But this regulation of moral beliefs is the result of an evolutionary process that our species suffered, which it has made over the years, people could improve their way of working with the others, and also be able to autonomously question whether certain beliefs are in fact true. What I propose is that science is an ally of ethics, and scientific explanations can contribute to a better understanding of what is morally right and wrong. Understanding our human nature we become more able to 'see' the world differently and realize that certain emotions can contribute to our social life. In this way, we can realize that it makes no sense to continue resentful of someone in a situation which the agent has good grounds for leaving to feel such a feeling. Realizing this we can notice the complexity of our human species and how much we still need to advance the field of morality, seeking a moral improvement that does not happen only in the context of standards, but mostly at maturity that allows being able to analyze the circumstances and the reasons for the action with greater discernment. To defend such a position, I will use Strawson reactive theory, and criticism raised to such a theory by Wallace (1994), Russell (2002) and Fischer and Ravizza (1998), namely that Strawson fails to present a rational capacity guide the allocation of moral responsibility. The solution to this problem is to defend the rational capacity, as well as the social competence of the agent, it is a necessary condition to consider the morally responsible people, including the rational capacity of the agent is what allows him to reflect on his social practice. To better assess these issues it is necessary an analysis of the moral psychology and knowledge to know about the way people in their daily lives assess the actions of the agents and consequently assign moral responsibility to them. So my goal is to show how proposal of Strawson is still relevant to discussions about attribution of moral responsibility, as well as propose a progress in discussion on this topic by means of a moral realist naturalist position. O presente estudo busca tratar da relevância dos sentimentos morais para a atribuição de responsabilidade moral, através da teoria reativa de Peter Strawson e de seus críticos. A tese central, a qual procuro sustentar, é que a atribuição de responsabilidade moral é algo bastante complexo, está relacionada à forma como reagimos frente às ações dos agentes, mas também envolve a capacidade racional do agente de autocontrole reflexivo, estando apto em apresentar razões para a sua ação e ser capaz de frear os seus desejos. Desse modo, o agente moralmente responsável é aquele que se sente motivado por seus desejos, mas é capaz de raciocinar moralmente sobre quais seriam as consequências da sua ação. Em outras palavras, ser uma pessoa responsável envolve ter competência social para agir de acordo com as normas morais, mas também ser capaz de refletir sobre a sua prática, ou seja, um sujeito com suas capacidades cognitivas normais e capaz de regular as suas crenças e desejos. Dado o pluralismo cultural, podemos notar que há uma relação simétrica entre os sentimentos morais e as crenças morais, de modo que os sentimentos morais podem ser influenciados pelas crenças morais que formamos ao longo de nossa vida, bem como as crenças morais serem formadas a partir dos sentimentos. Essas crenças morais podem ser revisadas ou reguladas, essa revisão pode vir da aquisição de novas informações, que podem vir da comparação de nosso conjunto de crenças com o conjunto de crenças de outra cultura. Mas também essa regulação das crenças morais é resultado de um processo evolutivo que sofreu a nossa espécie, que fez com que, ao longo dos anos, as pessoas pudessem aprimorar o seu modo de conviver com as demais e também ser capaz de autonomamente questionar se determinadas crenças são, de fato, verdadeiras. O que proponho é que a ciência é uma aliada da ética, sendo que as explicações científicas podem contribuir para uma melhor compreensão do que é correto e incorreto moralmente. Compreendendo a nossa natureza humana, tornamo-nos mais aptos a ver o mundo de maneira diferente e perceber que certas emoções podem contribuir para a nossa vida social. Dessa maneira, podemos dar-nos conta de que não faz sentido continuar ressentido com alguém numa situação em que o agente apresenta boas razões para que deixemos de sentir tal sentimento. Perceber isso faz com que notemos a complexidade de nossa espécie humana e o quanto ainda precisamos avançar no campo da moralidade, buscando um aprimoramento moral que não se dá apenas no âmbito de normas, mas principalmente na maturidade que permite sermos capazes de analisar as circunstâncias e as razões para a ação com maior discernimento. Para defender tal posição, utilizarei a teoria reativa de Strawson e a crítica levantada a tal teoria feita por Wallace (1994), Russell (2002) e Fischer e Ravizza (1998), a saber, que Strawson falha em apresentar uma capacidade racional que guie a atribuição de responsabilidade moral. A solução para tal problema é defender que a capacidade racional, assim como a competência social do agente, é uma condição necessária para considerar as pessoas moralmente responsáveis, inclusive a capacidade racional do agente é que lhe permite refletir sobre a sua prática social. Para avaliar melhor tais questões, faz-se necessária uma análise sobre questões de psicologia moral e de conhecimento moral, para saber como as pessoas, no seu cotidiano, avaliam as ações dos agentes e, consequentemente, atribuem-lhes responsabilidade moral. Portanto, o meu objetivo é mostrar como a proposta strawsoniana continua sendo relevante para as discussões sobre a atribuição de responsabilidade moral, mas também apresentar uma proposta de avanço na discussão sobre esse tema através de uma posição naturalista realista moral. 2016-09-23 2016-09-23 2016-03-29 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis NUNES, Cristina de Moraes. MORAL RESPONSIBILITY AND FEELINGS: A PROPOSAL FOR NATURALIZING MORAL RESPONSIBILITY. 2016. 141 f. Tese (Doutorado em Filosofia) - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2016. http://repositorio.ufsm.br/handle/1/3869 por 700100000004 400 300 300 300 300 300 300 f3c09cc5-615e-4af2-8f6f-1e65d6e73ac3 4402ac49-8bbd-4440-963f-e5a4b8e50af8 7f86aaa4-7cb9-4f41-8ba4-21370885e2bd 540021b5-b7cd-40d3-8807-3cf0242f276c 6b838a5c-d310-443c-83d8-4e01a9626f74 f2b08b86-f7d2-4857-861f-3c5033b06ffb info:eu-repo/semantics/openAccess application/pdf Universidade Federal de Santa Maria Programa de Pós-Graduação em Filosofia UFSM BR Filosofia reponame:Repositório Institucional da UFSM instname:Universidade Federal de Santa Maria instacron:UFSM