Do conhecimento tradicional ao princípio ativo : dilemas sociais da atividade de pesquisa etnofarmacológica

Made available in DSpace on 2016-06-02T20:39:10Z (GMT). No. of bitstreams: 1 1938.pdf: 3986372 bytes, checksum: 48c2d4899bb71a816ebddf58562a54bf (MD5) Previous issue date: 2008-03-13 === Universidade Federal de Minas Gerais === The Research and Development (R&D) in ethnopharmacology and etnobi...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Almeida, Marcelo Fetz de
Other Authors: Vargas, Marcelo Coutinho
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de São Carlos 2016
Subjects:
Online Access:https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/6697
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topic Ciência - aspectos sociais
Cientistas
Conhecimento tradicional
Propriedade intelectual
Etnociência
Teoria dos Campos
Technoscience
Ethnopharmacology
Traditional knowledge
Intellectual property rights
Scientific field
Social autonomy
CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA
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CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA
Almeida, Marcelo Fetz de
Do conhecimento tradicional ao princípio ativo : dilemas sociais da atividade de pesquisa etnofarmacológica
description Made available in DSpace on 2016-06-02T20:39:10Z (GMT). No. of bitstreams: 1 1938.pdf: 3986372 bytes, checksum: 48c2d4899bb71a816ebddf58562a54bf (MD5) Previous issue date: 2008-03-13 === Universidade Federal de Minas Gerais === The Research and Development (R&D) in ethnopharmacology and etnobiology fields, guided by the therapeutic information obtained with local communities and indigenous people, holders of traditional knowledge, produces social conflicts and social disputes. Firstly, it is a paradoxical scientific activity since the modern scientific discovery in ethnopharmacology is produced by a non-scientific knowledge. This controversial research strategy intends to produce a socially legitimized knowledge through a process of epistemic standardization. Secondly, although the use of traditional knowledge is a typical activity, to access it and to use it requires the signature of a contract for the equitable sharing of benefits as well as the signature of a term of prior consent access. These two juridical requirements are at the same time a new ethical parameter in scientific research and a barrier to the autonomy of the scientific field. Therefore, through the politic action scientists and researches seeks new social strategies to recovery the autonomy of the scientific field in ethnopharmacology and ethnobiology areas. Thus, this sociological research analyzes the internal conflicts between scientists in the scientific field through the examination of the social controversies in the use of two distinct research models, the vertical and the horizontal research models, as well as the examination of the external social disputes of the scientific activity, specially the politic action of scientists concerning to the autonomy question. In this research, the question of access, use and equitable sharing of benefits in R&D processes emerges as an interesting strategy used by scientists to legitimate the appropriation of the traditional knowledge. As non-knowledge, the traditional knowledge is transformed by the modern commercial science in generic information without significance. At the same time, this traditional generic information would be liable to be manipulated and appropriated by pharmaceutical multinationals trough the application of intellectual property rights. Finally, the appropriation of the traditional communities claim intends to legitimate socially the controversial scientific activity of ethnopharmacologists, ethnobiologists and pharmaceutical industries. === A pesquisa e desenvolvimento (P&D) nas áreas de etnofarmacologia e etnobiologia, guiada por informações terapêuticas levantadas junto as comunidades locais e indígenas, detentoras do conhecimento tradicional, acarreta uma série de disputas e conflitos sociais. Em primeiro lugar, trata-se de uma atividade científica paradoxal, pois a descoberta científica moderna é produzida a partir de um conhecimento nãocientífico. Esta controversa atividade de pesquisa busca um conhecimento socialmente legitimado através de um processo de padronização epistêmica. Em segundo lugar, embora o emprego de conhecimento tradicional seja uma atividade usual, acessá-lo e utilizá-lo requerem a assinatura de um contrato para a divisão justa e eqüitativa de benefícios e do termo de consentimento livre e esclarecido. Estes dois pré-requisitos jurídicos são, ao mesmo tempo, um novo parâmetro ético na pesquisa científica e uma barreira para a autonomia do campo científico. Neste universo, através da ação política, cientistas e pesquisadores buscam novas estratégias para recuperar a autonomia perdida do campo científico nas áreas de etnofarmacologia e etnobiologia. Assim, esta pesquisa sociológica analisa os conflitos internos entre cientistas no interior do campo científico através do exame das controvérsias sociais no uso de dois modelos distintos de pesquisa, o modelo vertical e o modelo horizontal de pesquisa, bem como examina as disputas sociais externas à atividade científica, especialmente a ação política de cientistas sobre a questão da autonomia. Nesta pesquisa, a questão do acesso, do uso e da repartição justa e eqüitativa de benefícios nos processos de P&D emerge como uma interessante estratégia utilizada por cientistas para legitimar a apropriação do conhecimento tradicional. Como um não-conhecimento, o conhecimento tradicional é transformado pela moderna ciência comercial em uma informação genérica sem significado. Ao mesmo tempo, esta informação tradicional genérica seria passível de ser manipulada e apropriada por multinacionais farmacêuticas através da aplicação de direitos de propriedade intelectual. Finalmente, a apropriação das reivindicações de comunidades tradicionais objetiva legitimar socialmente a controversa atividade científica de etnofarmacólogos, etnobiólogos e indústrias farmacêuticas.
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No. of bitstreams: 1 1938.pdf: 3986372 bytes, checksum: 48c2d4899bb71a816ebddf58562a54bf (MD5) Previous issue date: 2008-03-13 Universidade Federal de Minas Gerais The Research and Development (R&D) in ethnopharmacology and etnobiology fields, guided by the therapeutic information obtained with local communities and indigenous people, holders of traditional knowledge, produces social conflicts and social disputes. Firstly, it is a paradoxical scientific activity since the modern scientific discovery in ethnopharmacology is produced by a non-scientific knowledge. This controversial research strategy intends to produce a socially legitimized knowledge through a process of epistemic standardization. Secondly, although the use of traditional knowledge is a typical activity, to access it and to use it requires the signature of a contract for the equitable sharing of benefits as well as the signature of a term of prior consent access. These two juridical requirements are at the same time a new ethical parameter in scientific research and a barrier to the autonomy of the scientific field. Therefore, through the politic action scientists and researches seeks new social strategies to recovery the autonomy of the scientific field in ethnopharmacology and ethnobiology areas. Thus, this sociological research analyzes the internal conflicts between scientists in the scientific field through the examination of the social controversies in the use of two distinct research models, the vertical and the horizontal research models, as well as the examination of the external social disputes of the scientific activity, specially the politic action of scientists concerning to the autonomy question. In this research, the question of access, use and equitable sharing of benefits in R&D processes emerges as an interesting strategy used by scientists to legitimate the appropriation of the traditional knowledge. As non-knowledge, the traditional knowledge is transformed by the modern commercial science in generic information without significance. At the same time, this traditional generic information would be liable to be manipulated and appropriated by pharmaceutical multinationals trough the application of intellectual property rights. Finally, the appropriation of the traditional communities claim intends to legitimate socially the controversial scientific activity of ethnopharmacologists, ethnobiologists and pharmaceutical industries. A pesquisa e desenvolvimento (P&D) nas áreas de etnofarmacologia e etnobiologia, guiada por informações terapêuticas levantadas junto as comunidades locais e indígenas, detentoras do conhecimento tradicional, acarreta uma série de disputas e conflitos sociais. Em primeiro lugar, trata-se de uma atividade científica paradoxal, pois a descoberta científica moderna é produzida a partir de um conhecimento nãocientífico. Esta controversa atividade de pesquisa busca um conhecimento socialmente legitimado através de um processo de padronização epistêmica. Em segundo lugar, embora o emprego de conhecimento tradicional seja uma atividade usual, acessá-lo e utilizá-lo requerem a assinatura de um contrato para a divisão justa e eqüitativa de benefícios e do termo de consentimento livre e esclarecido. Estes dois pré-requisitos jurídicos são, ao mesmo tempo, um novo parâmetro ético na pesquisa científica e uma barreira para a autonomia do campo científico. Neste universo, através da ação política, cientistas e pesquisadores buscam novas estratégias para recuperar a autonomia perdida do campo científico nas áreas de etnofarmacologia e etnobiologia. Assim, esta pesquisa sociológica analisa os conflitos internos entre cientistas no interior do campo científico através do exame das controvérsias sociais no uso de dois modelos distintos de pesquisa, o modelo vertical e o modelo horizontal de pesquisa, bem como examina as disputas sociais externas à atividade científica, especialmente a ação política de cientistas sobre a questão da autonomia. Nesta pesquisa, a questão do acesso, do uso e da repartição justa e eqüitativa de benefícios nos processos de P&D emerge como uma interessante estratégia utilizada por cientistas para legitimar a apropriação do conhecimento tradicional. Como um não-conhecimento, o conhecimento tradicional é transformado pela moderna ciência comercial em uma informação genérica sem significado. Ao mesmo tempo, esta informação tradicional genérica seria passível de ser manipulada e apropriada por multinacionais farmacêuticas através da aplicação de direitos de propriedade intelectual. Finalmente, a apropriação das reivindicações de comunidades tradicionais objetiva legitimar socialmente a controversa atividade científica de etnofarmacólogos, etnobiólogos e indústrias farmacêuticas. 2016-06-02T20:39:10Z 2008-11-18 2016-06-02T20:39:10Z 2008-03-13 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis ALMEIDA, Marcelo Fetz de. From traditional knowledge to active principle social dilemmas of the ethnopharmacologic research activity. 2008. 279 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2008. https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/6697 por info:eu-repo/semantics/embargoedAccess application/pdf Universidade Federal de São Carlos Programa de Pós-graduação em Sociologia UFSCar BR reponame:Repositório Institucional da UFSCAR instname:Universidade Federal de São Carlos instacron:UFSCAR