Estudo de sintomas musculoesqueléticos, fatores de risco e exposição física em trabalhadores de escritório

Made available in DSpace on 2016-06-02T20:19:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1 4936.pdf: 1373927 bytes, checksum: 2503dc44d2e8aa861d6887a6e6c3bfed (MD5) Previous issue date: 2013-02-22 === Universidade Federal de Minas Gerais === The high incidence of musculoskeletal disorders (WRMD) among computer...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Barbieri, Dechristian França
Other Authors: Oliveira, Ana Beatriz de
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de São Carlos 2016
Subjects:
Online Access:https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/5309
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-06-02T20:19:20Z (GMT). No. of bitstreams: 1 4936.pdf: 1373927 bytes, checksum: 2503dc44d2e8aa861d6887a6e6c3bfed (MD5) Previous issue date: 2013-02-22 === Universidade Federal de Minas Gerais === The high incidence of musculoskeletal disorders (WRMD) among computer workers can be associated with different risk factors such as psychosocial, organizational and ergonomic. The worker s satisfaction with his/her job, workload, and the demand and control relationship are the main psychosocial risk factors. Although these factors are not predictive of WRMD, they can act together with ergonomic factors and can stand out when biomechanical stress is absent. When considering biomechanical factors, the literature reports the low muscular rest combined to the low variation in activation. The knowledge available in the literature does not support an effective method of intervention to prevent WRMD in subjects doing intensive computer work. Considering the available hypotheses regarding the nature of WRMD in intensive computer workers, it is suggested that the enrichment of work by different tasks that introduce variation to the physical exposure of these workers can improve musculoskeletal health. This variation could reduce the risk of WRMD. However, it is not known if in fact physical exposure of computer workers varies according to such tasks. A recent study comparing muscle activity (EMG) during computer and non-computer work showed that EMG did not effectively changed across the tasks. However, the study has not evaluated movements, and the identification of tasks was based on software. In order to contribute with information on the mechanisms of exposure in office workers performing intensive use of the computer during work, two studies were developed and compose this dissertation. The Study 1 compared ergonomics and psychosocial indicators between office workers characterized as symptomatic and asymptomatic. Forty-two office workers that use the computer at least 5 years at work have participated. Subjects were divided into two groups according to the results of the Nordic Musculoskeletal Questionnaire (NMQ). Subjects who have experienced any upper limb and neck symptom during the last week were labeled as symptomatic subject (SS). Subjects that have not reported symptoms in these body parts in the last 7 days were classified as asymptomatic subjects (AS). The Utrecht Work Engagement Scale (UWES) and Job Content Questionnaire (JCQ) were used to measure psychosocial indicators. Ergonomic Workplace Analysis (EWA) was used as with ergonomics indicator. The results showed higher annual and weekly prevalence of discomfort in the wrist/hand region. The UWES demonstrated that SS have less work engagement. The groups have also differed according to the workspace and job content, according to EWA. Therefore, SS differed from AS regarding both ergonomics and psychosocial factors. In order to obtain more precise information about the risk of this population developing WRMD the Study 2 was developed. The objective was to elucidate if the exposure in non-computer tasks is substantially different from exposure in computer work. Fifty servants (11 male and 39 female), selected according to the same criteria as the previous study, participated of the study. Bilateral EMG of upper trapezius (UT) and wrist extensor (WE), as well as movements of the head, neck, upper back and shoulder were recorded during 2 hours. The tasks performed during the recordings were timed. All data were then concatenated into: Task 1 computer work (CW); Task 2 seated non-computer work (NCW-seat); Task 3 stand non-computer work (NCW-stand); Task 4 - pauses (NC-pauses). Variables that characterize physical exposure were calculated and compared using the Friedman test and alpha level at 5%. Additionally, the contrast between CW and the others tasks was calculated as an indicator of exposure. In general, the results showed that during CW the average EMG of UT was lower, there was less variability in activation, larger and more variable relative rest time - RRT in relation to the other three tasks. The non-dominant WE did not have the same response to the different tasks. On the other hand, the dominant WE presented lower average EMG in CW versus NCW-stand and lower variability (SD and CV) in CW versus the others tasks. Data of movements showed similar results, whit lower amplitude recorded during CW. I general, NCW-stand showed more difference when comparing average data with CW. The data of contrast were consistent with EMG data and movements. The best values were observed when contrasting CW versus NCW-stand. In conclusion, non-computer work performed in upright position showed higher physical demand by considering both EMG and movement data. Therefore, it is possible to suggest that this task can potentially increase variability in physical exposure of computer workers. However, this information still need to be more investigated in order to generate clear and practical recommendations. === A alta incidência de distúrbios musculoesqueléticos em trabalhadores que utilizam o computador pode estar associada a diferentes fatores de risco como psicossociais, organizacionais e ergonômicos. Dentre os fatores de risco psicossociais, estão a satisfação do trabalhador com o trabalho, a intensidade e carga de trabalho e a relação entre demanda e controle que o trabalhador apresenta sobre seu trabalho. Embora esses fatores não sejam preponderantes no desenvolvimento das lesões musculoesqueléticas, eles atuam junto aos fatores ergonômicos e podem se sobressair na ausência de estresse biomecânico. Em relação aos fatores biomecânicos, os estudos têm destacado o baixo repouso muscular juntamente com a pequena variação da atividade. O conhecimento disponível na literatura ainda não descreve um método de intervenção eficaz para a prevenção de lesões musculoesqueléticas em trabalhadores que fazem uso intensivo do computador. A partir das hipóteses levantadas sobre a natureza das lesões nesta população, algumas teorias propõem o enriquecimento do trabalho a partir da realização de diferentes atividades que introduzam variação à exposição física desses trabalhadores. Esta variação poderia reduzir o risco de desenvolvimento de distúrbios musculoesqueléticos. Entretanto, não se sabe se de fato a exposição física dos trabalhadores que utilizam o computador varia de acordo com a realização de diferentes atividades. Uma comparação baseada no registro eletromiográfico de atividades que envolviam e não envolviam o uso do computador mostrou que a exposição dos trabalhadores não variou efetivamente de acordo com a atividade. No entanto, não foram realizados registros de movimentos e a identificação das atividades foi realizada a partir do uso de um software que classificava a atividade relacionada ou não ao uso do computador de acordo com o contato com aos dispositivos periféricos da máquina. Para contribuir com informações que auxiliem na compreensão dos mecanismos de exposição em trabalhadores administrativos que utilizam intensivamente o computador como ferramenta de trabalho, foram realizados dois estudos que compõem esta dissertação. O Estudo 1 comparou os indicadores ergonômicos e psicossociais entre trabalhadores administrativos do setor público, caracterizados como sintomáticos e assintomáticos. Quarenta e dois trabalhadores administrativos que utilizavam o computador há pelo menos 5 anos participaram do estudo. Essa população foi dividida em dois grupos a partir do Questionário Nórdico de Sintomas Musculoesqueléticos (NMQ). Os sujeitos que assinalaram qualquer sintoma na região de membro superior e pescoço durante a última semana, foram chamados de Sujeitos Sintomáticos (SS). Sujeitos que não apresentaram sintomas em membro superior e pescoço nos últimos 7 dias foram chamados de Sujeitos Assintomáticos (SA). A Escala de Bemestar e Trabalho (UWES) e Escala de Estresse no Trabalho (JSS) foram utilizadas para avaliação dos indicadores psicossociais. O protocolo Análise Ergonômica dos Postos de Trabalho (EWA) foi utilizado como indicador ergonômico. Foi observada maior prevalência anual e semanal de desconforto na região de punho/mão. A UWES demonstrou que os sujeitos sintomáticos apresentaram menor engajamento com o trabalho. Os grupos também se diferenciaram a partir do espaço de trabalho e conteúdo do trabalho, avaliados pelo EWA. Desta forma, os trabalhadores sintomáticos se diferenciaram dos sujeitos assintomáticos quanto a fatores psicossociais e ergonômicos. Para levantar informações mais precisas quanto ao risco para o desenvolvimento de lesão musculoesquelética na população investigada foi desenvolvido o Estudo 2, que teve como objetivo elucidar se a exposição em atividades sem o uso do computador se difere substancialmente daquela registrada durante atividades com o computador. Cinquenta servidores (11 homens e 39 mulheres), selecionados a partir dos mesmos critérios do estudo anterior, participaram do estudo. Durante o registro bilateral da atividade dos músculos trapézio superior (TS) e extensores do punho/dedos (EP) e de movimentos da cabeça, ombros e tronco superior, foram cronometradas as tarefas realizadas. Os registros foram então concatenados em: Atividade 1 trabalho com o computador (TC); Atividade 2 trabalho sem o computador sentado (TSC-sentado); Atividade 3 atividade sem o computador em pé (TSC-em pé); Atividade 4 pausas (Pausas-SC). Variáveis que caracterizam a exposição física foram então calculadas e comparadas por meio do teste de Friedman, com significância de 5%. Adicionalmente foi calculado o contraste entre TC e as demais atividades, também como indicador de exposição. Dentre os resultados obtidos, em geral, durante o TC a atividade média dos TS foi menor, houve menor variabilidade na ativação, maior e mais variável tempo relativo de descanso - RRT em relação às demais atividades. Os EP não-dominante não tiveram o padrão de ativação alterado pelas atividades. Já os EP dominante apresentaram menor média de ativação e menor variabilidade (DP e CV) durante o TC. Os registros de movimento também mostraram resultados similares, com menores ângulos para o TC. Em geral, a atividade que mostrou frequentemente maior diferenças na comparação com o TC foi o TSC-em pé. Os dados do contraste foram consistentes com os dados de atividade muscular e movimentos, com maiores valores na comparação do TC com o TSC-em pé. Conclui-se que o trabalho sem o computador realizado na posição em pé parece ter sido a atividade que apresenta maior demanda física (biomecânica) para o sistema musculoesquelético, tanto pela análise de movimento quanto de atividade muscular. Desta forma, é possível sugerir que esta atividade apresenta potencial para aumentar a variabilidade da exposição física dos trabalhadores, o que ainda deve ser melhor investigado a partir de novos estudos e/ou outras ferramentas de análises.