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Previous issue date: 2008-09-03 === It is well known by all those who study psychology that an undisguisable difficulty shows up whenever its object of study is called upon. Of all epistemological problems that a science may face, a fragmented definition of its object is certainly
the hardest to deal with. This is the cornerstone of the statute of psychology. No matter what explanation shows up to justify such fragmented state, the fact is that the different research communities, known as schools , don t share the same basic notions to form a concept of what they re studying. We understand basic notions as models that precede the object s own definition. In the lack of a model for the psychological object that is wide enough to place the orbits of these schools around a cohesive axis, each one of them elects their own conception of their object of study, which will be consider as psychology s minor objects . If a science is capable of such diversity within its corpus, to the point of making any attempt of unity of its parts a difficult task, for sure there must be a characteristic that makes it sui generis. Such characteristic may only be understood within the nature of the object itself, whose phenomenology may be qualified as double-faced , sometimes describing physical properties (belonging to the field of the nature sciences ), sometimes circumscribing abstract properties (belonging to the field of the spirit sciences ). That s what we call imponderable , for such versatility, intrinsic to the psychological object, also translates its paradoxical character. Throughout this thesis, it will be demonstrated, based upon this character, the intimate dependency of psychology in respect to mind philosophy, for an epistemological solution of the first goes through the mind-body problem of the latter. Carefully examining certain lines of the works of four great thinkers, namely, R. Descartes, G. Ryle, S. Freud and C. G. Jung, this philosophical problem becomes evident under different expressions, something that, even though there are differences among them, points to a common link, that can also be pointing to a possible wider model to the psychological object, that coincides with what this thesis considers to be psychology s major object . To such a hypothetical model, the following work offers the term hybrid to elucidate it, using, for such, an intertwined historical and epistemological reflection, leading to a phenomenological hermeneutics. === É bem conhecido por todos os estudiosos do campo psicológico uma indisfarçável dificuldade que surge toda vez que o objeto de seus estudos é evocado. De todos os problemas epistemológicos que uma ciência possa enfrentar, certamente uma conceituação fragmentada de seu objeto é o mais comprometedor deles. Eis aí o ponto crucial do estatuto psicológico. Independente de qual explicação se apresente para justificar tal estado de fragmentação, o fato é que as diferentes comunidades de pesquisa, tidas por escolas , não comungam das mesmas noções de base para conceituarem aquilo que estão estudando. Por noções de
base entenda-se modelos que antecedem a própria definição do objeto. Na falta de um modelo para o objeto psicológico que seja amplo o bastante para situar as órbitas das escolas em torno de um eixo coeso, cada uma delas elege sua própria concepção de objeto, o que passaremos a considerar como os objetos menores da psicologia. Se uma ciência é capaz de tanta diversidade em seu corpus, a ponto de tornar temerária qualquer tentativa de coesão de suas partes, por certo deve possuir alguma característica que a faça sui generis. Tal característica só pode ser entendida na própria natureza de seu objeto, cuja fenomenologia pode ser qualificada de dupla-face , ora circunscrevendo propriedades físicas (próprias do terreno das chamadas ciências da natureza ), ora circunscrevendo propriedades abstratas (próprias do terreno das chamadas ciências do espírito ).
Isto é o que chamamos imponderável , pois esta versatilidade, intrínseca ao objeto psicológico, traduz também o seu caráter paradoxal. Ao longo desta tese, pretende-se demonstrar, com base neste caráter, a íntima dependência da
psicologia com respeito à filosofia da mente, pois a solução epistemológica daquela passa pela dissolução do problema mente-corpo refletido por esta. Examinando minuciosamente certos traços das obras de quatro grandes pensadores, a saber, R. Descartes, G. Ryle, S. Freud e C. G. Jung, este problema filosófico se evidencia sob diferentes roupagens, algo que, não obstante as diferenças entre eles, aponta para um elo problemático comum, o qual também pode estar apontando para um possível modelo mais amplo para o objeto
psicológico, que coincida com o que esta tese considera ser o objeto maior da psicologia. A este hipotético modelo, o trabalho a seguir oferece a terminologia do híbrido para elucidá-lo, empregando, para tal, um entrecruzamento de reflexões históricas e epistemológicas, desembocando em uma hermenêutica fenomenológica.
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