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Previous issue date: 2013-02-28 === Brazil faces challenges today regarding education in general and particularly with regard to education in prisons, once lived moment of effervescence in the construction of public policies to meet the legal provisions outlined by the National Guidelines for provision of education in prisons, approved in 2010. Given this scenario, discuss some issues about school education in this repressive environment, governed by strict rules and standards, is an important contribution towards uncovering ways and possibilities to cope with the demands put to the implementation of DNs. The state of São Paulo has over the years presented a unique situation with regard to school education in Brazilian prisons, with regard to professionals who work in classrooms, with the figure called the monitor attached, as this craft has been exercised in literacy and basic education for licensed teachers and gazetted for the teaching profession. The legal provision approved created a series of impasses, since it determines that education in prisons is commitment of the state and the Department of Education has made efforts to comply with this legal requirement. It is in this context that this research now falls - this is a study conducted in the Penitentiary of Assis/SP, with the objective to identify and understand how educators in a situation of deprivation of liberty, working in São Paulo prison system, their mean teaching experience, compared to the particularities of the prison context and the condition in which they are imprisoned. The research, qualitative in nature, was used as methodological tools for data collection, mixing, observation of the school recorded in field diaries, informal conversations and interviews with six teachers at the Penitentiary of Assis/SP. The data collected in the months of april/2012 june/2012 were organized into three foci of analysis: the role of schools and education in the view of educators, the sense of teaching among the bars and wellness lecturer in prison. Data analysis based on theoretical frameworks of Enrique Dussel, Ernani Maria Fiori, Paulo Freire and researchers the Hispanic compromised with the social inclusion and school education in prisons, showed that living in imprisonment contributes for the establishment of the dialogue relationship between educator and students, as they both share the same living conditions in prison. It was possible to identify the meaning assigned by study participants with regard to teaching practice has a close relationship with a feeling of well-being generated in school, interfering positively in the teaching and learning of students. Data analysis also indicated that teaching behind bars mark the lives of these educators with regard to the construction of teachers' identities, the acquisition of new knowledge, the change of conceptions and attitudes, improving their relationships within and outside walls, returning them self-esteem, since the school can be understood as a differentiated space prerogatives prison because there is no interaction and mutual respect. === O Brasil enfrenta nos dias de hoje desafios em relação à educação de maneira geral e especialmente, no que diz respeito à educação em prisões, uma vez que vive momento de efervescência na construção de políticas públicas para atender ao dispositivo legal traçado pelas Diretrizes Nacionais para a oferta de educação nas unidades prisionais, aprovadas no ano de 2010. Diante desse cenário, discutir algumas questões sobre a educação escolar nesse ambiente repressivo, regido por normas e regras rígidas, é uma contribuição importante no sentido de desvelar caminhos e possibilidades para o enfrentamento das demandas postas para a implementação das DNs. O estado de São Paulo tem ao longo dos anos, apresentado uma situação singular em relação à educação escolar nas prisões brasileiras, no que se refere ao profissional que atua nas salas de aula, contando com a figura do chamado monitor preso, uma vez que tal ofício não tem sido exercido na alfabetização e no ensino fundamental, por professores licenciados e concursados para o exercício da docência. O dispositivo legal aprovado criou uma série de impasses, uma vez que determina que a educação escolar nas prisões é compromisso do estado e a Secretaria da Educação tem envidado esforços para cumprir com essa exigência legal. É no contexto desse momento que esta investigação se insere trata-se de estudo realizado na Penitenciária de Assis/SP, com o objetivo de identificar e compreender como os educadores em situação de privação de liberdade, que atuam no sistema prisional paulista, significam sua experiência docente, frente às particularidades do contexto prisional e da condição de aprisionados em que se encontram. A pesquisa, de natureza qualitativa, utilizou como recursos metodológicos para a coleta de dados, o convívio, a observação do espaço escolar registrada em diários de campo, as conversas informais e as entrevistas com seis educadores da Penitenciária de Assis/SP. Os dados coletados nos meses de abril/2012 a junho/2012 foram organizados em três focos de análise: o papel da escola e da educação na visão dos educadores, o sentido da docência entre as grades e o bem-estar docente na prisão. A análise dos dados, com base em referenciais teóricos de Enrique Dussel, Ernani Maria Fiori, Paulo Freire e de pesquisadores/as latinoamericanos comprometidos/as com a inclusão social e com a educação escolar em prisões, evidenciam que o convívio no aprisionamento contribui para o estabelecimento da relação dialógica entre educador e educandos, visto que ambos partilham das mesmas condições de sobrevivência no cárcere. Foi possível identificar que o sentido atribuído pelos participantes do estudo no que se refere à prática docente possui estreita relação com um sentimento de bem-estar gerado na escola, interferindo positivamente no processo de ensino e aprendizagem dos educandos. A análise dos dados indicou também, que a docência entre as grades marca a vida desses educadores no que diz respeito à construção da identidade de professores, à aquisição de novos saberes, à mudança de concepções e de posturas, aprimorando seus relacionamentos dentro e fora das muralhas, devolvendo a eles a autoestima, uma vez que a escola pode ser compreendida como um espaço diferenciado das prerrogativas carcerárias, pois ali há interação e respeito mútuo.
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