Mulheres idosas ressignificam o envelhecimento : contribuições da educomunicação

Made available in DSpace on 2016-06-02T19:39:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1 5070.pdf: 3846503 bytes, checksum: cd4282a6d7af925002ebfcf19653bae6 (MD5) Previous issue date: 2013-02-28 === Universidade Federal de Sao Carlos === In Brazil, at the beginning of the 21st century, the aging process has b...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Gonçalves, Marta Kawamura
Other Authors: Montrone, Aida Victoria Garcia
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de São Carlos 2016
Subjects:
Online Access:https://repositorio.ufscar.br/handle/ufscar/2662
Description
Summary:Made available in DSpace on 2016-06-02T19:39:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1 5070.pdf: 3846503 bytes, checksum: cd4282a6d7af925002ebfcf19653bae6 (MD5) Previous issue date: 2013-02-28 === Universidade Federal de Sao Carlos === In Brazil, at the beginning of the 21st century, the aging process has been understood, experienced and represented as a new stage of life, in which men and women can construct new identities and projects. The elderly population, motivated by gerontology professionals and by specific public policies, seeks to establish new space in the society from which they are usually excluded. This present time is also marked by the digitalization and broad access to communication technologies. The means to produce and to share contents on the word wide net and in other venues are nowadays more accessible. This contributes to the popular communication practices, to the expression and to the integration of socially excluded groups. Educomunication is a field of knowledge and practice, which promotes education through collective production of communication, allowing the involved people in this practice, to move from the position of observers to authors in their speeches. In this context it is relevant to understand in which ways the new possibilities of communication may contribute to giving new significance to the aging process for the elderly population. This study aimed to describe how the audiovisual production practice has been related to the process of redefining the aging process through the experience of five women that took part in a video workshop, held at Centro de Referencia do Idoso Vera Lucia Pilla (CRI), in the city of São Carlos, Sao Paulo, which was inspired by the methodology called Cala-Boca Já Morreu within an educomunication perspective. This is a case study in which data was collected through active observations recorded in a field diary and a video from April to July of 2012, during the workshop. The analysis was based on three categories: Giving new significance to aging, Cooperating and Communicating. The results show that the group participants seek social integration and co-existence with their peers, what encourages and what strengthens them. They feel motivated to learn new subjects, to become aware of and to claim their rights as citizens and to fight against discrimination through the construction of a new image of aging. It is noteworthy that the practice of educomunication contributed to their experience in the authored and coauthored process, giving value to collaboration as well as allowing them to make use of audiovisual communications in order to reflect and to express themselves about the aging process through the perspectives of elderly women. The collective production of communication has been shown as a possibility yet hardly explored to promote elderly education which should be considered in the new planning for cultural activities for this population. It was also shown that the application of digital technology should not be seen as an obstacle for the promotion of activities with this population. The study contributes for reflection of educators and public administrators about the importance to assure the right to education for elderly people, investing in programs that promote authorship processes. After all, each stage of life is a time for learning. === No Brasil do início do século XXI, o processo de envelhecimento vem sendo pensado, vivenciado e representado como uma nova fase da vida, em que homens e mulheres podem construir novas identidades e projetos. A população idosa, estimulada pelo campo da gerontologia e por políticas públicas específicas, procura estabelecer novos espaços na sociedade que a exclui. Este tempo é também marcado pela digitalização e popularização das tecnologias de comunicação. Os meios para produzir e compartilhar conteúdos na rede mundial de computadores e em outros espaços, estão hoje mais acessíveis, o que contribui para o exercício da comunicação popular, para a expressão e para a integração de grupos socialmente excluídos. A educomunicação é um campo de saber e fazer que, promovendo educação por meio da produção coletiva de comunicação, possibilita que as pessoas envolvidas nesta prática desloquem-se da posição de espectadores para posição de autores de seus discursos. Neste contexto, é relevante compreender de que forma as novas possibilidades de fazer comunicação podem contribuir no processo de ressignificação do envelhecimento por parte da população idosa. Este estudo teve o objetivo de descrever como a prática de produção audiovisual esteve relacionada ao processo de ressignificação do envelhecimento, na vivência de cinco mulheres que participaram de uma oficina de vídeo, oferecida no Centro de Referência do Idoso Vera Lucia Pilla, em São Carlos (SP), cuja condução foi inspirada na metodologia Cala-boca já morreu, inserida na perspectiva da educomunicação. Trata-se de um estudo de caso, no qual os dados foram coletados por meio de observação participante, com registros em diário de campo e gravações em vídeo, no período compreendido entre abril e julho de 2012, durante as atividades da oficina. A análise dos dados foi feita com base em três categorias: Ressignificando o envelhecimento; Co-laborando e Comunicando. Os resultados mostraram que as participantes do grupo, que estão vivenciando seus processos de ressignificação da velhice, procuram a integração social e o convívio com outras pessoas idosas, o que as fortalece e encoraja. Elas sentem-se motivadas a aprender coisas novas, conhecer e reivindicar seus direitos de cidadania e lutar contra discriminações, por meio da construção de novas imagens do envelhecimento. Ressalta-se que a prática da educomunicação, fundamentalmente dialógica, contribuiu para que as mulheres experimentassem processos de autoria e co-autoria, passando a valorizar a colaboração, bem como, que utilizassem a comunicação audiovisual para refletirem e expressarem-se sobre o envelhecimento a partir de sua perspectiva de mulheres idosas. A produção coletiva de comunicação mostrou-se como possibilidade, ainda pouco explorada, de promover educação de pessoas idosas, que deve ser lembrada no planejamento de ações culturais para este público. Mostrou também que o emprego de tecnologias digitais não deve ser encarado como obstáculo para a promoção de atividades junto a esta população. O estudo traz contribuições para que educadores e gestores públicos reflitam sobre a importância de garantir às pessoas idosas o direito à educação, investindo em programas que promovam processos de autoria. Afinal, o tempo todo da vida, é tempo de aprender.