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Previous issue date: 2007-08-30 === Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa se insere na tradição cultural brasileira (literária e científica), marcada pela problemática da nação. O romance dialoga com esta tradição e, em especial, com o clássico Os Sertões (1902) de Euclides da Cunha. Ainda que inserido em uma linhagem de obras
que discute a nação e a identidade brasileira, o romance de Rosa também subverte ou desloca alguns de seus ícones, particularmente no que toca à imagem do típico brasileiro como um sertanejo degenerado (Euclides da Cunha) ou doente (Monteiro Lobato). No romance em foco, o sertanejo
guerreiro, ou jagunço, é apresentado no par Riobaldo-Diadorim, o primeiro enamorado do segundo que, não sabe, trata-se de uma mulher travestida de jagunço, uma donzela guerreira, corajosa e capaz. Assim, nenhum dos protagonistas reproduz o ideal de masculinidade historicamente associado na
criação de figuras icônicas da nacionalidade.
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