Summary: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-Graduação em Enfermagem === Made available in DSpace on 2012-10-26T06:43:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1
299980.pdf: 1476277 bytes, checksum: b2fc2cbcaf189dd122bf185e179385eb (MD5) === INTRODUÇÃO: A pessoa com estoma intestinal vive uma condição crônica que pode alterar a representação do corpo e ter repercussões em distintos âmbitos do viver. A atenção em saúde a essas pessoas necessita de um olhar para além do estoma, garantindo atenção integral. Nesta perspectiva, a concepção da Clínica Ampliada e Compartilhada, como diretriz da Política Nacional de Humanização do Sistema Único de Saúde brasileiro, traz um novo olhar para o atendimento da saúde, com: valorização da dimensão subjetiva; valorização das decisões da população em ações de saúde; fortalecimento do trabalho interdisciplinar em saúde; respeito pela pessoa que é protagonista das decisões pessoais; democracia nas relações e a ambiência. A implementação dessa política ainda não é inteiramente conhecida. Nesta perspectiva, acreditamos na importância de efetuar um estudo avaliativo, focalizando a atenção à pessoa com estoma, visando conhecer a realidade dos programas, instituições, a capacitação profissional e como a prática da Clínica Ampliada e Compartilhada tem se constituído como referência na atenção a saúde destas pessoas. OBJETIVO: Avaliar como a Clínica Ampliada e Compartilhada se expressa na atenção à saúde, na perspectiva da pessoa com estoma intestinal, nos primeiros meses após a realização da cirurgia em uma região Metropolitana do Sul do Brasil. MÉTODO: Pesquisa avaliativa qualitativa de serviços de saúde. Participantes: 10 pessoas que realizaram estomia intestinal e seus familiares, residentes nesta região metropolitana. Local do estudo: três hospitais públicos e residência das pessoas com estoma. Coleta de dados: Entrevistas semiestruturadas, realizadas na residência das pessoas com estoma, em duas etapas, sendo a primeira 30 dias após a alta hospitalar e a segunda após 90 dias, no período de janeiro a julho de 2011. Feita análise comparativa de conteúdo seguindo o processo apreensão, síntese, teorização e recontextualização. Obedecida a Resolução 196/96 CNS/MS, aprovado pelos Comitês de Ética e Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina, nº 1106/dez 2010; do Hospital Regional de São José, nº72/2010 e do Hospital Governador Celso Ramos, nº0062/2010. RESULTADOS: Os resultados estão apresentados na forma de dois manuscritos: o primeiro intitulado: "Avaliação da atenção em saúde da pessoa com estoma intestinal na perspectiva da clínica ampliada" que teve como objetivo avaliar como ocorre a educação em saúde para as pessoas com estoma intestinal de uma região metropolitana do Sul do Brasil, na perspectiva da Clínica Ampliada e Compartilhada. O segundo denominado: "Viver com estoma intestinal: a construção da autonomia para o cuidado" teve como objetivo avaliar a atenção desenvolvida nos serviços de saúde às pessoas com estoma intestinal na perspectiva da articulação das ações propostas pela Clínica Ampliada e Compartilhada visando à promoção da autonomia. Verificamos que as pessoas com estoma e seus familiares receberam assistência e orientações técnicas focalizadas na prática do cuidado específico com seu estoma, especialmente com a limpeza da bolsa coletora e adaptação, facilitando o desenvolvimento do autocuidado. Receberam encaminhamento para outros serviços conforme a necessidade, os quais ampliaram os cuidados e as orientações. Ainda assim, observamos lacunas da atenção clínica referentes às orientações relacionadas aos cuidados com alimentação, prática de atividades e esforço físico, como também alterações no vestuário, retorno laboral e reinserção social. Na perspectiva de uma atenção com base na Clínica Ampliada e Compartilhada, verificamos que poucos profissionais de saúde seguem as ações propostas por essa diretriz, já que o tempo e a disponibilidade dos profissionais de saúde foram escassos para práticas como o acolhimento, a escuta, o diálogo, informações compreensíveis e de acordo com a necessidade individual, oportunizando vínculo entre os atores com atendimento integral e humanizado, ações essas que podem contribuir significativamente na adaptação dessas pessoas à nova condição, apoiando a reinserção social e o desenvolvimento da autonomia. CONCLUSÕES: O cuidado clínico e as orientações técnicas realizadas para essas pessoas ainda não estão de acordo com o recomendado pelas literaturas de referência e a legislação específica, sendo que a atenção ainda está muito focalizada apenas na intervenção cirúrgica e nos cuidados com a bolsa coletora. Quando o cuidado ampliado ocorre, as pessoas com estoma e familiares sentem-se mais seguros, pois contam com uma equipe que se mostra presente e integrada para realizarem seu atendimento, independente de qual for a necessidade emergente, facilitando seu processo de reintegração social e autonomia. === INTRODUCTION: The person with an intestinal stoma lives a chronic condition that can change the representation of the body and can have an impact in different areas of living. The health care to these people need a look beyond the stoma, providing comprehensive care. In this perspective, the concept of Extended and Shared Clinic, as a guideline of the National Humanization of Brazilian Unified Health System, brings a new look at health care, with: assessment of the subjective dimension, valuing the decisions of the population in health care actions; strengthening of interdisciplinary work in health; respect for the person who is the protagonist of personal decisions; democracy in relations and ambience. The implementation of this policy is not yet fully known. In this perspective, we believe in the importance of making an evaluation study, focusing attention to the person with stoma, in order to know the reality of programs, institutions, the professional training and how the practice of Extended and Shared Clinic has been established as a reference in the health care these people. OBJECTIVE: Evaluate the Extended and Shared Clinic expresses itself in health care from the perspective of people with intestinal stoma, in the first months after surgery in a metropolitan area of southern Brazil. METHOD: A qualitative evaluation research of health services. Participants: 10 persons who underwent intestinal ostomy and their families, living in this metropolitan area. Place of study: three public hospitals and the residence of people with stoma. Data collection: Semi-structured interviews, conducted at the residence of people with stoma, in two phases, the first 30 days after hospital discharge and the second after 90 days, in the period from January to July 2011. Made comparative analysis of content following the seizure process, synthesis, theorizing and recontextualization. Obeyed Resolution 196/96 CNS / MS, approved by the Ethics and Human Research of the Federal University of Santa Catarina, 1106/dez No. 2010, Regional Hospital of São José, No. 72/2010 and the Governador Celso Ramos Hospital, No. 0062/2010. RESULTS: The results are presented in the form of two manuscripts: the first entitled: "Evaluation of the health care of people with intestinal stoma in view of the extended clinic" that aimed to assess how health education occurs to people with intestinal stoma in a metropolitan area of southern Brazil, in view of Extended and Shared Clinic. The second called "Living with intestinal stoma: the construction of autonomy for care" aims to evaluate the care given in health services to people with intestinal stoma in view of the articulation of the actions proposed by the Clinic Expanded and Shared aimed at promoting autonomy. We found that people with stoma and their families received assistance and technical guidance focused on the practice of care specific to the stoma, especially with cleaning the collection bag and adaptation, facilitating the development of self-care. They received referrals to other services as needed, which expanded the care and guidance. Still, we found gaps in clinical care on the guidelines related to the care of food, activities and practice of physical effort, as well as changes in clothing, returning to work and social reintegration. In view of attention based on Extended and Shared Clinic we found that few health professionals follow the actions proposed by this guideline, as time and availability of health professionals were limited to practices such as hospitality, listening, dialogue, giving understandable information and according to individual needs, providing exchanges between the actors with comprehensive and humane care, actions that may contribute significantly to the adaptation of people to the new condition, supporting the social reintegration and empowerment. CONCLUSIONS: The clinical care guidelines and techniques used for these people still do not agree with the recommended reference literature and by specific legislation, and much attention is still focused only on the surgery and care to the collection bag. When care is extended, people with stoma and family feel more secure, because they have a team that is aware and integrated to perform their service, regardless of what the need is emerging, facilitating the process of social reintegration and autonomy.
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