Summary: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2010 === Made available in DSpace on 2012-10-25T13:20:56Z (GMT). No. of bitstreams: 1
282337.pdf: 2745496 bytes, checksum: 57677676f6d3846c9f60bc9247afb4e7 (MD5) === A presente pesquisa verificou a influência das redes sociais na promoção da saúde e do desenvolvimento de crianças nascidas pré-termo, ao longo dos seus dois primeiros anos de idade. Identificaram-se os fatores de risco e de proteção ligados à configuração de tais redes e presentes na criança e no ambiente familiar, bem como relacionaram-se os resultados do desenvolvimento da criança com as variáveis do ambiente familiar. A abordagem teórico-metodológica que abarcou este estudo teve como substrato o Modelo Bioecológico do Desenvolvimento Humano. A amostra da pesquisa foi constituída por 11 recém-nascidos pré-termo e suas famílias, acompanhados longitudinalmente. Utilizaram-se as abordagens quantitativa e qualitativa e os seguintes instrumentos e técnicas: Análise Documental dos Prontuários, Observação Participante, Genograma, Ecomapa, Entrevista Semiestruturada, Roteiro de Entrevista para Identificação de Riscos Biopsicossociais na História de Vida da Criança, Índice de Risco Psicossocial de Rutter, Inventário Home para Observação de Medidas do Ambiente, Escala de Eventos Vitais e Teste de Denver-II. Os dados quantitativos foram analisados por meio da estatística descritiva não paramétrica e os dados do Genograma e dos Ecomapas foram submetidos à análise de conteúdo categorial temático utilizando um sistema de categorias definido a priori, adaptado. Os resultados mostraram a presença de riscos pré, perinatais e antecedentes mórbidos no núcleo Pessoa, uma vez que as crianças nasceram pré-termo. As famílias com o tipo de relacionamento harmônico enfrentaram menos eventos adversos, apresentaram estabilidade socioeconômica e estimulação no ambiente familiar, segundo classificação do Inventário Home, e o risco psicossocial mostrou-se de baixo a moderado. Além desses aspectos processuais e contextuais, observou-se, também, a presença de fatores de proteção para o desenvolvimento das crianças, por meio do Teste de Denver-II. A rede social pessoal das famílias apontou para os seguintes fatores de proteção: tamanho médio na rede; ausência de dispersão entre os membros; conexão entre os microssistemas; reciprocidade de apoio; interação forte com as mães dos bebês internados; história e experiência prévia positiva entre a família nuclear e os membros da rede; multidimensionalidade de funções e presença de interações forte e com fluxo. As famílias com menor tamanho em sua rede social foram as que apresentaram fatores de risco conjugados nos quatro núcleos do Modelo Bioecológico. O apoio emocional foi a função predominante na rede social das famílias, desempenhada especialmente pelo pai. Os avós maternos e paternos apresentaram-se como a rede de apoio mais estável, ativa e confiável, ao longo do tempo, desempenhando um maior número de funções. O ambulatório de seguimento acompanhou as crianças até dois anos de idade e não dispunha da atuação efetiva de uma equipe multidisciplinar. A Unidade Local de Saúde apresentou interação tênue com as famílias, marcada por dificuldades e distanciamentos. Esses últimos resultados indicaram a presença de fatores de risco nas interações microssistêmicas da rede institucional das crianças e de suas famílias.
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