Contribuições foucaultianas na análise do trabalho de produção de si atravessado pelo enunciado da depressão

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2010 === Made available in DSpace on 2012-10-25T05:39:41Z (GMT). No. of bitstreams: 1 283001.pdf: 992337 bytes, checksum: 8bb401baea756fcc1...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Baroni, Daiana Paula Milani
Other Authors: Universidade Federal de Santa Catarina
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2012
Subjects:
Online Access:http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/94022
Description
Summary:Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2010 === Made available in DSpace on 2012-10-25T05:39:41Z (GMT). No. of bitstreams: 1 283001.pdf: 992337 bytes, checksum: 8bb401baea756fcc1e726030f2a24553 (MD5) === Esta pesquisa pretende, partindo dos últimos textos de Foucault, utilizar-se de alguns temas abordados por ele para refletir sobre a produção de uma forma de subjetividade possível a partir do reconhecimento de si como portador de um transtorno psiquiátrico. Tais temas se entrelaçam em uma mesma problematização do que somos nós na atualidade, como nos fazemos sujeitos historicamente. Desta maneira temas como o saber e poder médico e psiquiátrico, a produção de uma experiência ética, subjetividade e verdade, serão as vias de aproximação com o problema do reconhecimento de si em uma verdade que atribui a determinadas condutas a definição de patológicas, tendo como foco o enunciado da depressão. Para tanto, serão analisados fóruns e enquetes pertencentes a comunidades relacionadas à depressão no site de relacionamento virtual "Orkut" no intuito de observar os vestígios do trabalho realizado sobre si permeado por este enunciado. Tornar-se depressivo é empreender um trabalho não de encontrar a depressão em sua interioridade, a verdade da depressão presente em si mesmo conforme se é levado a crer. Ao contrário, tornar-se depressivo é empreender o exercício de reconhecer-se depressivo nas minúcias do que se tem como o mais íntimo, as sensações, é ligá-las a uma verdade dificilmente questionável dentro de uma racionalidade biopolítica que constrói um ideal de saúde a ser perseguido por todos. Tornar-se depressivo compreende os exercícios de interpretar-se a partir do diagnóstico, justificar-se através de sua suposta condição patológica, antever suas possibilidades dentro do campo de projeções do tratamento, pôr-se em referência ao que é descrito para si como forma de vida. É fazer atuar em si mesmo esta verdade capaz de dar contornos a um conjunto de sensações até então não capturado com tamanha propriedade por outro saber.