Summary: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-Econômico, Programa de Pós-Graduação em Economia, Florianópolis, 2009 === Made available in DSpace on 2012-10-24T22:16:19Z (GMT). No. of bitstreams: 1
271614.pdf: 1047456 bytes, checksum: 02d8d4c584a9286757681b4706e9878f (MD5) === Este estudo tem como objetivo investigar características importantes da política monetária e sua transmissão na economia brasileira entre 1995 e 2009, entre elas as respostas das principais variáveis macroeconômicas aos choques de política monetária exógena e não esperada, as quebras estruturais destas relações e também a reação da produção industrial desagregada. Para tanto, utilizou-se da estimação de modelos VAR e SVAR para captar o efeito exógeno da política monetária, cuja identificação das restrições foi realizada por métodos de análise sistêmica de estruturas. Além disso, a estabilidade dos parâmetros estimados foi flexibilizada pela estimação de modelos MS-VAR, o que trouxe insights sobre as mudanças estruturais da economia brasileira. Foram identificados três regimes de transmissão da política monetária: (i) 1995 a 1998, coincidente com o regime de câmbio semi-fixo, com a taxa de câmbio sendo o elemento preponderante na definição da taxa SELIC, que cumpria a função de absorver dos choques externos; (ii) 1999 a meados de 2003, período marcado pela estruturação do regime de metas inflacionárias, de início da flutuação cambial e de choques às variáveis macroeconômicas decorrentes de dúvidas quanto ao abastecimento energético, da sucessão presidencial e da construção da reputação da política monetária do governo Lula; e (iii) de meados de 2003 a 2009, que corresponde à consolidação do regime de metas inflacionárias, o que é visto pela predominância do nível de preços na função de reação do Banco Central. A efetividade da política monetária também é aumentada, visto que o efeito da SELIC na produção industrial e no nível de preços se torna negativa, sendo estatisticamente significativo para a primeira. A estimação das Funções de Impulso e Resposta apresentou alguns fatos relevantes: (i) a produção é consistentemente afetada pelo choque monetário, sendo que o efeito máximo ocorre entre dois e quatro meses e o nível de produção industrial volta à sua tendência de longo prazo em até um ano; (ii) a taxa de juros de curto prazo afeta as de longo prazo com pouca defasagem; (iii) as alterações na estrutura a termo geram respostas negativas na produção industrial, uma evidência de um mecanismo de transmissão da política através da estrutura a termo; (iv) choques nas expectativas de taxas de juros impactam positivamente a taxa de juros de curto prazo; (v) verifica-se a ocorrência dos efeitos price puzzle e pass-through em relação ao efeito da política monetária e da taxa de câmbio no nível de preços, respectivamente; e (vi) a resposta da SELIC ao choque inflacionário se mostrou crescente ao longo dos regimes, o que indica o fortalecimento do regime de metas de inflação. No que tange às respostas dos setores industriais, os de Bens de Consumo Duráveis e de Capital mostram as duas maiores reações, seguidos do setor de Bens Intermediários e de Consumo Semi e Não-Duráveis, sendo o último muito pouco afetado. Os testes dos setores desagregados por tipo de bem tiveram resultados semelhantes a estes grupos, e confirmam muitos dos achados de estudos sobre a transmissão da política monetária no Brasil e no mundo.
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