Summary: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Letras/Inglês e Literatura Correspondente, Florianópolis, 2009 === Made available in DSpace on 2012-10-24T20:52:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1
270320.pdf: 7580294 bytes, checksum: 251d0530b0582b881a1d59d9ea614a1a (MD5) === Esta tese analisa como cenas sinistramente violentas no Macbeth de William Shakespeare são realizadas em três produções teatrais (a Macbeth de Trevor Nunn, para a Royal Shakespeare Company, em 1976, a Macbeth de Ulysses Cruz, e Trono de Sangue de Antunes Filho, ambas de 1992) e em dois filmes (o Macbeth de Roman Polanski, de 1971, e Homens de Respeito, de William Reilly, de 1991). Essas produções foram escolhidas devido a sua proximidade nas respectivas épocas e sua relevância: a Macbeth de Nunn é um marco muito elogiado; as duas Macbeths brasileiras ocorreram em um momento em que o Brasil não estava feliz com seu presidente, que renunciou antes de sofrer o impeachment. Quanto aos filmes, o de Polanski é provavelmente o mais violento de qualquer adaptação de Shakespeare para as telas, e o de Reilly é uma apropriação que transporta a ação para a Máfia do século XX. Através de uma análise de "The Sand-Man," de Ernst Hoffman, Freud desenvolveu seu conceito do sinistro, aquilo que é estranhamente familiar, que deveria manter-se escondido mas insiste em aparecer. O sinistro engloba várias características, como os duplos, a compulsão em repetir, o mau olhado, o olho grande, o olhar, o impulso da morte, déjà-vu, fantasmas, bonecas e autômatos, a nebulosidade entre fantasia e realidade, a limininalidade, epilepsia e loucura. A maior parte desses traços está presente no texto da peça e nas cinco produções analisadas. Esta tese investiga se o sinistro vem mais à tona quando a violência se mistura, e vice-versa, e por que às vezes se tem certeza de ter visto algo que sequer foi mostrado-o que é, por si só, uma sensação sinistra. Para explorar essas perguntas, esta tese compara duas mídias, teatro e cinema, sob a ótica da Análise de Performance. Outro capítulo teórico é dedicado ao sinistro e à violência em Macbeth. Os outros três capítulos analisam cada produção, sempre dando atenção ao contexto em que cada uma foi realizada. A tese conclui que violência e sinistro andam lado a lado nas cinco produções e no texto em si, mas que o filme de Polanski é difícil de ser igualado em termos de violência sinistra, já que opta por mostrar na tela muito da violência que é apenas sugerida no texto (como no caso do assassinato de Duncan). No entanto, todas as cinco produções oferecem exemplos interessantes de violência sinistra em um texto que sempre foi considerado um dos mais violentos entre as obras de Shakespeare, e que poderia ser visto também como o mais sinistro.
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