Summary: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, Florianópolis, 2009 === Made available in DSpace on 2012-10-24T11:57:54Z (GMT). No. of bitstreams: 1
269436.pdf: 486298 bytes, checksum: bd35be7f5f3342ddcf67e164772a7f94 (MD5) === A informação ocupa um papel central na contemporaneidade e é a base para a tomada de decisões nas várias esferas sociais. Ao mesmo tempo, o excesso de informação e da oferta de estímulos tecnológicos e visuais faz com que o sujeito sinta-se incapaz de acompanhar as mudanças e transformações da vida e da sociedade, que acontecem em velocidade vertiginosa. As pessoas sentem necessidade de romper com aspectos como o imediatismo e a descartabilidade, experienciando um tempo distinto do cronológico e vivenciando o encontro, a troca e a partilha. Contar histórias, dando vazão às necessidades de comunicação, traduzindo por meio de palavras, acontecimentos cotidianos, memórias, angústias, alegrias e prazeres da existência, é uma das maneiras de vivenciar esse encontro. A presente dissertação discorre sobre o reaparecimento do contador de histórias, em sua configuração contemporânea, a partir das últimas décadas do séc. XX, buscando averiguar como eles compreendem a profissionalização do seu fazer, a partir dos pressupostos que definem uma profissão na visão do sociólogo Eliot Freidson (1998): expertise, credencialismo e autonomia. Para tanto, realizou-se uma pesquisa exploratória e descritiva. O universo da pesquisa abrangeu os contadores de histórias brasileiros, que se auto-identificam como tal e desenvolvem a contação como atividade remunerada. Os instrumentos utilizados na coleta de dados foram: questionário com vinte contadores que divulgam o seu trabalho em meio eletrônico e entrevista com dez contadores de histórias residentes na Grande Florianópolis. As entrevistas e o questionário foram analisados por meio da técnica da análise de conteúdo de Bardin, que é o tratamento das informações contidas nas mensagens, com o objetivo de verificar hipóteses e descobrir o que está por trás dos conteúdos
manifestos. Tendo em vista os três pressupostos de Freidson, contar
histórias ainda não pode ser considerada uma profissão, já que não há a
obrigatoriedade de um treinamento formal nesta arte e tampouco maneiras
de credenciá-lo. No entanto, os contadores de histórias que exercem
trabalho remunerado podem ser considerados profissionais, por sua relação de troca com o mercado, fato que se confirmou na fala dos entrevistados. A autonomia parece ser uma condição indispensável do seu trabalho, pois o contador desenvolve sua performance de acordo com escolhas ideológicas, gostos pessoais e conhecimentos técnicos. === Information has a main role in contemporary life and is the base for decision-making in several social spheres. At the same time, excess of both information and technological and visual stimulus makes the individual feel incapable of following changes and transformations in life and society; changes that occur in a vertiginous way. People feel the need to break values such as immediatism and discardability, thus experiencing a nonchronological time, having encounters, exchanges and sharing. Storytelling, by opening space to needs of communication, translating daily events, memories, anguishes, joys and the pleasures of existence through words is one way to experience this encounter. The following dissertation concerns the reappearance of the storyteller, in his/her contemporary configuration, during the later decades of the 20th century, aiming to inquire how storytellers comprehend their professionalization through the presuppositions that define a profession under the perspective of sociologist Eliot Freidson (1998): expertise, accreditation and autonomy. For such reason, an exploratory and descriptive research was carried out. The universe of the research comprised Brazilian storytellers that auto-identified themselves as such and developed storytelling as a paid activity. The tools used for data collection were: questionnaires given to twenty storytellers that have promoted their work through the internet and interviews with ten storytellers living in Greater Florianopolis. The interviews and questionnaires were analyzed through Bardin#s content analysis technique, which involves treatment of the information contained in the messages, aiming to verify hypotheses and discover what is hidden behind the manifested content. Taking under consideration Freidson#s three presuppositions, storytelling can not yet be considered a profession, given that formal conducts are not obligatory in this art and there are no ways of accreditation. However, storytellers that exercise their paid jobs can be considered professionals, due to their relation with the market, fact that was confirmed by the interviewees. Autonomy seems to be an indispensible condition in their work, due to the fact that storytellers develop their performance according to ideological choices, personal preferences and technical knowledge.
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