Caracterização morfofisiológica do sistema de incompatibilidade atuante em goibeira-serrana (Acca sellowiana (BERG) Burret) (Myrtaceae)

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias. Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais. === Made available in DSpace on 2012-10-24T02:31:47Z (GMT). No. of bitstreams: 0 === A goiabeira-serrana (Acca sellowiana (Berg) Burret) é uma árvor...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Finatto, Taciane
Other Authors: Universidade Federal de Santa Catarina
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Florianópolis, SC 2012
Subjects:
Online Access:http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/91789
Description
Summary:Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias. Programa de Pós-Graduação em Recursos Genéticos Vegetais. === Made available in DSpace on 2012-10-24T02:31:47Z (GMT). No. of bitstreams: 0 === A goiabeira-serrana (Acca sellowiana (Berg) Burret) é uma árvore frutífera pertencente à família Myrtaceae, nativa do planalto meridional brasileiro e nordeste do Uruguai. É uma espécie alógama e possui flores hermafroditas. Embora apresente auto-incompatibilidade, são encontradas plantas auto-compatíveis em populações naturais. O estigma torna-se receptivo 24 h antes da deiscência das anteras e suas flores apresentam variação na distância entre estigma e anteras (DEA), podendo ser atribuídas três classes: 1, 2 e 3 - distância variando entre 0 e 0,4 cm; 0,5 e 0,9 cm e 1,0 e 1,4 cm, respectivamente. Não obstante alguns estudos têm evidenciado a presença de auto-incompatibilidade nesta espécie, ainda não existem trabalhos elucidando sua forma de ação. Deste modo, o objetivo do trabalho foi caracterizar o sistema de auto-incompatibilidade atuante em A. sellowiana. Os estudos foram conduzidos na Estação Experimental da Epagri , no município de São Joaquim/SC, nos ciclos de produção de 2006/2007 e 2007/2008. Em 2006/2007 foram realizados cruzamentos utilizando como receptores de pólen nove acessos que representam as três classes de DEA, além de um acesso auto-compatível, procedendo-se os seguintes tratamentos de polinização: geitonogamia (T1); polinização cruzada - mistura de pólen de distintos acessos (T2); polinização natural (T6) e ausência de polinização (T7). Foram realizadas avaliações histológicas em pistilos submetidos a T1 e T2, no intuito de verificar o desenvolvimento dos tubos polínicos ao longo do estilete, ovários e óvulos. Foi mensurado o crescimento de óvulos e ovários em flores submetidas aos tratamentos T1, T2 e T7. Além disto, foram avaliados os caracteres: frutificação efetiva, número de frutos maduros, peso de polpa, número de sementes e viabilidade das sementes. No ciclo 2007/2008 foram utilizados como receptores de pólen nove acessos pertencentes às três classes de DEA, e como fontes de pólen os tratamentos T1, T2 e T6; adicionalmente, foram realizados os cruzamentos recíprocos T3 (mistura de pólen DEA 1), T4 (mistura de pólen DEA 2) e T5 (mistura de pólen DEA 3); estas misturas nunca incluíam o pólen do acesso receptor. Os resultados deste trabalho evidenciam que A. sellowiana apresenta barreiras de auto-incompatibilidade de ação tardia, atuando após a penetração dos tubos polínicos no saco embrionário. Isto foi verificado pelo desenvolvimento dos tubos polínicos até o ovário, descarga dos núcleos espermáticos na sinérgide degenerativa, formação do zigoto a partir do 24° dia após a polinização, e desenvolvimento do endosperma tanto em pistilos submetidos a T1 quanto naqueles submetidos a T2. O crescimento dos óvulos sob T1 foi significativamente menor, comparativamente ao daqueles submetidos a T2, a partir do 20° dia após a polinização, enquanto que para o crescimento dos ovários isto foi verificado no 22° dia. Dos pistilos submetidos a T1, 58% e 72% tiveram abscisão no 28° e 30° dia após a polinização, respectivamente. Os cruzamentos entre classes de DEA apresentaram elevada frutificação efetiva, evidenciando que as formas florais não estão relacionadas com a auto-incompatibilidade. Foi verificada reduzida frutificação efetiva nos sistemas de polinização natural nos dois ciclos de avaliação. O acesso auto-compatível apresentou maior frutificação efetiva para T2, seguido de T1, sendo que o menor percentual foi observado em T6, contudo, apresentou menor quantidade de frutos maduros, número de sementes e peso de polpa por ocasião da maturação, além de apresentar menor taxa de germinação de sementes, sugerindo ação precoce da depressão endogâmica neste acesso auto-compatível. Para os acessos auto-incompatíveis, nos tratamentos T2 e T6, as flores que apresentam maior DEA evidenciaram maior número de frutos maduros, peso de polpa, número de sementes e taxa de emergência, comparativamente àquelas que apresentam menor DEA, o que provavelmente está associado à maior quantidade de óvulos neste tipo de flores