Summary: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Florianópolis, 2008. === Made available in DSpace on 2012-10-23T16:10:02Z (GMT). No. of bitstreams: 1
267268.pdf: 1275941 bytes, checksum: 92b1799b4ae46581b2ea138a1f1c47ab (MD5) === Este trabalho busca ler as formas de representação da nação moçambicana em gesta na literatura de Mia Couto, a partir da análise de três dos seus romances: Terra sonâmbula, A varanda do frangipani e O último voo do flamingo. Dialoga teórica e criticamente com fragmentos do pensamento benjaminiano, a grande moldura para essa reflexão, atualizados em alguns tropos das teorias pós-coloniais de Edward Said, Stuart Hall e Homi Bhabha. Interessa-me, neste trabalho, sobretudo a teoria da narração benjaminiana, sua especulação sobre o que é contar a História, as histórias, e as estórias de Couto, em que tempo e memória são seus eixos fundamentais. Em um tempo-espaço que resiste à perda da experiência (Erfahrung), ao declínio da capacidade de narrar em um mundo de vivências (Erlebnisse) fragmentadas, a palavra salvadora de Couto vai criando Moçambique, a contrapelo de qualquer modelo homogeneizador de nação, reafirmando a ambivalência dos seus interstícios. Suas metáforas e alegorias marcadas pelo movimento da errância, do exílio e de todo tipo de des-locamento revelam um universo social, político, cultural e religioso que se coloca em um lugar intervalar de tradução cultural, um terceiro espaço, entre uma tradição que ainda insiste em revisitar o passado, que não e´ mais concebido como fixo ou imutável, e um presente pós-colonial que configura um tempo de emergência, um tempo do agora, o Jetztzeit benjaminiano. Em um mundo cindido entre Erfahrung e Erlebnis, em constante territorialização/desterritorialização /reterritorialização, a literatura de Couto escreve e falam. === The intention of this work is to analyze the representation forms of the Mozambican nation featured in Mia Coutos literature through the analysis of three of his novels: Terra sonâmbula (Sleepwalking land), A varanda do frangipani (Under the frangipani) and O ultimo voo do flamingo (Last flight of the flamingo). The work dialogues theoretically and critically with fragments of the Benjaminian thought which can be considered the great framework for this reflection actualized in some tropes of the post-colonial theories of Edward Said, Stuart Hall and Homi Bhabha. It is of my main interest in this work the Benjaminian narration theory, his speculation concerning the telling of History, histories, and Coutos tales, in which time and memory are fundamental axes. In a space-time that resists to the loss of experience (Erfahrung), to the decline of the capacity to narrate in a world of fragmented experiences (Erlebnisse), the savior word of Couto creates Mozambique, against all homogenizing models of nation, reaffirming the ambivalence of its interstices. His metaphors and allegories are marked by movements of wandering, exile and all sort of dis-locations, which reveal a social, political, cultural and religious universe that puts itself in an interspatial position of cultural translation, a third space between a tradition that still insists in revisiting the past, not conceived as fixed or immutable anymore, and a post-colonial present that configures a time of emergency, a nowtime, the Benjaminian Jetztzeit. In a world divided between Erfahrung and Erlebnis in constant eerritorialization/deterritorializaion/reterritorialization, Coutos literature writes and speaks this world, engendering new perspectives for the traditional mythos/logos, world of the living/world of the dead, colonialism/post-colonialism, tradition/modernity, reality/dream, orality/writing and rural/urban dichotomies. Coutodefeated, invisibilized by the History of the hegemonic narrative of colonialism.
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