Summary: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Geografia. === Made available in DSpace on 2012-10-23T12:17:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1
247493.pdf: 8796379 bytes, checksum: 8fe56f16c22e4b71cc765b21da291597 (MD5) === Este trabalho aborda a questão da modernização da agricultura em sua expressão territorial. O tema central refere-se à construção de territorialidades rurais no município de Cascavel, estado do Paraná entre 1960 e 2007. Admitindo-se que o movimento transescalar do capital produz implicações territoriais, objetivou-se compreender a configuração das distintas territorialidades agrícolas e não-agrícolas, analisando-as sob a ótica do processo de modernização da agricultura iniciado na região Oeste do estado do Paraná, em meados da década de 1960. O território expressa, portanto, as diferentes respostas locais ao processo de reprodução do capital, amparado por condicionantes tecnológicos mais elaborados. Nesse sentido, a transformação no uso dessa porção do território foi conseqüência de um conjunto de políticas públicas gestadas a partir de 1960, notadamente com a instrumentalização do crédito rural e por meio de condições técnicas favoráveis. Isso proporcionou a configuração de territorialidades onde as atividades agrícolas praticadas por categorias empresariais consolidadas e capitalizadas se sobrepõem às outras dinâmicas rurais, principalmente àquelas alicerçadas na agricultura familiar. Nestas, se faz presente, além das atividades agrícolas, uma dimensão pluriativa, como complemento da renda familiar. A existência de empresas-rede, como as agroindústrias integradoras, verticalizadas e com conteúdos tecnológicos ajustados às demandas globais também concorre para um paradoxo; ao mesmo tempo em que proporciona alternativas de renda aos pequenos produtores familiares, não oportuniza condições para que esses possam aumentar sua receita no momento da comercialização. Assim, as territorialidades rurais desenvolvidas, também refletem a exclusão. Diante disso, o valor da propriedade familiar, bem como suas possibilidades de reprodução, torna-se dependente dessa lógica. Pode-se afirmar, que a organização territorial rural é conseqüência de um processo de desenvolvimento capitalista ancorado no produtivismo e que amplia as diferenças entre os produtores rurais naquele território rural. Nesse cenário, as ruralidades que se elaboram com tantas contradições, os mecanismos institucionais podem contribuir em defesa da pequena agricultura familiar para que ela participe dignamente, com seu trabalho e competência, da produção em escala cada vez mais ampliada.
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