Summary: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde. Programa de Pós-graduação em Enfermagem === Made available in DSpace on 2012-10-23T03:41:08Z (GMT). No. of bitstreams: 1
242236.pdf: 2215436 bytes, checksum: 3f78197b95752d23969cbf85fa4ad83d (MD5) === Analisar a relação entre vulnerabilidade e protagonismo a partir da experiência de profissionais do sexo e caminhoneiros frente à aids foi o objetivo deste estudo. O desenho desta pesquisa caracteriza-se pela metodologia RARE (Rapid Assessment, Response and Evaluation), a qual utiliza Epidemiologia, Etnografia e dados já disponíveis num determinado contexto, para obtenção de informações importantes acerca de populações vulneráveis e de difícil acesso. Vem sendo empregada para a obtenção de informações rápidas, onde não existam dados suficientes para que programas, intervenções ou políticas de prevenção sejam mais eficazes para determinada população. O total de sujeitos acessados diretamente foi de 69 indivíduos, através de diferentes técnicas. Os temas focados foram local/condição de trabalho, acesso a serviços de saúde, gênero e saúde. Os resultados após a triangulação de dados apontam para a existência de deficiências no acesso dessas populações a serviços de saúde, colaborando com a manutenção da vulnerabilidade social. A preferência de grande quantidade de caminhoneiros por relacionamentos com travestis expõe a bissexualidade e a necessidade de maior poder de barganha no sexo protegido da parceria fixa, bem como necessidade para os serviços de prevenção incluírem essa opção sexual como meta de prevenção, utilizando a abordagem de gênero. O número de caminhoneiros que pretende/realiza relações sexuais com profissionais do sexo sem proteção continua motivo de preocupação na disseminação da epidemia HIV/AIDS; o uso de camisinha, embora relatado como freqüente e consistente, na prática ainda se configuram como elemento distante da prática sexual cotidiana. O consumo de álcool, rebites é freqüente entre caminhoneiros e estes se percebem sem liderança que promova seu empoderamento. O uso do Rebites é admitido pelos caminhoneiros e empresários do setor de transportes com uma "certa naturalidade". Os tomadores de decisão em políticas públicas têm consciência da problemática, todavia não promovem encontros entre os diversos serviços que prestam assistência a essas populações, para o planejamento de políticas públicas adequadas, que acolham, promovam saúde, atendam às próprias populações móveis em suas reivindicações e diminuam os índices de contaminação ao HIV/aids, demais doenças infecciosas e agravos à saúde. Os profissionais do sexo na região estão organizados através da APROSVI , que luta pelo próprio reconhecimento e afirmação envolvendo grande número de atores sociais além dos próprios profissionais do sexo. Apesar de inúmeras dificuldades, o acesso a serviços de saúde pelos profissionais do sexo está melhor do que para os caminhoneiros. O estudo recomenda que sejam realizadas campanhas de conscientização para os profissionais do sexo, enfatizando-se o uso correto do preservativo, a necessidade de uso incondicional e a possibilidade de empoderamento - para que consigam negociar o uso com os clientes sem sofrerem as conseqüências da violência. A divulgação sobre locais de distribuição gratuita de preservativos carece de maior divulgação, ao longo das principais rodovias e nos postos de combustíveis de paradas mais freqüentados. A "quota" de preservativos distribuída necessita ser revista. Parcerias entre serviços públicos de saúde, centros formadores de profissionais de saúde, ONGs e demais segmentos da sociedade civil são desejadas a fim de promover o protagonismo entre as populações vulneráveis.
Analyzing the relationship between vulnerability and protagonism on sex professionals and truck drivers experience with aids was the objective of this study. The design of this project was based on the RARE (Rapid Assessment Response and Evaluation) methodology, which uses Epidemiology, Ethnography and available data in a given context to obtain important information about vulnerable and hard reachable populations. It has been used to obtain quick information when there are not enough data so that prevention programs, interventions or politics could be more effective to a determined population. The number of individuals directly accessed was 69, through different techniques. The focused themes were place/condition of working, access to health services, gender and health. The results, after data triangulation, indicate the existence of deficiencies on the access of these populations to health services, collaborating to the maintenance of their social vulnerability. The preference of a great number of truck drivers on having relationships with travesties exposes bisexuality and the need of a higher bargain power on safe sex with the regular partner, as well as the need of prevention services considerate this sexual option as a prevention objective, using gender approach. The number of truck drivers which intends/have sexual relations with sex professionals without protection is still a reason to worry about on epidemic dissemination of HIV/AIDS; the use of condoms, although related as frequent and regular, is actually steel a distant element on daily sexual practice. The use of alcohol and stimulants is recurrent among truck drivers and they find themselves without a leadership which promotes their empowerment. The use of stimulants is acceptable among truck drivers and transport entrepreneurs as a "kind of natural". The decision makers in public politics are conscious of this problematic, however do not organize meetings with the many care services which attend those populations, to plan adequate public politics to take care, promote health and attend even the claims of the mobile populations and reduce the incidence of contamination of HIV/AIDS, other infectious diseases and health injuries. Local sex professionals are organized on ASPROVI , which fights for their recognition and affirmations, involving a great number of social actors including sex professionals themselves. Despite uncountable difficulties, the access to public health service by sex professionals is easier than to truck drivers. This study recommends that campaigns be organized to aware sex professionals to the correct use of preservatives, the need of its unconditional use and the possibility of empowerment - so that they could negotiate its use in relations with their clients without having consequences of violence. The announcing of places of free distribution of preservatives need more publicity, along the main roads and gas stations of the most frequented stops. The share of distributed preservatives must be reviewed. Join ventures among public health services, health professionals training centers, NGOs and other civil society segments are desirable as a way to promote protagonism among vulnerable populations.
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