O processo de trabalho e o desencadeamento dos agravos à saúde dos trabalhadores rurais

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção === Made available in DSpace on 2012-10-22T06:04:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 209912.pdf: 2618374 bytes, checksum: 8733ebdd99c02250543692397ba5895d (MD5) === Esta pes...

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Bibliographic Details
Main Author: Monteiro, Janne Cavalcante
Other Authors: Universidade Federal de Santa Catarina
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Florianópolis, SC 2012
Subjects:
Online Access:http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/88152
Description
Summary:Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção === Made available in DSpace on 2012-10-22T06:04:30Z (GMT). No. of bitstreams: 1 209912.pdf: 2618374 bytes, checksum: 8733ebdd99c02250543692397ba5895d (MD5) === Esta pesquisa investiga o processo de trabalho na agricultura familiar, relacionando as atividades de trabalho aos agravos à saúde, pois se entende que este trabalho tem cargas físicas, mentais e psicológicas que podem determinar o sofrimento físico e psíquico. Para entender essas questões utilizou-se os métodos do estudo de caso e da Análise Ergonômica do Trabalho. Foram utilizadas as técnicas de observação e entrevistas, mas principalmente a de ouvir o agricultor familiar, resgatando o significado do trabalho que parece ser puramente mecânico. A metodologia para o tratamento de dados é a qualitativa. O estudo de caso foi realizado no município de Tangará, localizado no meio-oeste catarinense, em três propriedades agrícolas. Como resultados principais pode-se destacar: a) o modo operatório do agricultor familiar é influenciado por três fatores: pela disponibilidade de máquinas adequadas para as tarefas, o que deriva de sua capacidade de investimento em máquinas e implementos agrícolas; pelos saberes adquiridos muito com a experiência de trabalho, com a vivência na agricultura e com alguns treinamentos; e por um mecanismo de defesa frente a situações de risco onde o agricultor é obrigado a realizar uma atividade perigosa e o faz sem utilização de meios adequados de proteção, como uma maneira inconsciente de ignorar ou enfrentar o risco; b) existe um significativo relato sobre problemas ocasionados por má postura e sobrecarga física, o que determina quadros dolorosos musculares agudos e crônicos, principalmente na coluna lombar e cervical, nos punhos, nas pernas, e em algumas ocasiões, em todo o corpo; c) o comportamento dos agricultores familiares no enfrentamento desses incidentes e doenças e de suas condições de trabalho é, muitas vezes, o de negar esses riscos, mas ao negá-los também acumula uma carga psíquica que pode se manifestar na primeira situação de estresse que enfrentar, gerando quadros depressivos, dolorosos e patológicos em geral; d) foram relatados problemas de saúde como depressão, problemas cardíacos e hipertensão arterial, o que pode ser sinal de somatização de sobrecargas psíquicas acumuladas pelo trabalho. Conclui-se que o trabalho agrícola familiar possui uma complexidade que foge às demandas físicas e pode gerar várias sobrecargas sobre o agricultor, sendo este destituído de maior suporte para entendê-las e administrá-las. Dessa forma, existe uma grande necessidade de estudos para um entendimento mais amplo do processo de trabalho na agricultura familiar e sua relação com a saúde, com o modo operatório e com o saber do agricultor, além de estudos que permitam uma aplicação de programas junto à agricultura familiar.