O (des)envolvimento do desenvolvimento capitalista

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental. === Made available in DSpace on 2012-10-21T03:02:01Z (GMT). No. of bitstreams: 0 === Este trabalho investiga a contradição fundamental existente entre a lógica de a...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Melo, Mauro Martini de
Other Authors: Universidade Federal de Santa Catarina
Language:Portuguese
Published: Florianópolis, SC 2012
Subjects:
Online Access:http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/86044
Description
Summary:Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental. === Made available in DSpace on 2012-10-21T03:02:01Z (GMT). No. of bitstreams: 0 === Este trabalho investiga a contradição fundamental existente entre a lógica de apropriação do capital e a lógica de funcionamento da natureza, ou seja, o(s) modo(s) pelo(s) qual(is) o processo de (des)envolvimento capitalista vem (re)produzindo um estilo cada vez mais insustentável de se viver, gerando profundas contradições de diferentes ordens - ecológica, social e cultural - que em realidade são inerentes ao seu processo de funcionamento. Discute, portanto, a (im)possibilidade de se atingir um estilo de desenvolvimento sustentável dentro dessa lógica capitalista de produção. A análise enfoca a dinâmica de ampliação quantitativa do capital e os processos e ideologias racionalizadoras que se constituem como elementos detonadores da intitulada "crise ambiental". Nossa hipótese é que o "avanço" das relações capitalistas tem acelerado os efeitos entrópicos ambientais, transformando as "forças produtivas" em "forças destrutivas" do indivíduo (por romper o elo ontológico entre Logos e Eros), da sociedade (ao tornar as relações cada vez mais impessoais), da cultura (ao aniquilar os costumes locais, afetando identidades e referências) e da natureza (ao tratá-la exclusivamente como uma série de recursos a ser apropriada, explorada, dilapidada - enfim, transformando-a em uniformidade quantitativa, guiada pela unidimensionalidade mercadológica, pois a única riqueza que essa lógica reconhece é o seu valor em processo). O processo de consolidação do capitalismo acabou edificando um determinado Lebenswelt, fundamentado na primazia de uma racionalidade instrumental, resultado do imbricamento entre ciência e técnica, transmutada em uma economia mecanicista e em uma ciência que não consegue se refletir, resultando assim na fragmentação, na disjunção e na simplificação da realidade, negando sua complexidade. O estudo finaliza examinando como essa lógica instrumental ainda prepondera, difundindo técnicas para tratar "objetivamente" as questões do "meio-ambiente" que são altamente sofisticadas, mas que se mostram completamente inócuas para lidar com a complexidade ambiental, que, em última instância, está associada fundamentalmente às questões qualitativas da vida.Tanto a ciência como a racionalidade econômica reinantes no capitalismo têm demonstrado uma enorme inaptidão/incompetência para tratar delas e (re)conhecê-las como legítimas, o que conduz ao aprofundamento da crise ambiental.