Gentes do Grande Mar Redondo

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em História. === Made available in DSpace on 2012-10-20T14:03:07Z (GMT). No. of bitstreams: 0 === Esta tese discute riqueza e pobreza em uma comarca litorânea e portuária do B...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Leandro, José Augusto
Other Authors: Universidade Federal de Santa Catarina
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Florianópolis, SC 2012
Subjects:
Online Access:http://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/84956
Description
Summary:Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em História. === Made available in DSpace on 2012-10-20T14:03:07Z (GMT). No. of bitstreams: 0 === Esta tese discute riqueza e pobreza em uma comarca litorânea e portuária do Brasil Meridional chamada Paranaguá, no período 1850-1888. Divide-se em duas partes. Na primeira, a partir da análise de hierarquias socioeconômicas e de aspectos da composição do patrimônio daqueles que denominamos "bem afortunados", "afortunados e minimamente afortunados", apontamos uma sociedade francamente retrógrada, na qual a principal característica foi o arcaísmo das práticas econômicas de uma elite de negociantes e de fazendeiros ali instalados. Percebemos que até pelo menos o final da década de 1870 a propriedade escrava era um dos principais elementos da segurança patrimonial das famílias da comarca de Paranaguá, mesmo sendo o período o da desagregação do escravismo. A segunda parte da tese discute os livres pobres da comarca. Apontamos diferenças entre lavradores, artesãos e trabalhadores do mar, e adentramos com mais propriedade no universo dos trabalhadores do mundo rural. Argumentamos que os lavradores constituíram a categoria ocupacional que melhor representava, no período, a contraface da modernização capitalista por que passava o Paraná naquele momento. A partir de variadas histórias de lavradores, mostramos a dificuldade da população livre em se movimentar ao redor daquele cenário socioeconômico arcaico. As oportunidades de mobilidade social foram extremamente exíguas, e no ambiente rural encontramos uma sociedade praticamente imóvel, com um modo de vida que girava principalmente ao redor da mandioca e da farinha de mandioca. Outros aspectos da vida dos lavradores também são analisados, como o seu envolvimento nas atividades extrativas da madeira e o lazer do fandango, prática comum das gentes pobres litorâneas.