Summary: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-graduação em Sociologia Política === Made available in DSpace on 2012-10-19T13:30:41Z (GMT). No. of bitstreams: 1
263936.pdf: 846642 bytes, checksum: 6cde658799d190aa527d877ac3f0117e (MD5) === A intolerância propaga-se ao longo da existência humana sem encontrar resistência considerável a não ser em atitudes isoladas de pessoas abnegadas. Intolerância é desvalorizar outra pessoa, qualquer que seja o motivo (social, sexual, religioso, estético, etc.) desta desvalorização. Os exemplos históricos de intolerância revelam características que aproximam "monstros cruéis", seres capazes das maiores crueldades, com pessoas "normais", aparentemente desvinculadas do que o senso comum entende por intolerância. A irreflexão, o individualismo egoísta, a mente hierarquizada, a competitividade degenerada são características presentes a qualquer sistema político, encontradas e até mesmo estimuladas em insuspeitas instituições democráticas.
O triunfo da racionalidade técnica - uma das esperanças da emancipação humana - sobre a escuridão do misticismo bárbaro resultou na opressão, na violência, no assassinato em massa. O desenvolvimento tecnológico, praticamente sinônimo do progresso do conhecimento e da educação, é parte fundamental da educação para adaptação - o ensino voltado para colocar, da melhor forma possível, as novas gerações no mundo "maduro" da sociedade estabelecida. No entanto, esse ensino abandona sua face reflexiva, procurando suprir da melhor maneira as necessidades mercadológicas imediatas dos novos cidadãos. Ao optar exclusivamente para adaptação, a educação institucional deixa de ser uma esperança para a emancipação do indivíduo, tornando as novas gerações perfeitamente aptas ao convívio social, qualquer que seja a natureza dessa sociedade e de seus sistemas de governos.
Nesse contexto atual, jovens que tem reconhecida instrução formal e "pesquisadores históricos" usam os novos meios eletrônicos para propagar e discutir velhas idéias racistas sob novas roupagens nacionalistas. O reflexo dessa propagação é perceptível no crescimento expressivo da extrema direita nas urnas mundiais, mas tem sua visibilidade mais emblemática nas ações violentas praticadas contra imigrantes em países europeus ou em ataques contra homossexuais e imigrantes nordestinos no Brasil. Aparentemente distantes discussões ideológicas encontram materialização nos cenários violentos e próximos do nosso cotidiano.
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