Da obediência à liberdade

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2017. === Made available in DSpace on 2018-02-13T03:11:02Z (GMT). No. of bitstreams: 1 349809.pdf: 2535993 bytes, checksum: f8be35e939196a28bb9fa8...

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Bibliographic Details
Main Author: Gonçalves, Daniel Luis Cidade
Other Authors: Universidade Federal de Santa Catarina
Language:Portuguese
Published: 2018
Subjects:
Online Access:https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/183419
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Gonçalves, Daniel Luis Cidade
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description Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2017. === Made available in DSpace on 2018-02-13T03:11:02Z (GMT). No. of bitstreams: 1 349809.pdf: 2535993 bytes, checksum: f8be35e939196a28bb9fa81e6dfadfe4 (MD5) Previous issue date: 2017 === Esta tese tem como objetivo principal explorar alguns dos principais escritos de Michel Foucault sob a perspectiva de uma filosofia da liberdade, dialogando com um excesso de obediência presente em nossas sociedades contemporâneas. Gostaríamos de entender como a liberdade é possível na obra do autor, e faremos isso analisando um de seus antagonismos, a obediência. Nosso fio condutor será uma concepção da filosofia como algo que se remete a uma maneira de viver. Para além dos discursos abstratos e dos sistemas filosóficos, a filosofia é algo que pressupõe uma mudança concreta na vida dos indivíduos e sempre se remete a um êthos, um modo de ser, uma conversão do indivíduo. Tendo em vista estes objetivos, dividiremos o trabalho em três capítulos. No primeiro capítulo trabalharemos com uma série de conceitos importantes ? como pós-modernismo, estruturalismo, perspectivismo, ceticismo arqueologia, genealogia, episteme, dispositivo, entre outros ? com o intuito de esclarecer alguns aspectos relevantes, que nos permitam entender melhor a ruptura do pensamento do autor com um modo essencialista de se fazer filosofia. No segundo capítulo exploraremos as relações de saber e poder envolvidas nos diversos momentos em que se torna necessário legitimar a obediência, para torná-la aceitável àqueles que supostamente têm de obedecer. Para isso será necessário elucidar a analítica do poder presente em Foucault, traçando um panorama geral das diversas formas assumidas pelo poder. Também abordaremos alguns aspectos do pensamento de Hadot acerca da filosofia como uma maneira de viver e dos exercícios espirituais presente na filosofia antiga. Por último, será necessário explorar de maneira mais minuciosa o conceito de liberdade, entendendo como a filosofia de Foucault pode ser articulada em direção a uma forma de pensar a política que se coloca como crítica ao excesso de obediência e assume o papel de uma ferramenta que nos possibilita lutar por contextos mais livres. Acreditamos que, embora Foucault seja um crítico do Iluminismo e sua metanarrativa tradicional, o autor também professa seu vínculo com uma série de valores iluministas, como a possibilidade de uma razão crítica e uma autonomia pessoal. Mas mais ainda, talvez seja possível encontrar uma maneira de renovar a filosofia, tirando o foco dos sistemas filosóficos e colocando-o em direção ao seu potencial prático, capaz de modificar profundamente a vida daqueles que ousam enfrentar o desafio de filosofar. Teríamos então a filosofia como o trabalho de criação de um êthos crítico. === Abstract : This thesis aims to explore some of the major writings of Foucault from the perspective of a philosophy of freedom, dialoguing with an excess of obedience present in our contemporary societies. We would like to understand how freedom is possible in the author's work, and we will do so by analyzing one of its antagonisms, the obedience. Our guiding thread will be a conception of philosophy as something that refers to a way of life. Beyond the abstract discourses and philosophical systems, philosophy is something that presupposes a concrete change in the life of individuals and always refers to an êthos, a way of being, a conversion of the individual. To do this, we divide this work into three chapters. In the first chapter we will work with a number of important concepts - such as postmodernism, structuralism, perspectivism, skepticism, archeology, genealogy, episteme, device, among others - in order to clarify some important aspects that enable us to better understand the breakdown of thought of the author with an essentialist way of doing philosophy. In the second chapter we will explore the relationship of knowledge and power involved in the several moments when it is necessary to legitimize obedience, to make it acceptable to those who supposedly have to obey. This will require an elucidation of the analytics of power in Foucault, tracing an overview of the various forms assumed by the power. We will also address some aspects of Hadot's thinking about philosophy as a way of living and about the spiritual exercises that we find in ancient philosophy. Finally, we?ll need to explore in a more detailed way the concept of freedom, understanding how the philosophy of Foucault can be articulated toward a way of thinking about politics, which poses itself as critical of excessive obedience and assumes the role of a tool which enables us to fight for freer contexts. We believe that while Foucault is a critic of the Enlightenment and its traditional metanarrative, understood as the possibility a final rationalization of society that would lead us to a definitive clarification of what was obscure; he also professes his ties with a number of Enlightenment values, such as the possibility of a critical reason and a personal autonomy. But even more so, it may be possible to find a way to renew philosophy by shifting the focus of philosophical systems and putting it in the direction of its practical potential, that can profoundly change the lives of those who dare to meet the challenge of philosophizing. We would then have philosophy as the work of creating a critical êthos.
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Nosso fio condutor será uma concepção da filosofia como algo que se remete a uma maneira de viver. Para além dos discursos abstratos e dos sistemas filosóficos, a filosofia é algo que pressupõe uma mudança concreta na vida dos indivíduos e sempre se remete a um êthos, um modo de ser, uma conversão do indivíduo. Tendo em vista estes objetivos, dividiremos o trabalho em três capítulos. No primeiro capítulo trabalharemos com uma série de conceitos importantes ? como pós-modernismo, estruturalismo, perspectivismo, ceticismo arqueologia, genealogia, episteme, dispositivo, entre outros ? com o intuito de esclarecer alguns aspectos relevantes, que nos permitam entender melhor a ruptura do pensamento do autor com um modo essencialista de se fazer filosofia. No segundo capítulo exploraremos as relações de saber e poder envolvidas nos diversos momentos em que se torna necessário legitimar a obediência, para torná-la aceitável àqueles que supostamente têm de obedecer. Para isso será necessário elucidar a analítica do poder presente em Foucault, traçando um panorama geral das diversas formas assumidas pelo poder. Também abordaremos alguns aspectos do pensamento de Hadot acerca da filosofia como uma maneira de viver e dos exercícios espirituais presente na filosofia antiga. Por último, será necessário explorar de maneira mais minuciosa o conceito de liberdade, entendendo como a filosofia de Foucault pode ser articulada em direção a uma forma de pensar a política que se coloca como crítica ao excesso de obediência e assume o papel de uma ferramenta que nos possibilita lutar por contextos mais livres. Acreditamos que, embora Foucault seja um crítico do Iluminismo e sua metanarrativa tradicional, o autor também professa seu vínculo com uma série de valores iluministas, como a possibilidade de uma razão crítica e uma autonomia pessoal. Mas mais ainda, talvez seja possível encontrar uma maneira de renovar a filosofia, tirando o foco dos sistemas filosóficos e colocando-o em direção ao seu potencial prático, capaz de modificar profundamente a vida daqueles que ousam enfrentar o desafio de filosofar. Teríamos então a filosofia como o trabalho de criação de um êthos crítico. Abstract : This thesis aims to explore some of the major writings of Foucault from the perspective of a philosophy of freedom, dialoguing with an excess of obedience present in our contemporary societies. We would like to understand how freedom is possible in the author's work, and we will do so by analyzing one of its antagonisms, the obedience. Our guiding thread will be a conception of philosophy as something that refers to a way of life. Beyond the abstract discourses and philosophical systems, philosophy is something that presupposes a concrete change in the life of individuals and always refers to an êthos, a way of being, a conversion of the individual. To do this, we divide this work into three chapters. In the first chapter we will work with a number of important concepts - such as postmodernism, structuralism, perspectivism, skepticism, archeology, genealogy, episteme, device, among others - in order to clarify some important aspects that enable us to better understand the breakdown of thought of the author with an essentialist way of doing philosophy. In the second chapter we will explore the relationship of knowledge and power involved in the several moments when it is necessary to legitimize obedience, to make it acceptable to those who supposedly have to obey. This will require an elucidation of the analytics of power in Foucault, tracing an overview of the various forms assumed by the power. We will also address some aspects of Hadot's thinking about philosophy as a way of living and about the spiritual exercises that we find in ancient philosophy. Finally, we?ll need to explore in a more detailed way the concept of freedom, understanding how the philosophy of Foucault can be articulated toward a way of thinking about politics, which poses itself as critical of excessive obedience and assumes the role of a tool which enables us to fight for freer contexts. We believe that while Foucault is a critic of the Enlightenment and its traditional metanarrative, understood as the possibility a final rationalization of society that would lead us to a definitive clarification of what was obscure; he also professes his ties with a number of Enlightenment values, such as the possibility of a critical reason and a personal autonomy. But even more so, it may be possible to find a way to renew philosophy by shifting the focus of philosophical systems and putting it in the direction of its practical potential, that can profoundly change the lives of those who dare to meet the challenge of philosophizing. We would then have philosophy as the work of creating a critical êthos. 2018-02-13T03:11:02Z 2018-02-13T03:11:02Z 2017 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/183419 349809 por info:eu-repo/semantics/openAccess reponame:Repositório Institucional da UFSC instname:Universidade Federal de Santa Catarina instacron:UFSC