Os sujeitos da escuta clínica

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2017. === Made available in DSpace on 2017-08-08T04:10:42Z (GMT). No. of bitstreams: 1 346222.pdf: 1424228 bytes, checksum: 5287172b0f165155...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Bogo, Fabio Henrique Medeiros
Other Authors: Universidade Federal de Santa Catarina
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2017
Subjects:
Online Access:https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/178094
Description
Summary:Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Filosofia, Florianópolis, 2017. === Made available in DSpace on 2017-08-08T04:10:42Z (GMT). No. of bitstreams: 1 346222.pdf: 1424228 bytes, checksum: 5287172b0f1651552ce459a91c36446f (MD5) Previous issue date: 2017 === Valendo-se da Teoria do Self de base fenomenológica como referência em articulação com uma miríade de contribuições, especialmente da psicanálise e do escrutínio anticapitalista de Deleuze e Guattari, enseja-se a construção de uma ontologia gestáltica sobre o sujeito que, outrora tido como estruturado, teve o primado de sua autoconsistência destronado pelas revoluções de pensamento do século XX.As funções de Id, Ato e Personalidade componentes do sistema Self desdobram-se em manifestações de existência da ordem do gozo, do desejo e da produção cultural. A coexistência simultânea e assintética destas manifestações é o que justifica que sejam compreendidas aos modos de uma Gestalt. Cabe ao observador atestar os marcos diferenciais entre as partes desta totalidade e atribuir a elas caráter de figura/ prioridade ou fundo para, assim, tecer discursos sobre o sujeito em função de suas ocupações de territórios de sentido, seu engendramento desejante ou sua passividade ante o impossível do gozo. O trânsito fundo-figurativo entre uma e outra dimensão do Self é o sentido aqui dado ao trabalho de escuta clínica. A tessitura deste discurso gestáltico, enfim, subsume uma ontologia que é inerentemente falhada e disruptiva, posto que não pretende tampouco logra abarcar um sujeito em suposta completude o que nem por isso faz desta empresa ineficaz ou menos valorável. O que ela de fato faz é dar lugar a um sujeito em processo de ser, consolidando-se como uma ontologia imanente.<br> === Abstract : Making use of the phenomenology-based Theory of Self as a referential approach, in articulation with a myriad of contributions, especially those of psychoanalytical views and the anticapitalist scrutiny of Deleuze and Guattari, one aims to bring up a Gestaltic onthology on subjects who, once seen as structured, had the primacy of their autoconsistency dethroned by the revolutions of thought throughout the 20th century. The functions of Id, Act and Personality which compose the Self as a system unfold into manifestations of existence associated with the jouissance, desire and cultural production. The simultaneous and asymptotic coexistence of these manifestations is what justifies that they be perceived in the means of a Gestalt. It falls to the beholder to acknowledge the diferential marks among the parts of this whole and provide them with the status of figure/ priority or depth as a means to, henceforth, weave discourses regarding the subject according to their occupation of territories of meaning, their desire-fueled engenders or their passivity before the impossible of jouissance. The figure-depth traffic from one to another dimension of Self is the true meaning granted here to the endeavor of clinical listening. Ultimately, the weaving of this Gestaltic discourse leads to an ontology which is inherently flawed and disruptive, since it neither aims to nor manages to encompass a subject in its alleged completeness which does not make this enterprise inefficient or less valuable. What it indeed does is providing room for a subject in the process of becoming, thus establishing itself as an immanent ontology.