Análise do consumo de opioides em pacientes tratadas com câncer de mama de um hospital do extremo sul catarinense
Dissertação (mestrado profissional) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, Florianópolis, 2016. === Made available in DSpace on 2017-06-27T04:08:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1 345841.pdf: 763810 bytes, checksum: 451dba1cf8...
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Farmacologia Dor Câncer Tratamento Opioides Quimioterapia Buzanelo, Ângeles Meller Vitali Análise do consumo de opioides em pacientes tratadas com câncer de mama de um hospital do extremo sul catarinense |
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Dissertação (mestrado profissional) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas, Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, Florianópolis, 2016. === Made available in DSpace on 2017-06-27T04:08:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2016 === A dor é um sintoma frequente em pacientes com câncer,reduzindo sua qualidade de vida, e está relacionada não somente ao tumor, mas também aos vários tratamentos e procedimentos aos quais os pacientes oncológicos estão sujeitos. Os medicamentos opioides são importantes componentes na terapêutica da dor oncológia. Embora tenham efeitos benéficos, eles também podem causar uma gama de efeitos adversos em pacientes, incluindo recentemente preocupações sobre os seus efeitos sobre a função imunológica, o crescimento do câncer,e até mesmo o seu impacto na sobrevida. Apesar do Brasil ter um grande número de pacientes com câncer, estudos sobre o impacto do uso de opioides na sobrevida de pacientes com câncer no Brasil são inexistentes. Assim, o objetivo do presente estudo foi verificar retrospectivamente se o consumo continuado de opioides interfere com a mortalidade de pacientes oncológicos de um hospital geral de alta complexidade do extremo sul catarinense. Foram acompanhados 69 pacientes (todas do sexo feminino com câncer de mama) por um período de doze meses fazendo uso de opioide fraco (codeína, N=25) ou opioides fortes (morfina e metadona, N=44). No início da análise, o estadiamento da doença e as faixas etárias dos pacientes não foram diferentes entre os dois grupos, com exceção a uma maior proporção de pacientes acima de 65 anos no grupo de pacientes que recebeu opioides fortes. Por outro lado, pacientes com uso de opioide fraco tiveram uma maior ausência de metastases, um menor tempo de diagnóstico e um menor uso de anti-inflamatórios não esteróides (AINES) do que usuários de opioides fortes. Adicionalmente, pacientes consumiram por um maior número de meses opióides fortes (mediana de 12 meses) do que o opióide fraco (mediana de 6 meses). Quando ajustados para equivalentes diários de morfina, o consumo de opióides foi aproximadamente 24 vezes maior em pacientes utilizando opióides fortes (média de 2.427±366 mg) em comparação ao opioide fraco (média de 99±9 mg) no período analisado. O consumo mensal de opioides fraco ou forte foi regular não existindo variações de consumo entre os 12 meses avaliados. Além disto, não foi observada variações no consumo de opioide sem relação ao estadiamento da doença. Apesar de não ter encontradas diferenças no consumo de opioides fracos nas diferentes faixas etárias, pacientes das faixas etárias de 35-45 anos e acima de 65 anos consumiram mais opioides fortes do que pacientes na faixa etária de 56-65 anos. Durante este período, a sobrevivência dos pacientes que fizeram uso de opioide fortes (93 %) não foi diferente da dos pacientes que usaram opioide fraco (88 %), com uma taxa de risco de 0,53(0,10-2,85). Além disto a análise multivariada dos dados indicou que o consumo de opioides maior do que 500 mg/dia, o tratamento invasivo nas pacientes, o uso de AINES e o tempo de diagnóstico acima de 1 ano foram variáveis independentes relacionadas com a razão de chances (odds ratio) de mortalidade em pacientes que usaram opioides fortes. Não foram encontradas variáveis significantemente relacionadas à razão de chances no grupo que recebeu opióides fracos. Avaliados conjuntamente, nossos dados demonstram que o uso de opióides fortes ou fracos parecem não alterar a sobrevivência de pacientes com câncer de mama na população e no período avaliado.<br> === Abstract : Pain is the most frequent symptom in cancer patients, reducingtheir life quality, and is associated not only with tumor progression but also with the various treatments and procedures to which oncological patients are subjected. Opioid drugs are important components of the oncological-related pain therapeutics. Even though opioids have beneficial effects, they may also cause a miriad of adverse effects in patients, which include recent concerns on their possible effects on immunological aspects, cancer progression and patient survival rates. Although Brazil has a large number of cancer patients, studies on the impact of opiod use on Brazilian cancer patients survival rates are non-existent. Therefore, the present study aimed to restropectively verify if continued use of opidoids interferes with the mortality rate among oncological patients from a high complexity general hospital in the southernmost region of Santa Catarina. 69 female breast cancer patients where followed up throughout the course of 12 months while making use of a weak (codeine, N= 25) or strong opioids (morphine and methadone, N= 44). At baseline, diasease staging and patients age groups were not different the two groups studied, except for a greater proportion of patients older than 65 years in the group receiving strong opioids. On the other hand, patients treated with weak opioids had a greater absence of metastasis, shorter diagnostic time and lower usage of nonsteroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs) than strong opioid users. In addition, patients consumed strong opioids for more months (12-month median) than they did weak opioids (6-month median). When adjusted for daily morphine equivalents, opioid consumption was approximately 24-fold higher patients making use of strong opioids (mean 2,427 ± 366 mg) when compared to the weak opioid consumption (mean of 99 ± 9 mg) in the analyzed period. Monthly consumption of either weak or strong opioids was regular and there were no variations throughout the course of 12 months. Furthermore, no variation in opioid consumption was observed in relation to disease staging. Although there was no difference in weak opioids consumption among the different age groups studied patients aged 35-45 years and older than 65 years consumed more strong opioids than patients in the age range of 56-65 years. During this period, the survival rateof patients who used strong opioids (93%) was not different from that of patients who used weak opioids (88%), with a risk ratio of 0.53 (0.10-2.85 ). In addition, multivariate analysis of the data indicated that opioid consumption greater than 500 mg / day, invasive treatment procedures, use of NSAIDs and diagnostic time over 1 year were independent variables related to mortality odds ratio in patients who used strong opioids. No variables that were significantly related to odds ratio were found in the weak opioids-treated group. Taken together, our data demonstrate that strong or weak opioids' use does not appear to alter the survival ratesof breast cancer patients, considering the population and period evaluated. |
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Os medicamentos opioides são importantes componentes na terapêutica da dor oncológia. Embora tenham efeitos benéficos, eles também podem causar uma gama de efeitos adversos em pacientes, incluindo recentemente preocupações sobre os seus efeitos sobre a função imunológica, o crescimento do câncer,e até mesmo o seu impacto na sobrevida. Apesar do Brasil ter um grande número de pacientes com câncer, estudos sobre o impacto do uso de opioides na sobrevida de pacientes com câncer no Brasil são inexistentes. Assim, o objetivo do presente estudo foi verificar retrospectivamente se o consumo continuado de opioides interfere com a mortalidade de pacientes oncológicos de um hospital geral de alta complexidade do extremo sul catarinense. Foram acompanhados 69 pacientes (todas do sexo feminino com câncer de mama) por um período de doze meses fazendo uso de opioide fraco (codeína, N=25) ou opioides fortes (morfina e metadona, N=44). No início da análise, o estadiamento da doença e as faixas etárias dos pacientes não foram diferentes entre os dois grupos, com exceção a uma maior proporção de pacientes acima de 65 anos no grupo de pacientes que recebeu opioides fortes. Por outro lado, pacientes com uso de opioide fraco tiveram uma maior ausência de metastases, um menor tempo de diagnóstico e um menor uso de anti-inflamatórios não esteróides (AINES) do que usuários de opioides fortes. Adicionalmente, pacientes consumiram por um maior número de meses opióides fortes (mediana de 12 meses) do que o opióide fraco (mediana de 6 meses). Quando ajustados para equivalentes diários de morfina, o consumo de opióides foi aproximadamente 24 vezes maior em pacientes utilizando opióides fortes (média de 2.427±366 mg) em comparação ao opioide fraco (média de 99±9 mg) no período analisado. O consumo mensal de opioides fraco ou forte foi regular não existindo variações de consumo entre os 12 meses avaliados. Além disto, não foi observada variações no consumo de opioide sem relação ao estadiamento da doença. Apesar de não ter encontradas diferenças no consumo de opioides fracos nas diferentes faixas etárias, pacientes das faixas etárias de 35-45 anos e acima de 65 anos consumiram mais opioides fortes do que pacientes na faixa etária de 56-65 anos. Durante este período, a sobrevivência dos pacientes que fizeram uso de opioide fortes (93 %) não foi diferente da dos pacientes que usaram opioide fraco (88 %), com uma taxa de risco de 0,53(0,10-2,85). Além disto a análise multivariada dos dados indicou que o consumo de opioides maior do que 500 mg/dia, o tratamento invasivo nas pacientes, o uso de AINES e o tempo de diagnóstico acima de 1 ano foram variáveis independentes relacionadas com a razão de chances (odds ratio) de mortalidade em pacientes que usaram opioides fortes. Não foram encontradas variáveis significantemente relacionadas à razão de chances no grupo que recebeu opióides fracos. Avaliados conjuntamente, nossos dados demonstram que o uso de opióides fortes ou fracos parecem não alterar a sobrevivência de pacientes com câncer de mama na população e no período avaliado.<br> Abstract : Pain is the most frequent symptom in cancer patients, reducingtheir life quality, and is associated not only with tumor progression but also with the various treatments and procedures to which oncological patients are subjected. Opioid drugs are important components of the oncological-related pain therapeutics. Even though opioids have beneficial effects, they may also cause a miriad of adverse effects in patients, which include recent concerns on their possible effects on immunological aspects, cancer progression and patient survival rates. Although Brazil has a large number of cancer patients, studies on the impact of opiod use on Brazilian cancer patients survival rates are non-existent. Therefore, the present study aimed to restropectively verify if continued use of opidoids interferes with the mortality rate among oncological patients from a high complexity general hospital in the southernmost region of Santa Catarina. 69 female breast cancer patients where followed up throughout the course of 12 months while making use of a weak (codeine, N= 25) or strong opioids (morphine and methadone, N= 44). At baseline, diasease staging and patients age groups were not different the two groups studied, except for a greater proportion of patients older than 65 years in the group receiving strong opioids. On the other hand, patients treated with weak opioids had a greater absence of metastasis, shorter diagnostic time and lower usage of nonsteroidal anti-inflammatory drugs (NSAIDs) than strong opioid users. In addition, patients consumed strong opioids for more months (12-month median) than they did weak opioids (6-month median). When adjusted for daily morphine equivalents, opioid consumption was approximately 24-fold higher patients making use of strong opioids (mean 2,427 ± 366 mg) when compared to the weak opioid consumption (mean of 99 ± 9 mg) in the analyzed period. Monthly consumption of either weak or strong opioids was regular and there were no variations throughout the course of 12 months. Furthermore, no variation in opioid consumption was observed in relation to disease staging. Although there was no difference in weak opioids consumption among the different age groups studied patients aged 35-45 years and older than 65 years consumed more strong opioids than patients in the age range of 56-65 years. During this period, the survival rateof patients who used strong opioids (93%) was not different from that of patients who used weak opioids (88%), with a risk ratio of 0.53 (0.10-2.85 ). In addition, multivariate analysis of the data indicated that opioid consumption greater than 500 mg / day, invasive treatment procedures, use of NSAIDs and diagnostic time over 1 year were independent variables related to mortality odds ratio in patients who used strong opioids. No variables that were significantly related to odds ratio were found in the weak opioids-treated group. Taken together, our data demonstrate that strong or weak opioids' use does not appear to alter the survival ratesof breast cancer patients, considering the population and period evaluated. 2017-06-27T04:08:32Z 2017-06-27T04:08:32Z 2016 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/masterThesis https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/176677 345841 por info:eu-repo/semantics/openAccess 72 p.| il., gráfs., tabs. reponame:Repositório Institucional da UFSC instname:Universidade Federal de Santa Catarina instacron:UFSC |