Summary: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Saúde, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, Florianópolis, 2016. === Made available in DSpace on 2017-05-23T04:23:33Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2016 === A doença renal crônica é considerada uma doença em ascensão no Brasil e no mundo. É uma doença complexa que em seus estágios mais avançados necessita da realização de tratamentos substitutivos. O transplante de rim é considerado como a melhor opção dentre esses tratamentos, tanto para as pessoas como para o sistema de saúde. O objetivo do estudo foi compreender a experiência de pessoas que realizaram transplante renal, integrantes de um ambulatório de pós-transplante renal. Estudo qualitativo, utilizou como referencial teórico-metodológico, as narrativas. A coleta de dados foi por entrevistas em profundidade, sendo realizadas três entrevistas com 19 pessoas que realizaram transplante de rim em três momentos distintos, visando acompanhar as experiências das pessoas com o transplante (três, 12 e 18 meses). Além deste grupo inicial de participantes, incluímos 12 pessoas que tinham mais de três anos de transplante e cinco profissionais da saúde que prestavam atendimento as pessoas transplantadas. As entrevistas foram analisadas seguindo a orientação da análise de narrativas e organizadas no software Etnograph. Decorrentes do processo de análise das entrevistas foram selecionadas três temáticas que deram origem aos manuscritos que compõem a tese: A descoberta e o percurso de pessoas com a doença renal crônica; Narrativas do viver com um transplante de rim; A atenção à saúde das pessoas com transplante renal. 1º manuscrito: As pessoas que realizaram transplante falaram sobre o itinerário que percorrem, iniciando pela identificação dos sinais do corpo, seguido pela busca do diagnóstico e a decisão pelo tratamento. Mesmo a doença renal não sendo uma doença desconhecida, as pessoas referiram falta de informação sobre a doença e sobre os tratamentos substitutivos, o que não lhes permitia participação nas decisões em relação à sua saúde, submetendo-se ao que os médicos indicavam. 2º manuscrito: Em relação às experiências com o transplante renal, mesmo sendo um tratamento esperado, nos primeiros três meses vivenciaram momentos de atenção/tensão convivendo com a complexidade dos cuidados iniciais e a expectativa do sucesso do transplante. O segundo momento era de acomodação, vivenciado após seis meses de transplante, quando começavam experimentar os benefícios do transplante; e o terceiro momento era da retomada da vida cotidiana e a conscientização de uma vida de cuidados. Viver com o transplante de rim foi considerado como volta a normalidade, apesar de precisarem conviver com a cronicidade de sua condição de saúde. 3º manuscrito: As pessoas indicavam ter recebido bom atendimento dos profissionais de saúde após o transplante, apesar de falarem sobre necessidades não atendidas pelos serviços de saúde. Os profissionais de saúde descreveram que o serviço de saúde era de fácil acesso e que dava o suporte necessário às pessoas, mas alguns reconheciam que sua participação era insuficiente. Compreender a perspectiva das pessoas que realizaram o transplante de rim mostrou que, de acordo com o momento que vivenciam de seu transplante, elas têm necessidades diferentes, requerendo, que os profissionais entendam os sentidos que as pessoas referem sobre suas vivências e realizar uma atenção à saúde que contemple as especificidades do processo de viver com o transplante.<br> === Abstract: Chronic kidney disease is considered a growing disease in Brazil and in the world. It is a complex disease in its later stages requires performing substitutive treatments. Kidney transplantation is considered as best option among these treatments, both for people and for the health system. The aim of the study was to comprehend the experience of people who underwent kidney transplantation, members of an ambulatory, after renal transplantation. Qualitative study, using as a theoretical and methodological framework, the narratives. Data collection was by in-depth interviews, and conducted three interviews with 19 people who underwent kidney transplantation at three different times, aiming follow the experiences of people with transplantation (three, 12 and 18 months). In addition to this initial group of participants we have included 12 people who had more than three years of transplantation and five health care professionals who provided the transplant service. The interviews were analyzed following the orientation of narrative analysis and organized in Etnograph software. Deriving from the interviews analysis process were selected three themes that originated the manuscripts that compose the thesis: The discovery and the pathway of people with chronic kidney disease; Narratives of living with a kidney transplantation; The health care of people with kidney transplantation. 1st manuscript: People who underwent transplant talked about the itinerary range, starting with the identification of the body's signals, followed by the search for diagnosis and treatment decision. Even kidney disease it is not an unknown disease, people mentioned lack of information about the disease and substitutive treatments, which did not allow them to participate in decisions regarding their health, submitting to the doctors indicated. 2nd manuscript: Regarding the experience with kidney transplantation, even with an expected treatment, in the first three months experienced moments of attention/tension living with the complexity of the initial care and the expectation of successful transplantation. The second moment was accommodation, experienced after six months of transplantation, when they began to experience the benefits of transplantation; and the third moment was the resumption of everyday life and awareness of life care. Living with kidney transplantation was regarded as a return to normality, despite the need to live with the chronic condition of their health status. 3rd manuscript: People indicated having received good care from health professionals after transplantation, despite talk about unaddressed needs by healthcare services. Health care professionals reported that the health service was easily accessible and gave the necessary support to people, but some recognized that their participation was insufficient. Comprehend the perspective of people who underwent kidney transplantation showed that, according to the moment experience of their transplant, they have different needs, requiring that professionals understand the sense that people referred about their experiences and perform an attention to health that addresses the specific process of living with transplantation.
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