Vibrio vulnificus em ostras (Crassostrea gigas) em Santa Catarina
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos, Florianópolis, 2016. === Made available in DSpace on 2016-12-20T03:16:01Z (GMT). No. of bitstreams: 1 343109.pdf: 4273942 bytes, checksum: 0190bb7c669406b691be6...
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Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Agrárias, Programa de Pós-Graduação em Ciência dos Alimentos, Florianópolis, 2016. === Made available in DSpace on 2016-12-20T03:16:01Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2016 === Vibrio vulnificus é um habitante natural de ambientes marinhos que pode infectar seres humanos através de ferimentos na pele ou pelo consumo de frutos do mar, especialmente ostras consumidas cruas ou mal cozidas. A bactéria pode atravessar a barreira intestinal e alcançar a corrente sanguínea causando septicemia, que pode levar à morte. A hipótese científica deste estudo foi a de que existem cepas potencialmente patogênicas de V. vulnificus, identificadas pelo gene vcgC, nas ostras produzidas no litoral de Santa Catarina. Os objetivos desta tese foram verificar a ocorrência cepas de V. vulnificus com potencial patogenicidade em ostras (Crassostrea gigas) produzidas em Santa Catarina; realizar estudo retrospectivo inédito sobre presença de V. vulnificus e de V. parahaemolyticus na América do Sul; e comparar a performance dos meios de cultivo microbiológico mais comuns para detecção de V. vulnificus quanto a sua capacidade de isolamento e enumeração. A hipótese foi confirmada na análise das amostras coletadas, com confirmação por PCR, indicando a presença de cepas potencialmente patogênicas de V. vulnificus. O estudo de revisão indicou que as infecções causadas por V. parahaemolyticus tem sido mais fortemente relacionadas à ingestão de alimentos de origem marinha e mais frequentes na costa do Oceano Pacífico. Por outro lado, V. vulnificus é mais frequentemente adquirido por contato de lesões de pele e sua presença é mais comum na costa do Oceano Atlântico. Além disso, o estudo indicou que o fenômeno El Niño exerce influência no aumento de casos de V. parahaemolyticus na costa do Pacífico. Entretanto, são necessários mais estudos para confirmar a importância de fatores ambientais na presença e virulência da bactéria nesta região. No Brasil, os casos de infecções causadas por V. vulnificus são restritos basicamente às regiões sul e sudeste, exceto por um caso recente em 2016, na região nordeste do Brasil. Na análise das amostras coletadas, o estudo revelou uma baixa incidência (4%) de V. vulnificus entre as amostras de ostras (C. gigas) durante os meses de outubro/2014 a janeiro/2015, confirmadas por PCR através dos genes vcg. Esta baixa incidência pode ser explicada pela alta salinidade na região, que ultrapassa os valores de 34?. Na análise da performance dos meios usando cepas puras de V. vulnificus de genótipos conhecidos vcgC e vcgE, todos os meios analisados apresentaram performance satisfatória. Com relação à avaliação da performance dos meios para isolamento eenumeração de V. vulnificus em amostras ambientais, o meio CPC+ apresentou a melhor performance. Assim, mesmo tendo em conta a ausência de relatos de casos de infecção humana em Santa Catarina e os fatores ambientais citados, é fundamental a criação de um programa de monitoramento contínuo para avaliar a presença da bactéria, assim como a adoção de um procedimento de comunicação para pessoas portadoras de condições predisponentes e para profissionais de saúde, para que possam orientar seus pacientes e que possam realizar o diagnóstico e consequente tratamento de pessoas acometidas, com a adoção de metodologias mais precisas, rápidas e específicas para detecção de cepas patogênicas, como a detecção do gene vcg por PCR, especialmente no diagnóstico de casos suspeitos, garantindo maior precisão e eficácia de tratamento.<br> === Abstract : Vibrio vulnificus is a natural inhabitant of marine environments that can infect humans through skin wounds or seafood ingestion, especially raw or undercooked shellfish. The bacteria can cross the intestinal barrier and reach the blood stream causing sepsis that can lead to death. The scientific hypothesis of this study was that there are potentially pathogenic strains of V. vulnificus, identified by vcgC gene, on the oysters produced in the coast of Santa Catarina. The objectives of this thesis were to assess the occurrence of potentially pathogenic V. vulnificus strains in oysters (Crassostrea gigas) produced in Santa Catarina; to achieve unprecedented retrospective study on the presence of V. vulnificus and V. parahaemolyticus in South America; and compare the performance of the most common media for microbiological culture used to detect V. vulnificus as its isolation and enumeration capacity. The hypothesis was confirmed through the analysis of samples, confirmed by PCR. The review indicated that the infections caused by V. parahaemolyticus have been more closely related to the ingestion of seafood and more frequent in the Pacific Ocean. On the other hand, V. vulnificus is most often acquired by contact of skin lesions and their presence is more common in the Atlantic Ocean. In addition, the study indicated that the El Niño Southern Oscillation influences the increase in cases of V. parahaemolyticus on the Pacific coast. However, more studies are needed to confirm the importance of environmental factors in the presence and virulence of the bacteria in this region. In Brazil, cases of infection caused by V. vulnificus are basically restricted to the southern and southeastern areas, except for a recent case in 2016, in northeastern Brazil. The study revealed a low incidence (4%) of V. vulnificus between oyster samples (C. gigas) produced in Santa Catarina during the months of October/2014 to January/2015, confirmed by PCR using vcg genes. This low rate can be explained by high salinity in the region, which exceeds 34?. In the media performance research using V. vulnificus pure strains with known vcgC and vcgE genotypes, when considering the performance for total V. vulnificus, all analyzed media showed satisfactory performance. Regarding the assessment of the performance of the media for V. vulnificus isolation and enumeration in environmental samples, CPC+ had the best performance. Thus, considering the absence of reported cases of human infection in Santa Catarina and the environmental factors mentioned, the creation of a continuous monitoring program is critical to assess the presence ofbacteria, as well as the adoption of a communication procedure for people with predisposing conditions and health professionals so that they can guide their patients and can make the diagnosis and subsequent treatment of affected people, and to adopt more precise methodologies, for rapid and specific detection of pathogenic strains such as the detection of the vcg gene by PCR, especially in the case of diagnosis of suspected cases, ensuring greater accuracy and efficacy of treatment. |
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A hipótese científica deste estudo foi a de que existem cepas potencialmente patogênicas de V. vulnificus, identificadas pelo gene vcgC, nas ostras produzidas no litoral de Santa Catarina. Os objetivos desta tese foram verificar a ocorrência cepas de V. vulnificus com potencial patogenicidade em ostras (Crassostrea gigas) produzidas em Santa Catarina; realizar estudo retrospectivo inédito sobre presença de V. vulnificus e de V. parahaemolyticus na América do Sul; e comparar a performance dos meios de cultivo microbiológico mais comuns para detecção de V. vulnificus quanto a sua capacidade de isolamento e enumeração. A hipótese foi confirmada na análise das amostras coletadas, com confirmação por PCR, indicando a presença de cepas potencialmente patogênicas de V. vulnificus. O estudo de revisão indicou que as infecções causadas por V. parahaemolyticus tem sido mais fortemente relacionadas à ingestão de alimentos de origem marinha e mais frequentes na costa do Oceano Pacífico. Por outro lado, V. vulnificus é mais frequentemente adquirido por contato de lesões de pele e sua presença é mais comum na costa do Oceano Atlântico. Além disso, o estudo indicou que o fenômeno El Niño exerce influência no aumento de casos de V. parahaemolyticus na costa do Pacífico. Entretanto, são necessários mais estudos para confirmar a importância de fatores ambientais na presença e virulência da bactéria nesta região. No Brasil, os casos de infecções causadas por V. vulnificus são restritos basicamente às regiões sul e sudeste, exceto por um caso recente em 2016, na região nordeste do Brasil. Na análise das amostras coletadas, o estudo revelou uma baixa incidência (4%) de V. vulnificus entre as amostras de ostras (C. gigas) durante os meses de outubro/2014 a janeiro/2015, confirmadas por PCR através dos genes vcg. Esta baixa incidência pode ser explicada pela alta salinidade na região, que ultrapassa os valores de 34?. Na análise da performance dos meios usando cepas puras de V. vulnificus de genótipos conhecidos vcgC e vcgE, todos os meios analisados apresentaram performance satisfatória. Com relação à avaliação da performance dos meios para isolamento eenumeração de V. vulnificus em amostras ambientais, o meio CPC+ apresentou a melhor performance. Assim, mesmo tendo em conta a ausência de relatos de casos de infecção humana em Santa Catarina e os fatores ambientais citados, é fundamental a criação de um programa de monitoramento contínuo para avaliar a presença da bactéria, assim como a adoção de um procedimento de comunicação para pessoas portadoras de condições predisponentes e para profissionais de saúde, para que possam orientar seus pacientes e que possam realizar o diagnóstico e consequente tratamento de pessoas acometidas, com a adoção de metodologias mais precisas, rápidas e específicas para detecção de cepas patogênicas, como a detecção do gene vcg por PCR, especialmente no diagnóstico de casos suspeitos, garantindo maior precisão e eficácia de tratamento.<br> Abstract : Vibrio vulnificus is a natural inhabitant of marine environments that can infect humans through skin wounds or seafood ingestion, especially raw or undercooked shellfish. 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On the other hand, V. vulnificus is most often acquired by contact of skin lesions and their presence is more common in the Atlantic Ocean. In addition, the study indicated that the El Niño Southern Oscillation influences the increase in cases of V. parahaemolyticus on the Pacific coast. However, more studies are needed to confirm the importance of environmental factors in the presence and virulence of the bacteria in this region. In Brazil, cases of infection caused by V. vulnificus are basically restricted to the southern and southeastern areas, except for a recent case in 2016, in northeastern Brazil. The study revealed a low incidence (4%) of V. vulnificus between oyster samples (C. gigas) produced in Santa Catarina during the months of October/2014 to January/2015, confirmed by PCR using vcg genes. This low rate can be explained by high salinity in the region, which exceeds 34?. In the media performance research using V. vulnificus pure strains with known vcgC and vcgE genotypes, when considering the performance for total V. vulnificus, all analyzed media showed satisfactory performance. Regarding the assessment of the performance of the media for V. vulnificus isolation and enumeration in environmental samples, CPC+ had the best performance. Thus, considering the absence of reported cases of human infection in Santa Catarina and the environmental factors mentioned, the creation of a continuous monitoring program is critical to assess the presence ofbacteria, as well as the adoption of a communication procedure for people with predisposing conditions and health professionals so that they can guide their patients and can make the diagnosis and subsequent treatment of affected people, and to adopt more precise methodologies, for rapid and specific detection of pathogenic strains such as the detection of the vcg gene by PCR, especially in the case of diagnosis of suspected cases, ensuring greater accuracy and efficacy of treatment. 2016-12-20T03:16:01Z 2016-12-20T03:16:01Z 2016 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/171718 343109 por info:eu-repo/semantics/openAccess 199 p.| il., grafs., tabs. reponame:Repositório Institucional da UFSC instname:Universidade Federal de Santa Catarina instacron:UFSC |