Summary: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Sócio-Econômico, Programa de Pós-Graduação em Administração, Florianópolis, 2016 === Made available in DSpace on 2016-10-18T03:04:07Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2016 === Nos anos de 1990 se observa tanto na Austrália como no Reino Unido o surgimento de uma nova proposta para o desenvolvimento econômico dos países, baseada em atividades que têm sua origem na criatividade, na habilidade e no talento. Essa nova perspectiva passou a ser reconhecida pela denominação de economia criativa ou indústria criativa. No Brasil, não diferentemente de outros países, o assunto também despertou a atenção e passou a ser um tema de interesse, abarcando no seu arcabouço as atividades culturais, as quais passam a estar incorporadas dentro dessa perspectiva. Porém ressurgem questionamentos e dúvidas com relação à associação entre cultura e economia nessa perspectiva, pois essa relação pode gerar tensões em virtude de as lógicas de produção e comércio cultural serem diferentes daquelas normalmente empregadas no mercado de commodities, gerando situações ambíguas e com potencial conflitante. Uma visão centrada unicamente no enclave econômico pode resultar na unidimensionalização de organizações culturais com características isonômicas e fenonômicas. Este estudo então se propôs a entender como o mercado, a partir da perspectiva da economia criativa, tensiona algumas das principais dimensões de uma organização isonômica/fenonômica da área da cultura, a saber, tecnologia, tamanho, espaço e tempo. A pesquisa, de abordagem qualitativa, analisou o caso do Circo da Dona Bilica, localizado em Florianópolis/SC. O estudo indicou que, apesar de ainda manter características próximas a isonomias e fenonomias, a organização cultural estudada sofre tensões nas suas dimensões, na direção de uma perspectiva mais próxima da economia. Essas transformações são principalmente influenciadas pela busca de recursos financeiros, agravadas pela falta de hábito do público em frequentar atividades culturais desse gênero e pela ausência de políticas públicas específicas para o setor econômico da cultura. Como resultado, a organização passa a vislumbrar as técnicas de gestão desenvolvidas para o mercado formal, como aquelas capazes de prover os recursos necessários para superar as dificuldades. O mimetismo de práticas do management para a cultura pode prejudicar o desenvolvimento imaterial, baseado nas inovações que ampliam o universo de ideias e valores de uma sociedade.<br> === Abstract : In the 1990s in Australia and in the United Kingdom the emergence of a new proposal for the economic development of countries was observed, based on activities originated from creativity, skill and talent. This new perspective has been designated as creative economy and creative industries. In Brazil, and in other countries likewise, this new perspective of economy also gained attention and became a topic of interest, embracing cultural activities in its framework. However, there are questions and doubts regarding the association between culture and economy in this perspective, for this relationship may generate tension because the logic of cultural production and trade are different from those usually used in the commodities market, generating ambiguous and potentially conflicting situations. An approach focused solely on the economic enclave may summarize the culture organizations, which present isonomic and fenonomic features, in the economy category. Against this backdrop, this study aimed at understanding how the market, from the perspective of the creative economy, affects some of the main dimensions of an isonomic/fenonomic organization operating in the area of culture. The main dimensions are technology, size, space and time. The study adopted a qualitative approach in order to analyze the case of Circo da Dona Bilica, a culture organization established in Florianópolis, SC. The study showed that whilst still maintaining features close to isonomy and fenonomy, the cultural organization presents tensions regarding the analyzed dimensions, pushing the organization to operate in a perspective closer to the one of the economy. This is mainly influenced by continuous fundraising, compounded by the lack of public habit in attending cultural activities of this kind and the lack of specific public policies for culture as an economic sector. As a result, the organization begins to consider the management techniques developed for the formal market, such as those able to provide the resources needed to overcome difficulties. The mimicry of management practices for culture may impair its intangible development, based on innovations that expand the universe of ideas and values of a society.
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