Corpo e representações sociais

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2016. === Made available in DSpace on 2016-09-20T04:40:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1 339000.pdf: 2534511 bytes, checksum: 1beb264bd2b3bd50aeee4...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Justo, Ana Maria
Other Authors: Universidade Federal de Santa Catarina
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2016
Subjects:
Online Access:https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/167973
Description
Summary:Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2016. === Made available in DSpace on 2016-09-20T04:40:32Z (GMT). No. of bitstreams: 1 339000.pdf: 2534511 bytes, checksum: 1beb264bd2b3bd50aeee461b45966b1b (MD5) Previous issue date: 2016 === Esta tese objetiva investigar as representações sociais relativas ao corpo ao abordar o excesso de peso corporal e o controle de peso, assim como identificar as relações dessas representações com o engajamento em práticas de controle de peso. Utiliza-se a teoria das representações sociais, na interface com teorias de comunicação, normas e atitudes, dentre elas a teoria do comportamento planejado. A pesquisa caracteriza-se por uma abordagem multi-método, articulando três estudos. Inicialmente, apresenta-se um estudo documental retrospectivo, a partir das reportagens da revista Veja, cujo conteúdo envolveu o excesso de peso entre os anos de 1968 e 2012. As análises, que incluíram categorização múltipla e Classificação Hierárquica Descendente (CHD), mostraram uma maior visibilidade do fenômeno do fenômeno a partir dos anos 2000, embora o conteúdo seja estável ao longo do tempo. As representações são pragmáticas e pautadas no discurso técnico-científico, que reitera a necessidade e apresenta estratégias de emagrecimento. O segundo estudo envolveu a aplicação de questionários para identificar as representações sociais que explicariam o engajamento dos participantes nas práticas de controle de peso. Participaram 160 adultos, pareados por sexo e índice de massa corporal. A análise de dados envolveu estatística descritiva e inferencial. Como origem do excesso de peso é enfatizada, sobretudo, a causa alimentar, assim como os seus reflexos na saúde. O controle de peso é considerado positivo, houve grande implicação dos participantes em relação ao tema e forte intenção comportamental para o controle de peso, sendo as normas subjetivas e a insatisfação corporal suas mais fortes preditoras. O controle alimentar e a prática de exercícios operaram sob modelos distintos. O terceiro estudo apresenta a análise de 40 entrevistas semi-diretivas que visaram explorar o pensamento dos participantes sobre obesidade, sobrepeso e práticas de controle de peso. A análise dos dados envolveu CHD, contrastes e análise de conteúdo. As representações têm relação com aquelas veiculadas na mídia. A norma relativa ao controle do corpo foi amplamente partilhada e manifestou-se em duas dimensões distintas, refletindo diferentes graus de internalização. A atitude negativa em relação ao excesso de peso é compartilhada, o que o distancia da própria experiência. No que se refere às práticas, a alimentação é saliente e o discurso relativo a ela envolve a polaridade: controle versus descontrole. As representações sociais ligadas ao sobrepeso e ao controle de peso são hegemônicas e convergentes ao confirmar a norma social que preconiza um corpo magro, bem como ao partilhar os elementos: alimentação e saúde. Apesar do consenso, verifica-se nuances úteis à compreensão do comportamento, seja no grau de internalização pelo qual a norma social se apresenta, pela forma de ancorar as concepções das práticas de controle de peso (como hábito ou como tratamento), ou pela existência de diferentes formas de engajamento nessas práticas. No estudo documental o corpo é representado como objeto da ciência, nas respostas ao questionário deve seguir os padrões para ter saúde. E nas entrevistas, o corpo mostra antagonismos entre norma social, emoções e falta de controle; demonstrando a complexidade e polifasia cognitiva atrelada ao fenômeno estudado.<br> === Abstract : This thesis aims at investigating the social representation content related to the body when approaching excess of bodily weight and weight control, as well as identifying the relations of such representations with the engagement in weight control practices. It is grounded in the social representation theory, on the interface with theories of communication, norms and attitudes, including the theory of planned behavior. It was attempted to meet the objectives through a multi-method approach, articulating three studies. Initially, a retrospective documental study is presented with analyses of articles from the Veja magazine from 1968 to 2012, whose contents involved excess of bodily weight. The analyses, which included multiple categorization and Descending Hierarchical Classification (DHC), showed greater visibility of the overweight phenomenon after the year 2000, although the content was relatively stable over time. The representations are pragmatic and guided by the technical-scientific discourse, which reiterates the need and presents strategies to keep the body thin. The second study used questionnaires to identify the social representations and explain the engagement of participants in weight control practices, with the participation of 160 adults, paired by gender and body mass index. The data was statistically, descriptively and inferentially analyzed. The origin of overweight is emphasized, especially caused by food, as well as its bearings on health. Weight control is considered positive, there is a huge implication of the participants regarding the theme, a strong behavioral intention to weight control,and the perceived social pressure and body dissatisfaction was key to the behavioral intention to control weight. Food control and exercices operated under different models. The third study presents the analysis of 40 semi-directive interviews interviews is presented in order to explore the participant´s thinking on obesity and overweight, as well as weight control practices. The data analysis involved DHC, contrast analysis and thematic content analysis. The representations showed some relation with those broadcast by the media. The norm related to body control was broadly shared, and manifested in two distinct dimensions, reflecting different levels of internalization. The negative attitude regarding overweight reverberates in distancing it from their own experience. It seems to be difficult to discuss overweight and obesity without discussing weight loss. Controlling weight is considered a positive and necessary action. Feeding is the most salient practice and the related discourse involves polarity: control versus lack of control. The social representations related to excess of bodily weight and weight control are hegemonic, converging to confirm the social norm that advocates a thin body, and share food and health elements. Despite the consensus, the representations presented useful nuances to understand the behavior. Either by the level of internalization by which the norm is presented or by the way to anchor the views on weight control practices (as a habit or treatment); there are different ways of engaging in these practices. In the documental study the body is represented as an object of science, by the questionnaire responses it should follow the standards to be healthy. And in the interviews, the body shows antagonisms between social norm, emotions and lack of control; showing the complexity and a cognitive polyphasia linked to the phenomenon.