Assédio moral no trabalho e repercussões na estrutura e dinâmica familiares

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2016. === Made available in DSpace on 2016-09-20T04:05:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1 339967.pdf: 2024652 bytes, checksum: 3c063bcef23206a...

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Bibliographic Details
Main Author: Pellegrini, Priscila Gasperin
Other Authors: Universidade Federal de Santa Catarina
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2016
Subjects:
Online Access:https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/167631
Description
Summary:Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2016. === Made available in DSpace on 2016-09-20T04:05:14Z (GMT). No. of bitstreams: 1 339967.pdf: 2024652 bytes, checksum: 3c063bcef23206a05b11503396ba827e (MD5) Previous issue date: 2016 === Fenômeno recorrente nas organizações de trabalho, o assédio moral caracteriza-se por comportamentos e atitudes de humilhação, ofensas, constrangimento e desprestígio recorrentes contra o trabalhador. O assédio moral no trabalho gera um período de estresse para o indivíduo, com decorrências para quem vivenciou as situações, em sua saúde física e mental, suas relações familiares e sociais. Considerando que as relações familiares são atingidas e influenciam a possibilidade de enfrentamento das situações, o objetivo deste estudo foi compreender as repercussões do assédio moral no trabalho na estrutura e dinâmica familiares. Este trabalho teve caráter exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa. A amostra foi composta por quatro trabalhadoras assediadas e suas respectivas famílias, cada uma delas em fases diferentes do ciclo vital familiar. A coleta de informações incluiu duas etapas: a primeira com entrevistas semiestruturadas individuais com os participantes, para caracterização do assédio moral no trabalho, e a segunda, consistiu de entrevistas familiares com construção do genograma. As entrevistas foram gravadas e transcritas na íntegra. As informações e as verbalizações foram submetidos à análise de conteúdo, que evidenciou casos de assédio duradouros, todos em organizações públicas. No momento das entrevistas, as quatro participantes permaneciam no mesmo local de trabalho e ainda sofriam assédio moral. Foi identificado o uso de atitudes hostis, abuso de poder e recusa às diferenças por parte dos assediadores. O assédio caracterizou-se mais com comportamentos sutis, difíceis de identificar, e não foi relatado o uso de violência física e assédio sexual. O abuso de poder mostrou ser um agravante para o assédio nas organizações públicas e a recusa às diferenças demonstrou que trabalhadores competentes e com alto nível de conhecimento tendem a ser alvo para os assediadores. Não foram identificadas repercussões nos componentes da estrutura das famílias investigadas. Quanto às repercussões para a dinâmica familiar, identificou-se que as entrevistadas priorizaram o compartilhamento da vivência de assédio moral no trabalho com os membros da família nuclear, o que propiciou a identificação de histórias semelhantes vividas por outros familiares. As repercussões foram diferentes para cada fase do ciclo de desenvolvimento da família. Ocorreram mudanças na rotina e organização da família diante da vivência de assédio moral no trabalho, com repercussões para os relacionamentos das assediadas, principalmente com os maridos, irmãs e filhos. Todas as participantes, em algum momento, buscaram por apoio terapêutico para lidar com o sofrimento decorrente do assédio moral no trabalho. Destaca-se a necessidade de se pensar em ações de apoio às famílias de trabalhadores assediados nas diferentes etapas do ciclo vital, com o intuito de potencializar seus membros para que possam lidar com essa violência sem comprometer os relacionamentos familiares.<br> === Abstract : Harassment is a recurrent phenomenon in the work organizations. It?s characterized by attitudes of humiliation, insults and applicants with the worker. Harassment is a period with stress to the worker and has consequences for those who experienced the situation, to their health, to their family and social relationships. Considering that family relationships are struck by harassment and influence the possibility of confronting the situation, the objective of this study was to understand the harassment repercussions on family?s structure and dynamic. This study was exploratory and descriptive, with a qualitative approach. The sample was composed of four harassed workers, only women, and their respective families, each one in different stages of the family life cycle. Data collection included two steps: the first with individual semi-structured interviews with the participants for characterization of harassment and the second, featuring interviews with family genogram construction. The interviews were recorded and transcribed in full. The data were subjected to content analysis. The results showed long cases of harassment (on average 6 years), all in public organizations. At the time of the interviews, the four participants remained in the same workplace and still were being harassed. It was identified the use of hostile attitudes, abuse of power and refusal to differences by the stalkers. The harassment was characterized with more subtle behaviors, difficult to identify, and was not reported the use of physical violence and sexual harassment. The abuse of power turned out to be an aggravating factor for harassment in the public organizations and the refusal of the differences demonstrated that competent staff and with high level of knowledge tend to be target for stalkers. Repercussions were not identified in the structure of families investigated. It was identified that the interviewed prioritized sharing the experience of harassment with the members of the nuclear family, which allowed the identification of similar stories experienced by other relatives. Different effects were identified for each phase of the development cycle of the family. There have been changes in family organization and routine on the experiences of harassment. Effects were identified for the relationships, especially with the harassed husbands, sisters and children. All participants, at some point, sought for psychologic support to deal with the suffering. It?s necessary to think about actions of support to families of harassed workers at different stages of the life cycle, in order to strengthen its members so that they can deal with this violence without compromising the family relationships.