Ações e pressupostos de cultura de segurança em uma indústria metalúrgica
Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2014. === Made available in DSpace on 2015-02-05T20:15:23Z (GMT). No. of bitstreams: 1 328332.pdf: 1962091 bytes, checksum: c2f9f9749aaa07b415466...
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Psicologia Cultura organizacional Aspectos psicológicos Acidentes do trabalho Metalurgia Indústria Medidas de segurança Aspectos psicológicos Madalozzo, Magda Macedo Ações e pressupostos de cultura de segurança em uma indústria metalúrgica |
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Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2014. === Made available in DSpace on 2015-02-05T20:15:23Z (GMT). No. of bitstreams: 1
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Previous issue date: 2014 === O objetivo central desta pesquisa foi identificar quais são as ações e pressupostos que sustentam a cultura de segurança em uma indústria metalúrgica. De caráter descritivo e qualitativo, a pesquisa foi desenvolvida num processo de triangulação da coleta das informações por meio de entrevistas semiestruturadas, observação participante, com características etnográficas à semelhança do modelo proposto por Spradley (1980), e de consultas a materiais referentes à empresa que pudessem contribuir para responder à pergunta de pesquisa. Supõe-se que, para obter informações sobre a cultura de segurança, são necessárias abordagens interativas nas quais os membros (insiders) e os pesquisadores (outsiders) interagem para produzir descobertas. No caso desta pesquisa, foi esse o caminho percorrido, fundamentado teoricamente no modelo de análise da cultura organizacional proposto por Schein (1984, 2004, 2009). A análise das informações foi realizada por meio da análise de conteúdo proposta por Bardin. Resultou em um refinamento das informações na forma de categoriais temáticas iniciais, intermediárias e finais. Derivou-se, portanto, a categoria final denominada cultura organizacional na WSA e a subcategoria final cultura de segurança na WSA, essa compreendida como subcultura. A interpretação dos resultados amparou-se, além do modelo de Schein (2009), nos fatores e subfatores núcleo de cultura de segurança identificados nas pesquisas de Pidgeon e OÂ Leary (2000) e de Frazier, Ludwig, Whitaker & Roberts (2013). Os principais resultados identificaram referências ou pontos de ancoragem de saúde e segurança, junto aos pressupostos básicos da cultura organizacional da WSA, que podem dar sustentação ao fortalecimento da cultura de segurança nessa empresa. O estudo contribuiu para reforçar o reconhecimento de que o processo de construção de uma cultura de segurança pode ser inviabilizado se desconsiderar pressupostos da cultura organizacional, correndo-se riscos de investir, em vão, esforços e recursos. Identificou-se, ainda, o poder das crenças em processos de incubação de erros e, consequentemente, na geração de vulnerabilidades aos riscos físicos e psicossociais, como é o caso da negação de riscos e normalização de desvios. Possibilitou explicitar e fazer refletir sobre as graves consequências dos processos de negação de riscos ou percepção empobrecida sobre eles, tanto em âmbito individual quanto grupal, organizacional e social. Reforçou a importância de atividades que promovam o aumento da percepção de riscos. Tais fatores permitiram constatar a importância de avaliar a cultura de segurança numa perspectiva de um continuum (na qual, num dos extremos, encontra-se a negação dos riscos e, no outro, a cultura de segurança propriamente dita) e não como algo que a organização tem ou não tem. A pesquisa permitiu constatar também que contradições internas referentes a perigos e segurança podem se constituir em combustível para processos de incubação de erros e precisam ser explicitadas e compreendidas quando se pretende fortalecer uma cultura de segurança. Isso significa reconhecer a existência de diferentes graus de conscientização para a segurança nos diferentes níveis hierárquicos e funções, o que predispõe algumas pessoas e processos a incubarem erros sem ter consciência de tal fenômeno. Pela dificuldade de reconhecer contradições e crenças, desmerecem cuidados com segurança e reduzem a percepção de riscos. Essas crenças e percepções diferentes em relação a perigos, em diferentes setores na mesma organização, dificultam o fortalecimento de uma cultura de segurança e, portanto, precisam ser conhecidas e trabalhadas. A ampliação de conhecimentos sobre os processos psicossociais constituídos por suposições, crenças e valores, referentes às práticas de saúde e segurança no trabalho, contribuem para o fortalecimento de organizações produtivas e mais saudáveis.<br> === Abstract : The main objective of this research is to identify actions and assumptions underlying safety culture in a metallurgical industry. It has a descriptive, qualitative character, and is developed in a triangulation process of information gathering through semi-structured interviews, participant observation, with ethnographic characteristics similar to the framework proposed by Spradley (1980), and surveying materials referring to the business that could contribute to answer the research question. It is assumed that, in order to obtain information on safety culture, interactive approaches are necessary where members (insiders) and researchers (outsiders) interact to produce findings. This was the path traced here, theoretically founded on the analysis model of organizational culture proposed by Schein (1984, 2004, 2009). Information analysis was performed by means of a content analysis proposed by Bardin. It resulted in refining information in thematic categories: initial, intermediate and final. Thus we came to a final category named organizational culture at WSA, and to a final subcategory named safety culture at WSA, understood as a subculture. Besides Schein?s (2009) models, results interpretation was also supported by core factors and subfactors of safety culture identified in researches by Pidgeon and O?Leary (2000), and Frazier, Ludwig, Whitaker & Roberts (2013). The main results pointed at references or anchorage points in health and safety, as well as basic assumptions of the WSA?s organizational culture that can give support to strengthen the safety culture of this business. The study contributed to reinforce the acknowledgement that the process of building up safety culture can be impeded if assumptions about organizational culture are not considered, thus risking to invest in vain efforts and resources. It was also identified that the power of beliefs in processes of error incubation and, consequently, generation of vulnerability to physical and psychosocial risks as is the case with risk denial and normalization of deviances. It made it possible to explicitly state and enable reflection on the serious consequences of risk denial processes or poor perception about them on an individual, group, organizational and social basis. The importance of activities promoting the enhancement of risk perception was reinforced. Such factors allowed seeing the importance of assessing the safety culture from as a continuum (with risk denial at one end and safety culture itself at the other), and not as something that the organization has or not. The research also showed that internal contradictions referring to danger and safety can become a fuel to processes of error incubation, and need to be made explicit and understood when intending to strengthen the safety culture. It means to recognize the existence of different degrees of awareness for the safety of different hierarchical levels and functions, what predisposes some people and processes to incubating errors, without being aware of this phenomenon. Because of the difficulty in recognizing contradictions and beliefs, they disregard safety care and reduce risk perception. These beliefs and perceptions are different in relation to dangers, in different sectors, in the same organization, and make it difficult to strengthen the safety culture and, therefore, need to be understood and worked up. Gaining further knowledge on psychosocial processes constituted by assumptions, beliefs and values relative to health and work safety practices contribute to the strengthening of productive and healthier organizations. |
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De caráter descritivo e qualitativo, a pesquisa foi desenvolvida num processo de triangulação da coleta das informações por meio de entrevistas semiestruturadas, observação participante, com características etnográficas à semelhança do modelo proposto por Spradley (1980), e de consultas a materiais referentes à empresa que pudessem contribuir para responder à pergunta de pesquisa. Supõe-se que, para obter informações sobre a cultura de segurança, são necessárias abordagens interativas nas quais os membros (insiders) e os pesquisadores (outsiders) interagem para produzir descobertas. No caso desta pesquisa, foi esse o caminho percorrido, fundamentado teoricamente no modelo de análise da cultura organizacional proposto por Schein (1984, 2004, 2009). A análise das informações foi realizada por meio da análise de conteúdo proposta por Bardin. Resultou em um refinamento das informações na forma de categoriais temáticas iniciais, intermediárias e finais. Derivou-se, portanto, a categoria final denominada cultura organizacional na WSA e a subcategoria final cultura de segurança na WSA, essa compreendida como subcultura. A interpretação dos resultados amparou-se, além do modelo de Schein (2009), nos fatores e subfatores núcleo de cultura de segurança identificados nas pesquisas de Pidgeon e OÂ Leary (2000) e de Frazier, Ludwig, Whitaker & Roberts (2013). Os principais resultados identificaram referências ou pontos de ancoragem de saúde e segurança, junto aos pressupostos básicos da cultura organizacional da WSA, que podem dar sustentação ao fortalecimento da cultura de segurança nessa empresa. O estudo contribuiu para reforçar o reconhecimento de que o processo de construção de uma cultura de segurança pode ser inviabilizado se desconsiderar pressupostos da cultura organizacional, correndo-se riscos de investir, em vão, esforços e recursos. Identificou-se, ainda, o poder das crenças em processos de incubação de erros e, consequentemente, na geração de vulnerabilidades aos riscos físicos e psicossociais, como é o caso da negação de riscos e normalização de desvios. Possibilitou explicitar e fazer refletir sobre as graves consequências dos processos de negação de riscos ou percepção empobrecida sobre eles, tanto em âmbito individual quanto grupal, organizacional e social. Reforçou a importância de atividades que promovam o aumento da percepção de riscos. Tais fatores permitiram constatar a importância de avaliar a cultura de segurança numa perspectiva de um continuum (na qual, num dos extremos, encontra-se a negação dos riscos e, no outro, a cultura de segurança propriamente dita) e não como algo que a organização tem ou não tem. A pesquisa permitiu constatar também que contradições internas referentes a perigos e segurança podem se constituir em combustível para processos de incubação de erros e precisam ser explicitadas e compreendidas quando se pretende fortalecer uma cultura de segurança. Isso significa reconhecer a existência de diferentes graus de conscientização para a segurança nos diferentes níveis hierárquicos e funções, o que predispõe algumas pessoas e processos a incubarem erros sem ter consciência de tal fenômeno. Pela dificuldade de reconhecer contradições e crenças, desmerecem cuidados com segurança e reduzem a percepção de riscos. Essas crenças e percepções diferentes em relação a perigos, em diferentes setores na mesma organização, dificultam o fortalecimento de uma cultura de segurança e, portanto, precisam ser conhecidas e trabalhadas. A ampliação de conhecimentos sobre os processos psicossociais constituídos por suposições, crenças e valores, referentes às práticas de saúde e segurança no trabalho, contribuem para o fortalecimento de organizações produtivas e mais saudáveis.<br> Abstract : The main objective of this research is to identify actions and assumptions underlying safety culture in a metallurgical industry. It has a descriptive, qualitative character, and is developed in a triangulation process of information gathering through semi-structured interviews, participant observation, with ethnographic characteristics similar to the framework proposed by Spradley (1980), and surveying materials referring to the business that could contribute to answer the research question. It is assumed that, in order to obtain information on safety culture, interactive approaches are necessary where members (insiders) and researchers (outsiders) interact to produce findings. This was the path traced here, theoretically founded on the analysis model of organizational culture proposed by Schein (1984, 2004, 2009). Information analysis was performed by means of a content analysis proposed by Bardin. It resulted in refining information in thematic categories: initial, intermediate and final. Thus we came to a final category named organizational culture at WSA, and to a final subcategory named safety culture at WSA, understood as a subculture. Besides Schein?s (2009) models, results interpretation was also supported by core factors and subfactors of safety culture identified in researches by Pidgeon and O?Leary (2000), and Frazier, Ludwig, Whitaker & Roberts (2013). The main results pointed at references or anchorage points in health and safety, as well as basic assumptions of the WSA?s organizational culture that can give support to strengthen the safety culture of this business. The study contributed to reinforce the acknowledgement that the process of building up safety culture can be impeded if assumptions about organizational culture are not considered, thus risking to invest in vain efforts and resources. It was also identified that the power of beliefs in processes of error incubation and, consequently, generation of vulnerability to physical and psychosocial risks as is the case with risk denial and normalization of deviances. It made it possible to explicitly state and enable reflection on the serious consequences of risk denial processes or poor perception about them on an individual, group, organizational and social basis. The importance of activities promoting the enhancement of risk perception was reinforced. Such factors allowed seeing the importance of assessing the safety culture from as a continuum (with risk denial at one end and safety culture itself at the other), and not as something that the organization has or not. The research also showed that internal contradictions referring to danger and safety can become a fuel to processes of error incubation, and need to be made explicit and understood when intending to strengthen the safety culture. It means to recognize the existence of different degrees of awareness for the safety of different hierarchical levels and functions, what predisposes some people and processes to incubating errors, without being aware of this phenomenon. Because of the difficulty in recognizing contradictions and beliefs, they disregard safety care and reduce risk perception. These beliefs and perceptions are different in relation to dangers, in different sectors, in the same organization, and make it difficult to strengthen the safety culture and, therefore, need to be understood and worked up. Gaining further knowledge on psychosocial processes constituted by assumptions, beliefs and values relative to health and work safety practices contribute to the strengthening of productive and healthier organizations. 2015-02-05T20:15:23Z 2015-02-05T20:15:23Z 2014 info:eu-repo/semantics/publishedVersion info:eu-repo/semantics/doctoralThesis https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/128700 328332 por info:eu-repo/semantics/openAccess 323 p.| il. reponame:Repositório Institucional da UFSC instname:Universidade Federal de Santa Catarina instacron:UFSC |