Perspectivas de desenvolvimento rural em disputa no Brasil

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política, Florianópolis, 2013. === Made available in DSpace on 2014-08-06T17:43:24Z (GMT). No. of bitstreams: 1 325535.pdf: 2148788 bytes, checksum: 17aa0bc93511...

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Bibliographic Details
Main Author: Bosetti, Cleber José
Other Authors: Universidade Federal de Santa Catarina
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2014
Subjects:
Online Access:https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/123044
Description
Summary:Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política, Florianópolis, 2013. === Made available in DSpace on 2014-08-06T17:43:24Z (GMT). No. of bitstreams: 1 325535.pdf: 2148788 bytes, checksum: 17aa0bc935110a6d155f623b0e26b769 (MD5) Previous issue date: 2013 === Este trabalho tem como questão principal as perspectivas de desenvolvimento rural presentes no âmbito das disputas que envolvem os segmentos sociais relacionados à agricultura brasileira. Para responder a essa questão, fizemos uma breve incursão na história contemporânea da agricultura brasileira a fim de identificar os grupos sociais que fazem parte desse campo de disputa. Com isso, identificamos dois grupos sociopolíticos com interesses comuns e divergentes ao mesmo tempo: o patronal e a agricultura de base familiar. O primeiro foi amplamente beneficiado com a política de modernização da agricultura a partir da década de 1960; o segundo forma um grupo mais complexo, mas, em geral, menos favorecido pelo processo de modernização. Assim, à desigualdade histórica em termos de acesso à terra somou-se uma desigualdade em termos de política agrícola e os embates sociopolíticos se concentraram em torno da reforma agrária e do acesso à política agrícola. Nos anos recentes, notamos que novos elementos passaram a fazer parte desses embates sociopolíticos, especialmente a busca pela construção de novas perspectivas de desenvolvimento rural para além da perspectiva produtivista hegemônica que se consolidou com o processo de modernização. Uma dessas perspectivas que tem ganhado relevância é a agroecológica. Com isso, procuramos problematizar a relação entre essas diferentes perspectivas em disputa com a dualidade sociopolítica presente historicamente. Dessa forma, procuramos analisar a política das principais entidades representativas dos grupos mencionados, bem como na política presente na esfera institucional do Estado relacionada à agricultura, pois entendemos que o desenvolvimento rural é um campo de disputa constituído nessas diferentes dimensões sociais. Ao final, notamos que a dualidade entre agricultura familiar e agricultura patronal em si não dá conta de explicar as disputas sociopolíticas no que tange às perspectivas de desenvolvimento rural em disputa, porém tal dualidade continua sendo indispensável para compreender os embates em torno da agricultura brasileira. Notamos também que, nessa trajetória das disputas em torno do desenvolvimento rural, o espaço institucional do Estado passou por algumas transformações, especialmente pela abertura do mesmo para a incorporação de demandas dos grupos antes pouco favorecidos. Assim, pode-se dizer que a abertura do espaço estatal tem fortalecido os grupos sociopolíticos historicamente desfavorecidos pela políticaagrícola e, de certa forma, isso pode significar certo avanço no processo de construção de outra perspectiva de desenvolvimento rural.<br> === Abstract : This work has as its main question the perspectives for rural development present into the sphere the action involving social segments related to Brazilian agriculture. For answer this question, we made a brief incursion into the contemporary history of Brazilian agriculture in order to identify the groups that are part of this sociopolitical playing field. So, we identified two sociopolitical groups which at the same time share a common interest and diverge at the same time: the employer and the family farm. The first was largely benefited by the policy the modernization of agriculture from 1960; the second group is more complex, but in general, went less favored by the modernization process. Thus, the historical inequality in terms of the access to land increased also inequality in terms of agricultural policy and sociopolitical struggles focused around land reform and access to agricultural policy. In recent years, we observe that new elements have become part of this sociopolitical conflicts, especially the search for the construction of new rural development perspectives beyond the ?productiviste? perspective hegemony consolidate with modernization process. One of those prospects that has acquired importance is the agroecology. So, we discuss the relationship between this different perspectives in disputes with the duality sociopolitical present historically. Thus, we analyzed the political the entities main representing the groups mentioned, as well as the political sphere in this state institutional related to agriculture, because we understand that rural development is a field of dispute made in these different social dimensions. Finally, we note that the duality between family farm and agriculture employer itself is not enough to explain the disputes regarding the prospects for rural development in dispute, but this duality is still essential to understand sociopolitical struggles around agriculture Brazilian. We also observe that through the trajectory the institutional space of the state have gone some changes have been produced, especially with the opening of it for their incorporation of priorly destituted groups. Thus one can say that the opening of the state space have strengthened sociopolitical historically disadvantaged groups for agriculture policy and, in these manner, this may mean advancements in the process of building another perspective for the rural development.