Vínculos afetivos entre as pessoas e seus artefatos domésticos

Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Florianópolis, 2013. === Made available in DSpace on 2013-12-06T00:23:05Z (GMT). No. of bitstreams: 1 317601.pdf: 9336555 bytes, checksum: be8db5c92a2d87e16934557266e67...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Cardoso, Cristina Luz
Other Authors: Universidade Federal de Santa Catarina
Format: Others
Language:Portuguese
Published: 2013
Subjects:
Online Access:https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/107534
Description
Summary:Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico, Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, Florianópolis, 2013. === Made available in DSpace on 2013-12-06T00:23:05Z (GMT). No. of bitstreams: 1 317601.pdf: 9336555 bytes, checksum: be8db5c92a2d87e16934557266e6799d (MD5) Previous issue date: 2013 === === O relacionamento das pessoas com seus artefatos suscita uma série de emoções e depende dos significados que lhe são atribuídos. Sob a perspectiva do Design, a ampliação de estudos que abordem as emoções e outras variáveis subjetivas e intangíveis é necessária, especialmente aqueles centrados na relação das pessoas com seus artefatos no contexto de uso. Do ponto de vista da Ergonomia, esta relação pode ser tratada de uma maneira mais holística que vai além dos estudos sobre cognição e usabilidade. Neste cenário, a presente pesquisa aborda os vínculos afetivos construídos entre as pessoas e seus artefatos, mais especificamente aqueles ligados à memória afetiva, que podem contribuir na extensão de vida dos artefatos. A relação das pessoas com seus artefatos faz parte de uma cultura doméstica, possível investigar por meio de uma perspectiva etnográfica, mais especificamente a partir de recursos da etnossemântica. As técnicas utilizadas foram entrevistas em profundidade e observação. A análise dos dados a partir de categorizações e de temas que emergiram durante a pesquisa permitiu compreender que os principais vínculos afetivos se referem, de alguma maneira, a memórias afetivas: na genealogia do artefato doméstico, a memória da família se estende por várias gerações, assim como se estende a vida do artefato; artefatos que contém inscrições de memórias identitárias também participam da genealogia do artefato doméstico, contribuindo para a perenidade e estabilidade de grupos culturais; memórias afetivas operam como blindagens estéticas às regulações externas de gosto, podendo balizar decisões de manter ou descartar artefatos. A construção do Modelo do Percurso do Artefato Doméstico permitiu identificar estratégias que visam a retardar o descarte e a prolongar a vida de artefatos de memória. Considera-se, portanto, que o acúmulo de memórias em artefatos pode se tornar uma abordagem promissora para o aumento de vínculos afetivos entre as pessoas e seus artefatos e, consequentemente, para a extensão de vida do artefato.<br>