Summary: | Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Geografia, Florianópolis, 2010 === Made available in DSpace on 2013-12-05T22:03:48Z (GMT). No. of bitstreams: 1
279482.pdf: 3379046 bytes, checksum: 6962ae134fa0cf6eb5aaea500b2fc38e (MD5) === Contrário a observar o tráfico de sustâncias entorpecentes (narcotráfico) como um fenômeno isolado ou externo a ordem natural do modo de produção capitalista, nesta dissertação assumimos o papel do narcotráfico como uma eficiente expressão do desenvolvimento atual das forças produtivas e do intercâmbio entre os homens. Neste sentido, a complexa estrutura deste fenômeno, ainda que em condições juridicamente ilegais, tem ocupado um papel fundamental na conformação do espaço geográfico na América Latina e especialmente o âmbito da produção da folha de coca, insumo básico para a produção de cocaína nos países produtores da região. Teoricamente partimos da tese de pós-doutorado de Idaleto Malvezzi Aued, que evidencia como a expressão fundamental do modo de produção capitalista no século XXI é a dificuldade/impossibilidade dos homens em se reproduzirem, biológica e socialmente, diante da reafirmação degenerativa do Capital. Tal fato se explicita na própria dinâmica do narcotráfico, a qual revoluciona e acelera a incorporação de novos territórios em todas as partes da Terra, se apropriando e subjugando as velhas formas nas quais os homens se reproduzem e colocando sobre o mesmo patamar universal as formas de fazer o espaço geográfico. Desta forma a universalidade da racionalidade capitalista se explicita singularmente na região de San Jose del Guaviare - Colômbia, importante território produtor de folha de coca e de cocaína desde 1970. Assim, o narcotráfico se transforma em um motor fundamental para a conformação do espaço: (1) destruiu as primeiras formas como os colonos e os indígenas se reproduziam; (2) por um lado desenvolveu a constituição de uma nova e emergente classe latifundiária e, por outro, um imenso contingente de homens deslocados, expulsos da estrutura do capital; (3) alguns homens organizados permanecem lutando pela efetivação material da vida, apesar do conflito que se manifesta na Colômbia desde 1950.
|