Poder e solidariedade no teatro florianopolitano dos séculos XIXv e XX

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Linguística. === Made available in DSpace on 2013-07-16T04:21:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1 313789.pdf: 2204596 bytes, checksum: 306911d523e5fe070f63a37c158c0c54 (MD5) =...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: Souza, Christiane Maria Nunes de
Other Authors: Universidade Federal de Santa Catarina
Format: Others
Language:Portuguese
Published: Florianópolis, SC 2013
Subjects:
Online Access:http://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/103372
Description
Summary:Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Comunicação e Expressão. Programa de Pós-Graduação em Linguística. === Made available in DSpace on 2013-07-16T04:21:21Z (GMT). No. of bitstreams: 1 313789.pdf: 2204596 bytes, checksum: 306911d523e5fe070f63a37c158c0c54 (MD5) === Com o aporte teórico-metodológico da Teoria da Variação e Mudança Linguística (Weinreich, Labov e Herzog (2006 [1968]), o objetivo desta pesquisa é identificar as formas de tratamento utilizadas em 12 peças de teatro florianopolitanas dos séculos XIX e XX e sua relação com as dimensões de poder e solidariedade, teorizadas por Brown e Gilman (2003 [1960]. Os dois séculos são divididos em quatro períodos de 50 anos, e cada período é representado por três peças de teatro. Após a identificação das formas de tratamento, são destacadas as formas mais frequentes em cada período de 50 anos para se proceder a uma análise estatística multidimensional e revelar que grupos de fatores eram mais significativos na escolha por uma ou outra forma de tratamento. A tendência indicada pela análise dos grupos de fatores deve apontar que forma, dentre as duas ou três mais frequentes em cada período de 50 anos, estaria mais associada à dimensão de solidariedade e qual estaria mais associada à dimensão de poder. Como resultados, na primeira metade do século XIX, destacam-se como variáveis independentes significativas as #relações de intimidade#, a #faixa etária#, as #relações familiares#, a #audiência# e as #relações profissionais#. A correlação entre os fatores e variável dependente indicam que a forma de tratamento TU, nesse período, estava mais associada à dimensão de solidariedade, e a forma O SENHOR estava mais relacionada à dimensão de poder. Na segunda metade do século XIX, os grupos de fatores relevantes são as #relações de intimidade#, a #classe social#, as #relações profissionais# e a #faixa etária#. Os resultados parecem indicar que, nesse período, novamente a forma de tratamento TU estava mais associada à dimensão de solidariedade, ao passo que a forma O SENHOR estava mais relacionada à dimensão de poder. Na primeira metade do século XX, as variáveis independentes selecionadas pelo programa estatístico GoldVarb como mais relevantes são #ambiente#, #classe social#, #faixa etária#, #relações familiares#, #relações de intimidade#, #audiência#, #relações profissionais# e #sexo/ #gênero#. A correlação entre os fatores e as formas variantes parece indicar que, nesse período, a forma de tratamento TU estava mais associada à dimensão de solidariedade, a forma O SENHOR à dimensão de poder, e a forma VOCÊ estaria flutuando entre as duas dimensões. 16 Na segunda metade do século XX, foram selecionadas como variáveis significativas as #relações familiares#, a #faixa etária#, o #ambiente#, o #sexo/ gênero#, as #relações de intimidade#, a #audiência# e a #classe social#. Acredita-se que, nesse período, as formas TU e VOCÊ estivessem mais associadas à dimensão de solidariedade, enquanto O SENHOR estaria mais relacionada à dimensão de poder. Neste estudo ainda são brevemente suscitadas questões com relação ao papel dos grupos de fatores linguísticos, ao papel dos grupos de fatores socioestilísticos, à noção de neutralidade, teorizada por Cook (1994, 1997), à possibilidade de se considerarem as formas de tratamento como não sendo variantes de uma mesma variável e aos cinco problemas empíricos relacionados à mudança linguística, postulados por Weinreich, Labov e Herzog (2006 [1968]).