Summary: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas. Programa de Pós-Graduação em Geografia === Made available in DSpace on 2013-07-16T01:07:02Z (GMT). No. of bitstreams: 1
224413.pdf: 9278172 bytes, checksum: 6b6c2dfcf8797f9668bc476ab75de4b2 (MD5) === A base dos estudos de caracterização paleoambiental desenvolvidos no sul do Segundo Planalto do Paraná, acerca dos depósitos aluviais alúvio-coluviais em encostas da região tem se constituído no reconhecimento de seqüência de eventos erosivos e deposicionais na perspectiva de estabilidade e instabilidade do ambiente. O presente estudo foi desenvolvido em encosta que apresenta em seu setor mais baixo, em seção de corte de estrada, nítidos níveis estratificados, intercalados com horizontes organo-minerais e estrutura de corte e preenchimento com estruturas sedimentares internas bem preservadas. O objetivo foi reconhecer, através da distribuição e caracterização dos depósitos da média e baixa encosta, dos materiais e estruturas sedimentares preservadas, os processos erosivos e deposicionais que proporcionaram a acumulação dos sedimentos ou atuaram sobre eles. A abordagem metodológica empregada enfatizou a distribuição tridimensional e estratigráfica dos depósitos de média e baixa encosta obtida através da construção de toposseqüências. Ela revelou a presença de camadas aluviais e alúvio-coluviais recobrindo a encosta e a ocorrência de três horizontes organo-minerais formados sobre estes depósitos. A seção geológica exposta em corte de estrada possibilitou a descrição detalhada dos depósitos e estruturas de deposição em encosta e canal preenchido; aliadas ocorreram caracterização textural dos sedimentos e datação de dois depósitos de preenchimento de canal e de um horizonte organo-mineral. Este trabalho possibilitou o reconhecimento de depósitos alúvio-coluviais e aluviais, relacionados com fluxos densos e fluxos menos viscosos respectivamente. A abordagem relativa à caracterização de detalhe de estruturas de sedimentação aliada à caracterização textural dos sedimentos possibilitou a interpretação dos eventos geradores dos depósitos avaliados. A aplicação da micromorfologia na análise de depósitos de encosta e de preenchimento de canal mostrou principalmente os fluxos geradores dos sedimentos e sua evolução pedológica posterior. Os resultados obtidos colocam em evidência que, na formação das unidades alúvio-coluviais, foram predominantes os fluxos densos sobre os fluxos menos viscosos. Os primeiros geraram depósitos maciços de constituição granulométrica heterogênea, enquanto os segundos geraram lentes conglomerática e arenosas. Duas fases de estabilidade ambiental estão registradas através de paleorizontes organo-mineral, sendo a mais recente datada de 22.050 (+620-580) anos AP. Sucedendo imediatamente esse período de estabilidade há, primeiramente, registro de ressecamento do ambiente e posterior processo de deposição de areia recobrindo esse paleorizonte. Esse período de instabilidade está registrado através de estruturas de corte e preenchimento indicando tratar-se dos segmentos a montante e a jusante de antiga voçoroca que cortou os depósitos de encosta. O entulhamento do paleocanal deu-se pelo menos em duas fases distintas, sendo a primeira entre 26.830 +/- 2.600 anos e 22.100+/-2700 anos, com fluxos que vieram de N20-45E, e a segunda fase, posterior àquela com fluxos no sentido 120 a 150º SE. Estruturas de deformação envolvendo as unidades sedimentares da base da seção marcam também os depósitos da encosta. Cinco diferentes fases na história evolutiva da encosta foram identificadas, caracterizando períodos alternados de estabilidade e instabilidade do ambiente. A partir de correlações e datações absolutas efetuadas, foi possível estabelecer uma cronologia de eventos que dominaram a encosta no Pleistoceno Superior.
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