Summary: | Tese (doutorado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Florianópolis, 2012 === Made available in DSpace on 2013-06-25T22:46:28Z (GMT). No. of bitstreams: 1
315047.pdf: 1605113 bytes, checksum: 3df7963a314f531a64faf814f7797277 (MD5) === Tendo como aporte epistemológico a Sociologia Clínica, esta pesquisa teve como objetivo analisar os fatores psicossociais que levam trabalhadores bancários em condições econômico-financeiras estáveis a viverem contradições e ambivalências em seu processo de aposentadoria. Empregando metodologia qualitativa, foi verificado o sentido atribuído ao trabalho, aposentadoria e envelhecimento por quinze sujeitos já aposentados pelo Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS; foi realizada também a reconstituição de suas trajetórias socioprofissionais, árvore genealógica e projeto parental. Cinco participantes desta pesquisa deixaram seus empregos em organizações bancárias e dez permanecem em atividades laborais remuneradas na área financeira. Residem em diversas capitais brasileiras, suas idades variam entre 51 e 79 anos, a maioria cursou nível superior e pós-graduações. Grande parte dos bancos onde estes sujeitos construíram suas trajetórias profissionais são públicos. A maioria dos pesquisados encontra em seu trabalho a mais importante estratégia para realizar seu projeto de ser, forjado no conjunto de sua história, a partir de influências culturais, sociais, econômicas, políticas e familiares. Desta forma, o papel ou perfil profissional passa a ser o aspecto fundamental no conjunto de sua personalidade, deixando em segundo plano as demais dimensões existenciais. É no trabalho que estes sujeitos encontram sua segurança ontológica, onde se reconhecem, constroem suas identidades e definem seu ser, passando este a constituir-se como a área hegemônica de sua vida, implicando em dificuldades de se lançar em outras relações e em se desvincular de seus empregos. Assim, a aposentadoria pode se apresentar como uma ruptura com o projeto de ser para os sujeitos que tem no trabalho o foco central de suas vidas. A organização de trabalho funciona como um sistema de mediações, fornecendo a estes sujeitos uma estrutura de normas e valores calcados na lógica produtivista (exigência de alta performance, competitividade, desafios constantes, superação dos limites) que vem ao encontro de suas necessidades psicológicas e sociais. Nesta perspectiva, o trabalho é vivido como uma fuga ou estratégia para evitar o vazio existencial. Assim, deixar o ambiente organizacional adquire o sentido de morte.<br> === Abstract : Having as a support the epistemological sociology Clinic, this study aimed to examine the psychosocial factors that lead bank workers in stable economic and financial conditions to live contradictions in their retirement process. Using qualitative methodology we verified the meaning assigned to work, retirement and aging in fifteen people already retired by the National Social Security Institute # INSS; We also performed reconstitution of their socio-professional trajectories, genealogy and parental project. Five participants in this study left their jobs in banking organizations and ten remain in paid labor activities in the financial area. These people live in different Brazilian capitals, aging between 51 and 79 years old, and most of them have attended top level and postgraduate courses. Great part of the banks these people have built their professional careers are public. The majority find in their work the most important strategy to achieve their project to be forged in all its history, influences from cultural, social, economic, political and family. Thus, the role or job profile becomes the fundamental aspect of their personality as a whole, leaving the other aspects in the background existential dimensions. It is in the work that these guys find their ontological security, which they recognize, build their identities and define their being, from this to establish itself as the hegemonic area of their lives, implying difficulties in launching into other relationships and disengage from their jobs. Thus, retirement can present itself as a break from the project to be the guys who have at work the central focus of their lives. The work organization works as a system of mediations, giving these guys a structure of norms and values rooted in the productivity logic (requiring high performance, competitiveness, constant challenges, overcoming the limits) coming to meet their psychological and social needs . In this perspective, the work is experienced as a strategy to avoid or escape the existential void. So, leaving the organizational environment acquires the meaning of death.
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