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Previous issue date: 2013-07-26 === Coordena??o de Aperfei?oamento de Pessoal de N?vel Superior === Apesar do esfor?o e de alguns avan?os da comunidade cient?fica na busca por biomarcadores para as
principais s?ndromes psiqui?tricas, at? o momento os resultados n?o foram consistentes o suficiente
para serem reproduzidos em larga escala. A maior parte das observa??es em psiquiatria est? baseada na
descri??o verbal de estados internos e a quantifica??o acurada desses fen?menos ainda ? necess?ria.
Compreendendo a rela??o entre palavras no discurso como um sistema complexo, propomos sua
representa??o por grafos de sequ?ncia de palavras, a fim de observar padr?es caracter?sticos em grafos
produzidos por sujeitos psic?ticos portadores de Esquizofrenia, de Transtorno Bipolar do Humor do tipo
I ou sujeitos n?o psic?ticos, buscando tamb?m por rela??es entre atributos de grafos e sintomas
medidos por escalas psicom?tricas PANSS e BPRS. No primeiro cap?tulo, utilizando 24 sujeitos (8 sujeitos
por grupo), representando como n? cada lexema (sujeito, verbo, objeto) e arestas direcionadas
indicando a sequ?ncia desses, foi poss?vel fazer uma classifica??o entre esquizofrenia e bipolaridade
com mais de 90% de sensibilidade e especificidade, maior acur?cia do que ao utilizar escalas
psicom?tricas (60% sensibilidade e especificidade), n?o sendo encontrada qualquer correla??o entre
atributos de grafo e sintomas. Essa primeira etapa apresentava limita??es em rela??o ao tamanho
amostral, automatiza??o do m?todo e controle da diferen?a de verbosidade entre os sujeitos, al?m de
apenas considerar um ?nico assunto para produ??o do relato (relatos de sonho). Para isso coletamos
relatos de sonho e de vig?lia em 20 sujeitos de cada grupo. Desenvolvemos um software que representa
relatos transcritos como grafos onde os n?s s?o as palavras e as arestas s?o a sequ?ncia temporal entre
estas (liga??o entre palavras sucessivas). Foi poss?vel ainda fixar o n?mero total de palavras para fazer
um grafo, controlando melhor a diferen?a de verbosidade. Ap?s a representa??o dos relatos por grafos,
calculamos 14 atributos, sendo estes caracter?sticas gerais (total de n?s e arestas), caracter?sticas de
recorr?ncia (arestas paralelas e repetidas ou ciclos de um, dois e tr?s n?s), caracter?sticas de
conectividade (total de n?s em maiores componentes conectados ou fortemente conectados, e grau
m?dio), e caracter?sticas globais de rede como densidade, dist?ncias (di?metro e menor caminho m?dio)
e coeficiente de agrupamento ou clustering. Encontramos, de maneira consistente entre relatos de
diferentes tamanhos, que sujeitos portadores de esquizofrenia geraram grafos sobre sonho e vig?lia com
menos conectividade (menos arestas entre n?s e menores componentes conectados) que grupo bipolar
e controle, sendo esses atributos correlacionados negativamente com sintomas negativistas e cognitivos
medidos pelas escalas psicom?tricas. Apenas grafos sobre sonho diferenciaram bipolares de controles
(os primeiros com menos n?s e menores componentes conectados), sendo que controles geraram
grafos sobre sonho mais conectados que sobre vig?lia, enquanto bipolares geraram grafos sobre sonho
com mais recorr?ncia, maior densidade e clustering, al?m de menores dist?ncias que grafos sobre
vig?lia. O grupo esquizofrenia n?o mostrou qualquer diferen?a entre grafos sobre sonho ou vig?lia. Foi
poss?vel a classifica??o autom?tica dos grupos usando os atributos de grafos, sendo essa calssifica??o
melhor que escalas psicom?tricas para diferenciar grupo Esquizofrenia do grupo Bipolar (?rea abaixo da
curva ROC (AUC): Grafos: 0.801, Escalas: 0.376). Quando utilizados adicionalmente ?s escalas houve
ganho importante na qualidade classificat?ria, atingindo padr?es ?timos para diagn?stico de
Esquizofrenia (AUC = 1, 100% sensibilidade e especificidade). Juntos, os resultados mostram que a
an?lise de grafos aplicada ao discurso pode ajudar no diagn?stico cl?nico como m?todo promissor,
simples e acurado, sendo essas caracter?sticas correlacionadas com sintomas negativos e cognitivos. O
m?todo pode ser especialmente ?til para pesquisa de biomarcadores de transtornos psiqui?tricos. Pode
nos ajudar a compreender os substratos neurais de mecanismos tais como a empatia, utilizados em
comportamentos complexos como rela??es interpessoais. Os dados apontam tamb?m para no??o de
que, quanto mais introspectivo o relato, maior a influ?ncia de processos mentais patol?gicos ao
discurso. A no??o freudiana de que os sonhos s?o o caminho real para o inconsciente tem portanto
utilidade cl?nica
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