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Previous issue date: 2009 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === O campo religioso brasileiro vivenciou um amplo processo de
pluralização nas últimas décadas. A diversificação das identidades,
discursos e movimentos cristãos no país desempenhou um papel
primordial nessa pluralização. O trabalho apresentado desenvolve
uma análise dos principais discursos cristãos surgidos no Brasil, na
segunda metade do século XX. Busca explicitar seus processos de
formação, os deslocamentos sofridos ao longo de sua trajetória,
quais as práticas e lógicas sociais que compõem esses discursos,
quais as narrativas e fantasias que os sustentam ou desafiam, e
quais as relações e implicações estabelecidas ou delineadas entre
esses discursos e movimentos e as dimensões cultural, política e
econômica na sociedade brasileira atual. O estudo realizado
observou que o processo de modernização do país promoveu um
amplo deslocamento do imaginário religioso católico nacional, até
então hegemônico, e desencadeou um movimento de desconstrução
da polarização antagônica entre catolicismo e protestantismo que
sustentava esse imaginário. A partir desse deslocamento inicial
foram formados três diferentes classes de novos movimentos
cristãos: os movimentos que buscaram articular o cristianismo à
modernidade (ecumenismo, cristianismo da libertação e
evangelicalismo); os movimentos que surgiram a partir das margens
do processo de modernização e deslocaram para o centro
(pentecostalismo, renovação carismática e neopentecostalismo); e
os movimentos que se articularam como uma reação à
modernização (neo/conservadores católicos e protestantes). O
estudo observou também que a crise das metanarrativas, das
utopias e das esquerdas na modernidade contribuíram
significativamente para gerar uma crise dos movimentos cristãos
progressistas o que, em conjunto com o desenvolvimento do
mercado midiático, favoreceram a formação de um novo imaginário
hegemônico no campo religioso. Esse imaginário, regido
principalmente pelas lógicas religiosas do neopentecostalismo,
apresenta características inegavelmente pluralistas, mas, concebe e
organiza esse pluralismo a partir das regras do mercado midiático e
do espetáculo, constituindo uma espécie de pluralismo religioso de
mercado . Esse modelo hegemônico de pluralismo é contestado, em
diferentes sentidos, por diversos discursos e movimentos no campo
cristão, entretanto, nenhum deles demonstra ainda a capacidade de
desafiar seriamente o novo imaginário dominante
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