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Previous issue date: 2012 === A anemia ferropriva representa a mais comum e mais grave deficiência de micronutrientes em
todo o mundo. Essa deficiência nutricional acomete principalmente crianças jovens, mulheres
em idade reprodutiva e gestantes. Esse estudo teve como objetivo verificar a tendência
temporal da anemia em pré-escolares de creches públicas e privadas do Recife no período de
1999 a 2008. Foram realizados dois cortes transversais, seqüenciais, envolvendo amostras
aleatórias de crianças menores de cinco anos, de ambos os sexos, nos quais foram avaliadas as
concentrações de hemoglobina (Hb), variáveis antropométricas e demográficas. O tamanho da
amostra para o ano de 1999 foi calculado utilizando-se uma estimativa de prevalência de
anemia de 40%. Para o ano de 2008 partiu-se de uma estimativa de 50% de inadequação no
consumo de alimentos ricos em ferro. Foram classificadas como anêmicas as crianças que
apresentaram concentrações de hemoglobina abaixo de 11,0 g/dL, considerando-se a faixa
etária do estudo. Foram estudadas 278 e 318 crianças para o ano de 1999 e 2008,
respectivamente. A prevalência da anemia (Hb < 11,0 g/dL) em 2008 foi de 15,1% (IC 95%
11,3 19,5), menor do que a prevalência encontrada em 1999 [42,1% (IC 95% 36,2% -
48,1%)], observando-se uma redução relativa de 179 % no período estudado, com impacto
significativo no grau de intensidade da anemia que passou de moderada (7,0 g/dL > Hb < 9,0
g/dL) a leve (9,0 g/dL > Hb < 11,0 g/dL). A redução da anemia não sofreu influência da
distribuição por sexo (p = 0,43), nem do estado antropométrico (p = 0,74). No entanto
crianças menores de 36 meses apresentaram redução mais acentuada na prevalência da
anemia (p=0,00). A anemia nas creches do Recife apresentou tendência de forte declínio em
termos de prevalência, grau de intensidade, sobretudo em crianças jovens no período e
contexto estudados. Essa tendência de declínio observada vem confirmar o caráter de redução
dessa carência nutricional que vem sendo descrito em outros espaços geográficos e em grupos
populacionais similares. Esse comportamento de redução acentuada poderia ser atribuído às
mudanças na estrutura econômica e social que o país tem vivenciado e, de forma mais
específica, às estratégias de prevenção e controle desenhadas pelo Ministério da Saúde no
combate à anemia carencial, a exemplo da fortificação obrigatória de farinhas de trigo e milho
e o Programa Nacional de Suplementação de ferro
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