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Previous issue date: 2010 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === A produção e o acesso a alimentos são requisitos essenciais à segurança alimentar e o bemestar
nutricional da população. O presente estudo teve por finalidade caracterizar e comparar
os padrões de produção e consumo alimentar de famílias com vulnerabilidade social e
presença de crianças menores de cinco anos em duas áreas de vulnerabilidade social: zona da
Mata e Semiárido nordestinos, e sua relação com a pobreza e insegurança alimentar. Estudo
transversal, com 502 famílias em Gameleira (zona da Mata de Pernambuco) e 458 famílias,
em São João do Tigre (semiárido da Paraíba). Foram obtidas informações referentes à
produção doméstica e agropecuária e à disponibilidade semanal de alimentos, além da
situação de insegurança alimentar, pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar, e a
exclusão social, pelo Índice de Exclusão Social. Os instrumentos de coleta de dados utilizados
demonstraram eficiência. Aproximadamente 90% das famílias estudadas em ambos os
municípios encontravam-se em insegurança alimentar e mais de 50% em exclusão social,
além de monotonia alimentar e concentração de terra na zona rural. A disponibilidade de
alimentos esteve diretamente relacionada à segurança alimentar e nutricional e ao acesso à
educação e renda nos domicílios. Os alimentos mais nobres ou caros, como derivados de
trigo, carnes, frutas e verduras foram os mais sensíveis, diminuindo sua disponibilidade
quanto pior a situação. Na zona rural, a produção para o autoconsumo foi considerada
pequena e a posse de terra tanto para plantio como criação, disponível para poucos. Apenas a
área de produção, o cultivo de cana-de-açúcar e criação de gado na zona da Mata e de palma
forrageira, bovino e ovino no Semiárido pareceram contribuir para a segurança alimentar e
nutricional dessas regiões, historicamente marcadas pelo subdesenvolvimento e presença da
monocultura, latifúndio, feudalismo agrário ou subcapitalização na exploração dos recursos
naturais do Nordeste. Os resultados mostram duas populações nordestinas que, embora
localizadas em ecossistemas claramente distintos, encontram-se em semelhante situação de
insegurança alimentar e exclusão social. Políticas públicas que garantam o direito humano à
alimentação adequada e o desenvolvimento regional sustentável precisam ser reforçadas
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