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Previous issue date: 2011 === Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico === O objetivo do presente estudo foi comparar parâmetros do sistema imunológico inato de crianças menores de dois anos internadas por desnutrição grave, no Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), e submetidas ao tratamento preconizado pela OMS, em dois momentos, na admissão e na alta hospitalar com crianças eutróficas. Foram estudadas 15 crianças com desnutrição grave na admissão hospitalar e 10 na ocasião da alta, entre os meses de abril e outubro de 2010, houve uma perda de 5 crianças na alta hospitalar, 2 devido à quantidade de sangue insuficiente e 3 por não autorização dos pais ou responsáveis. A avaliação do grupo desnutrido foi realizada em até 24 horas do internamento e no dia da alta hospitalar. Para comparação com o grupo desnutrido, foram estudadas 10 crianças eutróficas atendidas no Serviço de Puericultura do IMIP. Para cada criança, foi coletada uma alíquota sanguínea de 4ml, para as dosagens imunológicas. Na admissão foram analisados o leucograma, taxa de fagocitose e a atividade oxidante dos monócitos. Na alta, foram avaliados o leucograma, a proteína C reativa (PCR), proteínas totais e frações, taxa de fagocitose e a produção dos radicais livres: ânion superóxido e óxido nítrico pelos monócitos. No grupo desnutrido predominou o sexo masculino e a idade variou entre 4 e 16 meses. A maioria das crianças apresentava desnutrição do tipo marasmática e de causa secundária a outras patologias, principalmente a cardiopatia congênita, e as principais causas do internamento foram a diarréia e pneumonia. Em relação ao grupo controle, também prevaleceu o sexo masculino e a idade variou entre 6 e 14 meses. O tempo médio de internamento do grupo desnutrido foi de 13,5±6,7 dias, sendo maior nos pacientes com desnutrição secundária. Na admissão hospitalar, as crianças desnutridas mostraram redução significativa no número de linfócitos (C=56,9±4,5; D=45,0±16,5), da capacidade fagocitária (C=36,9±1,6; D=31,833±0,9), da liberação do ânion superóxido tanto na primeira hora (1h: C=6,8±0,5; D=4,7±0,4) quanto na segunda hora (C=12,3±0,6; D=7,3±0,8) e do óxido nítrico (C=7,1±0,6; D=4,0±0,2) quando comparadas ao grupo controle. Na alta, o grupo desnutrido apresentou redução signficativa nos valores de linfócitos (C=56,9,8±1,5; D=39,7±1,1) e da produção de superóxido na segunda hora (C=12,3±0,6; D=7,8±0,9) e de óxido nítrico (C=7,1±0,6; D=4,6±0,1) quando comparadas ao grupo controle. Em conclusão, a desnutrição grave acarretou prejuízos na imunocompetência tanto na admissão quanto na alta hospitalar. O número de linfócitos e a atividade oxidante dos monócitos não foram recuperados na alta, o que pode comprometer a efetividade na destruição de antígenos e a função microbicida de monócitos.
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