Summary: | Made available in DSpace on 2014-06-12T18:34:36Z (GMT). No. of bitstreams: 2
arquivo7625_1.pdf: 552558 bytes, checksum: edbeb73c4872f7b095be8e31cb7e4176 (MD5)
license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5)
Previous issue date: 2002 === As transformações sócio-culturais, políticas e econômicas em que o Brasil estava enredado
nas décadas de setenta e oitenta, produziram significativas mudanças nos modos de vida
engendrados pelos brasileiros que habitavam e habitam as linhas de fronteira com a Bolívia.
Nas áreas de limite entre os municípios acreanos de Brasiléia, Xapuri, Epitaciolândia e
Assis Brasil com o Departamento de Pando Bolívia, onde está centrado o foco deste
trabalho, é possível identificar que os principais atingidos foram os seringueiros e
castanheiros que ocupavam aquela faixa territorial. Nosso objetivo, portanto, será
apresentar como os diversos sujeitos envolvidos nessas mudanças as perceberam e
interagiram com elas. Como o homem seringueiro e também o castanheiro ultrapassaram às
fronteiras espacial, política, cultural e econômica. Como se deram os choques com as novas
estruturas que emergiram em sua paisagem, suas relações com os novos agentes externos
que passaram a influenciar suas decisões e, principalmente, como as ausências do Estado
foram paulatinamente sendo preenchidas por uma presença opressora constante. Tentamos
demonstrar que as travessias dos seringueiros e castanheiros para dentro e fora do território
boliviano, bem como as novas formas de cativeiro da terra estiveram nesse período
funcionado como continuidade de uma política de exclusão que obedece à lógica do
latifúndio. Os depoimentos dos seringueiros e castanheiros, sindicalistas, religiosos,
militantes de esquerda e agentes das Ongs, em confronto com os grandes projetos pensados
pelos governos e elites dominantes nos permitem reconhecer uma fronteira indefinida, não
mensurável, inconclusa e mesmo assim, fecunda que teima em afirmar a necessidade de
novas buscas, novos paradigmas. Esse estudo é apenas um instante desse longo tempo que
ora, atravessamos
|