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Previous issue date: 2003 === Uma ilha. Nessa ilha, séculos de acontecimentos guardados no
subsolo, na arquitetura e na0 memória. Um lugar que detém a história de
uma cidade desde o seu princípio e que parece merecer um olhar mais
cuidadoso de todos que nessa cidade habitam. Estou falando do Bairro do
Recife, também conhecido como Recife Velho ou Recife Antigo, localizado
na cidade de mesmo nome, no Estado de Pernambuco.
O presente trabalho se propõe a analisar o processo de revitalização
do Bairro do Recife, levando em conta o discurso oficial sobre a reforma
dos autores do Plano, a Prefeitura da Cidade do Recife, o Governo do
Estado de Pernambuco e outros atores sociais envolvidos. Através de
documentos, textos e entrevistas com técnicos ligados ao projeto, definirei
os fatores que contribuíram para tal reforma. Também, e principalmente,
levo em consideração o ponto de vista dos sujeitos atingidos diretamente,
moradores e trabalhadores da região, e sua convivência com essas
transformações, mergulhando no contexto em que vivem, para melhor
compreender suas opiniões e preocupações.
Para realizar este trabalho, por observação direta e entrevistas, tentei
compreender as vidas, rotinas, maneiras de pensar e relações que esses
moradores e trabalhadores mantinham com o espaço, e desta forma,
descobrir como cada um reagiu, sentiu, percebeu os impactos da
revitalização do Bairro, no seu local de moradia e de trabalho.
O trabalho de campo realizado, no período de 2001-2003, me
permitiu destacar a existência de três universos representativos da população
local, três níveis de vivência do lugar, configurando o grupo dos moradores
da Comunidade do Pilar, o grupo dos moradores de pensões e o grupo dos
trabalhadores do porto. As opiniões sobre as mudanças no lugar variaram
segundo as diferenças individuais na experimentação da vida.
Além da separação entre esses três universos que destaquei, as
evidências empíricas revelam existir uma separação entre eles e os novos
freqüentadores e trabalhadores do espaço em revitalização. Os trabalhadores
do porto, por exemplo, sentem essa imposição, posto que seu sindicato está
localizado na rua mais valorizada do bairro: a Rua do Bom Jesus. Ao
analisar como os moradores do Pilar se referem à comunidade e ao bairro
revitalizado, é possível distinguir que realmente eles não fazem parte desse
"Recife Antigo", desse Recife voltado para o lazer, desse Recife "colorido,
alegre e histórico". Esta dissertação oferece ao leitor a oportunidade de
compreender os processos que ocorrem além da Rua do Bom Jesus
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