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Previous issue date: 2011 === O choque séptico está relacionado a uma alta mortalidade na população pediátrica,
principalmente entre os pacientes imunodeprimidos. As novas descobertas para
diagnóstico e tratamento do choque séptico em crianças têm reduzido a mortalidade,
porém a maioria dos estudos que chegaram a estas conclusões excluíram os pacientes
portadores de doenças oncológicas ou os incluíram em pequeno número. Estas
descobertas foram extrapoladas para a população de imunodeprimidos, porém nesta
população a mortalidade por choque séptico ainda é considerada mais alta. Este trabalho
tem o objetivo de caracterizar melhor o choque séptico nos pacientes portadores de
doenças oncológicas em relação às alterações clínicas e laboratoriais e, também, em
relação ao tratamento proposto pelo American College of Critical Care Medicine
(ACCM) e comparar os seus resultados com o que já se conhece sobre este tema entre os
pacientes pediátricos não portadores de doenças oncológicas. Métodos e resultados: Foi
realizado um estudo descritivo, prospectivo, tipo série de casos na Unidade de Terapia
Intensiva Pediátrica Oncológica de um Hospital escola, Brasil, de 18 de abril de 2010 a
08 de janeiro de 2011. As variáveis clínicas, laboratoriais e relacionadas ao tratamento
foram observadas ao diagnóstico e após seis e 24 horas do início do tratamento. A
análise foi realizada pelo Epi info 6.04: freqüência das variáveis categórica, medidas de
tendência central para as contínuas. Foram estudados 22 pacientes, a maioria com
tumores de origem hematológica e acima de seis anos de idade. A mediana do Pediatric
Risk of Mortality III(PRISMIII) foi 17,5(6-29). Choque frio ocorreu em 77,3% dos
pacientes ao diagnóstico e o quente foi reconhecido em um tempo três vezes maior que
o frio. A maioria dos pacientes (16/72,3%) preencheu mais de dois critérios para
síndrome da resposta inflamatória sistêmica (SRIS), porém em 13(59%) o diagnóstico
de choque séptico só foi dado após o surgimento de hipotensão. Houve melhora dos
parâmetros macrovasculares nas primeiras seis horas do tratamento, porém a
microcirculação, avaliada pelo clearence do lactato e saturação venosa central de
oxigênio, permaneceu em disóxia. Mortalidade em 28 dias foi 68,2% e maior entre os
que desenvolveram disfunção de órgãos 3 nas primeiras 24horas. Dois (10,5%)
pacientes apresentaram valor alterado da troponina I ao diagnóstico e após 24horas
6/16(37,5%). Entre os pacientes com troponina I alterada após 24 horas, 83,3% tinham
menos de 13 anos, Pediatric Risk of Mortality III (PRISMIII)>10, maior escore de
drogas vasoativas, 80% tinham hipocalcemia, mais de 80% tinham tumores
hematológicos e usaram drogas cardiotóxicas. Todos os pacientes com troponina I
alterada não sobreviveram. Conclusões: a mortalidade foi elevada, os critérios para
definição de choque séptico utilizados hoje para crianças não oncológicas foram
adequados também para os pacientes oncológicos, quando identificados. A recuperação
da oxigenação ao nível da microcirculação foi o parâmetro mais adequado para definir
resposta terapêutica. A troponina I é um exame que se altera numa baixa freqüência
entre os pacientes pediátricos oncológicos com choque séptico, parece ter valor
prognóstico
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