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Previous issue date: 2011 === Objetivo: Determinar a frequência de hiperglicemia durante a terapia de indução de
leucemias agudas em adultos e avaliar a associação entre a presença de hiperglicemia e
o desenvolvimento de infecções graves e a mortalidade durante os primeiros 30 dias do
tratamento, bem como descrever a incidência e etiologia das infecções identificadas por
hemoculturas neste período.
Método: Estudo retrospectivo tipo coorte com análise de prontuários de 280 pacientes
adultos entre 18 e 60 anos com diagnóstico de leucemia aguda tratados na Fundação de
Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (HEMOPE) entre janeiro de 2000 e
dezembro de 2009. Hiperglicemia foi definida como a presença de pelo menos uma
glicemia de jejum >100 mg/dL no período compreendido entre uma semana antes do
início da quimioterapia de indução ao 30º dia pós-início do tratamento. A associação
entre hiperglicemia e presença de infecção grave (sepse documentada
microbiologicamente ou não, com instabilidade hemodinâmica necessitando drogas
vasoativas, insuficiência respiratória necessitando ventilação mecânica ou insuficiência
renal necessitando hemodiálise), mortalidade e remissão completa foi analisada através
de testes estatísticos adequados.
Resultados: Cento e oitenta e oito pacientes (67,1%) apresentaram hiperglicemia em
algum momento, sendo que 134 (47,8%) apresentaram hiperglicemia de jejum
precoce (basal ou pré-neutropenia febril) e 148 (52,8%) apresentaram hiperglicemia
tardia (durante neutropenia febril). Oitenta e dois pacientes (29,3%) apresentaram
infecções graves. A mortalidade por infecção durante neutropenia pós-quimioterapia de
indução foi de 20,7% (58 pacientes). A mortalidade por outras causas nos primeiros 30
dias da terapia de indução foi de 2,8% (8 pacientes, sendo 3 por hemorragia pulmonar, 4
por AVC hemorrágico e 1 por choque cardiogênico). Os pacientes que desenvolveram
hiperglicemia tiveram maior risco de infecções graves (OR 3,97 IC95% 2,08 7,57,
p<0,001) e morte (OR 3,55 IC95% 1,77-7,12, p<0,001) nos primeiros 30 dias da terapia
de indução. Não foi observado maior risco de infecções fúngicas ou menor chance de
obtenção de remissão completa nos pacientes com hiperglicemia. 247 pacientes (88,2%)
apresentaram neutropenia febril. Destes, 95 (38,4%) apresentaram hemocultura positiva.
Os micro-organismos mais frequentemente isolados foram as bactérias gram-negativas
(59,0%), seguidas de infecções polimicrobianas (21,0%), bactérias gram-positivas
(14,7%) e fungos (5,3%). O diagnóstico topográfico de infecção mais comum foi a
corrente sanguínea, seguida de pulmão e pele.
Conclusão: Este estudo demonstrou associação entre a ocorrência de hiperglicemia e o
desenvolvimento de infecções graves e morte durante a terapia de indução de pacientes
adultos com leucemia aguda. Quanto à etiologia das infecções, os resultados mostram
que bactérias gram-negativas continuam predominando como agentes causadores de
infecções em neutropênicos febris neste centro
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