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Previous issue date: 2006 === No contexto da Filosofia contemporânea, a hermenêutica vem impondo-se como uma disciplina de grande destaque. Podemos dizer que, hoje, o seu maior expoente é o filósofo alemão Hans-Georg Gadamer. Em sua hermenêutica, o homem compreende-se essencialmente como um ser de tradição, onde encontra a sua identidade e a sua substância. Ancorado em Verdade e método, demonstramos o vínculo do conceito de tradição com o conceito de ethos e direito natural em Aristóteles. Procuramos refletir sobre as implicações deste vínculo essencial do ser humano com o seu passado. Esta tese foi atacada por conter, segundo os seus críticos, uma feição fundamentalmente reacionária e subserviente ao princípio de autoridade. Vários filósofos atacaram a teoria de Gadamer sob a alegação de que ela não faz justiça à vocação crítica da Filosofia. O mais notável dentre eles foi o filósofo contemporâneo Jürgen Habermas, que abriu caminho para as contestações à posição gadameriana. A tradição, na visão de Gadamer, não representa uma cadeia semântica inexorável, ao contrário, o seu sentido encontra-se num processo constante de re-significações. O passado não exerce uma opressão simbólica absoluta, não se configura como um conjunto de idéias que obstaculizam a emancipação dos indivíduos. A tradição é a própria substância da razão que se preserva na história. Aliás, com a distância temporal, a tradição possui uma produtividade semântica genuína. E nisto consiste a dimensão crítica da sua hermenêutica
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