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Previous issue date: 2008 === Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior === A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) possibilitou, através da diretriz da
descentralização, o surgimento de programas de saúde inovadores no nível local. O Programa
de Saúde Ambiental (PSA) desenvolvido na cidade do Recife apresenta essa característica,
pois buscou unificar a vigilância ambiental do município através de ações executadas pelos
Agentes de Saúde Ambiental (ASA), baseadas nos princípios da integralidade, universalidade
e eqüidade. Entretanto, a atual operacionalização desse programa não está plenamente de
acordo com esses princípios. Por isso, o objetivo desta pesquisa foi analisar a gestão territorial
do PSA no que concerne ao atendimento dos princípios da universalidade e eqüidade. Para
tanto, consideraram-se as diferenças sócio-espaciais do Recife e as práticas operacionais do
Programa, visando propor uma metodologia de avaliação territorial numa escala mais
específica que a do bairro, a qual é utilizada atualmente e que não dá conta da extrema
diversidade física e social da cidade. Para alcançar esse objetivo foi necessário compreender a
estrutura organizacional e operacional do PSA; refletir sobre os conceitos da geografia e suas
interfaces com o Programa e confrontar diversos recortes territoriais para visualizar as
principais inadequações na distribuição dos ASA pela cidade. Entre os procedimentos
metodológicos adotados constam revisão bibliográfica e pesquisa documental, coleta de
dados, entrevistas com gestores do Programa, análise sobre as bases que subsidiaram a
construção de um modelo (Atlas do Desenvolvimento Humano do Recife, setores censitários,
imagens de satélite, bases cartográficas) e o próprio desenvolvimento desse modelo, através
do cotejamento de distintos mapas operacionais por meio do software arcview 3.2. Como
resultado, obteve-se uma nova proposta de mapa operacional do PSA que evidencia,
classificando cerca de doze mil quadras, níveis de atenção e dificuldade à operação do agente
em campo, na perspectiva da vulnerabilidade social da população, e também da dificuldade
operacional em relação a aspectos físicos do território, com os quais os ASA lidam
diariamente. Além disso, verificou-se que o arcabouço teórico e o manuseio de técnicas de
geoinformação desenvolvidos pela geografia podem subsidiar as esferas de planejamento e
gestão do programa analisado. Dessa forma, considera-se que a proposição de uma nova
forma de análise territorial pode auxiliar a gestão do Programa na identificação das
inadequações na distribuição dos ASA, viabilizando uma possível reformulação na
espacialização dos agentes, objetivando uma gestão do território mais racional do ponto de
vista econômico, pois alocaria os agentes levando em conta a diversidade das condições
operacionais encontradas no espaço físico de trabalho, mas também reforçaria a busca pela
eqüidade, já que a escala de análise foi mais refinada em relação àquela adotada no início do
Programa, permitindo um retrato mais pormenorizado das desigualdades sócio-espaciais intraurbanas
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