EDUCAÇÃO ALIMENTAR: TECENDO ARGUMENTOS NAS AULAS DE CIÊNCIAS

Made available in DSpace on 2014-06-12T17:20:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2012 === Ressaltamos que a nova percepção da educação alimentar, entendida como multideterminada por aspectos como os so...

Full description

Bibliographic Details
Main Author: MOTTA, Micheline Barbosa da
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Pernambuco 2014
Subjects:
Online Access:https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/4228
Description
Summary:Made available in DSpace on 2014-06-12T17:20:29Z (GMT). No. of bitstreams: 1 license.txt: 1748 bytes, checksum: 8a4605be74aa9ea9d79846c1fba20a33 (MD5) Previous issue date: 2012 === Ressaltamos que a nova percepção da educação alimentar, entendida como multideterminada por aspectos como os sociais, históricos, culturais e ambientais, sendo ainda, uma ação consciente e voluntária, exige uma abordagem integradora das diversas áreas do saber, o que apresenta afinidades epistemológicas com as propostas atuais do ensino de ciências e as pesquisas em nutrição. Assim, a prática educativa do professor deve buscar desenvolver nos alunos o pensamento crítico e a conscientização sobre sua cultura e escolhas alimentares, sendo necessário ainda focar a atenção sobre a dinâmica discursiva pelo qual serão tratadas tais questões. Polemizar temas ligados ao cotidiano numa dinâmica discursiva não autoritária, em que o aluno seja instigado a expressar sua opinião, julgar, negociar pontos de vista, justificar respostas e elaborar conclusões, é caro à argumentação e não só pode favorecer o entendimento de conteúdos, como também, contribuir para a formação cidadã crítica do mesmo. Compreendendo o discurso como dialógico e heterogêneo, reconhecemos que sua construção se dá na relação com outro(s) discurso(s) e não se restringe a um tipo textual. Buscamos revelar como a argumentação aparece junto a outras sequências textuais e assim identificar quais práticas discursivas e educativas são construídas sobre a temática. Para isso realizamos videogravações e entrevista. Diante do cenário discursivo encontrado em nossa pesquisa, cujos arranjos argumentativos apresentavam precariamente o conhecimento científico, sendo orientados basicamente pela docente e assim fortemente monológico e de autoridade, além de versarem fundamentalmente sobre os aspectos biológico-nutricionais da alimentação, concluímos que a tessitura argumentativa produzida em sala de aula encontra-se distante do esperado atualmente pelos campos da educação em ciências e da nutrição. Possivelmente, tal contradição nega aos alunos a oportunidade de vivenciarem uma educação alimentar mais ampla e integrada, cuja abordagem colaboraria para desenvolver nos sujeitos uma postura mais consciente e responsável em relação aos efeitos da produção, do manejo e do consumo alimentar, não só para si, mas também, para vida em sociedade e a sustentabilidade planetária. Para tanto, fortalecer a base disciplinar da alimentação ao tempo em que se estabeleça o diálogo entre os diversos discursos sobre o tema, cria um espaço discursivo rico no qual os alunos poderão expressar livremente suas opiniões, confrontando-as com o saber científico, refletindo sobre os avanços e limites do mesmo, questionando certas verdades e assim analisando, de modo mais crítico, os múltiplos discursos que permeiam e determinam suas escolhas alimentares